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Estado de Minas

Cliente some e sobra galp�o para empresas guseiras

Com dispensas na ind�stria, bares e restaurantes sentem perda de vendas de 40% e alguns estabelecimentos fecharam. Impacto chega �s empresas de transporte e oficinas mec�nicas


postado em 27/03/2016 06:00 / atualizado em 27/03/2016 11:37

Com o fechamento das empresas guseiras e o aumento do desemprego, o impacto nos neg�cios � geral em Sete Lagoas. A cada quarteir�o, na entrada da cidade, h� cerca de 10 galp�es para alugar. Restaurantes tradicionais fecharam as portas e os que resistem reclamam de queda de cerca de 40% da demanda. “Al�m dos empregos diretos, o ferro-gusa gera empregos indiretos e o impacto foi fort�ssimo. Tanto no setor de carv�o, do transporte, oficinas mec�nicas e, principalmente, no com�rcio local”, comenta o presidente da Associa��o Comercial e Industrial de Sete Lagoas, Fl�vio Fonseca.

Com sua economia diversificada, o munic�pio da Regi�o Central de Minas ocupa o novo lugar entre as maiores cidades do estado, com base em levantamento da Funda��o Jo�o Pinheiro (FJP) de 2013 dos PIBs municipais. De acordo com a FJP, Sete Lagoas teve participa��o de 1,6% nos anos de 2010 e 2011 no Produto Interno Bruto (PIB) de Minas, ficando na 9ª posi��o no ranking dos munic�pios. Em 2011, ocupou o 96º lugar na classifica��o nacional. Com popula��o estimada em 232.107 habitantes pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), contava com PIB de R$ 8,144 bilh�es na apura��o do indicador de 2013 e PIB per capita, no mesmo per�odo, de R$ 35.787.

A preocupa��o na cidade � t�o grande que, h� duas semanas, as entidades de classe das empresas se reuniram para tentar uma mobiliza��o conjunta de enfrentamento da situa��o. “N�o � um problema local, mas, sim, nacional”, destaca Fl�vio Fonseca. Em um dos bairros com maior n�mero de metal�rgicos de Sete Lagoas, o Nova Cidade, o com�rcio j� sente o efeito das demiss�es.

“Antes, os moradores gastavam aqui R$ 280 por m�s e, agora, n�o est�o gastando nada”, diz o propriet�rio do Bar e Mercearia S�o Jorge, Adriano Martins. Ele estima, neste ano, retra��o de 25% das vendas e, com isso, teve que reduzir em 40% as compras junto aos fornecedores. “As lojas est�o fechando e a cidade est� parada. Est� igual � capital”, compara.
Em uma das principais avenidas de Sete Lagoas, a Castelo Branco, muitos galp�es est�o sendo ofertados para aluguel. Em um deles, com 300 metros de �rea coberta, o dono Ulisses de Souza conta que o espa�o ficou alugado por 12 anos e, agora, com a situa��o das sider�rgicas, os antigos inquilinos abandonaram o neg�cio. “Eles trabalhavam com montagem de alto-forno e ficaram 12 anos na atividade”, recorda.

Al�m de lojas fechadas, moradores comentam que, com o aumento do desemprego, tem aumentando a criminalidade em Sete Lagoas. De acordo com dados da Secretaria de Defesa Social de Minas Gerais, os roubos no estado cresceram em 22% em 2015 e, em Sete Lagoas, a alta foi 35,84%. A institui��o registrou 2.960 ocorr�ncias em 2015, ante 2.179 em 2014. A alta foi maior do que aquela registrada na capital, de 22,43% em id�ntico per�odo.

De alfinete a navio

O ferro-gusa � o primeiro est�gio de transforma��o do min�rio de ferro. O produto � obtido a partir da fus�o entre ferro, na forma bruta, e carv�o, com adi��o de calc�rio e outros materiais fundentes em fornos em que as temperaturas passam de 1.300 graus Celsius. Os lingotes de gusa s�o usados por aciarias (que o beneficiam para produzir a�o) ou por empresas de fundi��o que agregam outros materiais para fabricar pe�as fundidas, por exemplo, de motores de ve�culos. Como gostam de dizer os produtores, com gusa se faz de alfinete (que � de a�o) a motores de navio e turbinas (que s�o fundidos).

enquanto isso...
...recorde de embaixa


A produ��o brasileira de a�o bruto deve fechar o ano 2% abaixo do volume registrado em 2014, totalizando 33,2 milh�es de toneladas, como prev� o Instituto A�o Brasil. � o menor volume de produ��o verificado desde 2010. Para as vendas internas de produtos sider�rgicos, a proje��o � de queda de 16,3%, chegando a 18,2 milh�es de toneladas, mesmo patamar de 2006. O consumo aparente de a�o no pa�s (que inclui as importa��es) deve ser de 21,4 milh�es de toneladas, o que representa redu��o de 16,5% na compara��o com o ano passado. Significa a volta aos padr�es de demanda de 2007. De acordo com a entidade, os n�meros retratam a pior crise da hist�ria da ind�stria brasileira do a�o, fruto da converg�ncia de fatores estruturais e conjunturais que j� levaram o setor a demitir 21.786 trabalhadores em 2014 e 2015, com a paralisa��o ou desativa��o de mais de 40 unidades de produ��o.

Desde 2008, quando a crise mundial afetou as exporta��es brasileiras, o setor de ferro-gusa vem perdendo for�a em Minas Gerais, maior produtor do pa�s. Aos poucos, o segmento, que tem 50% da produ��o voltada ao mercado internacional, vinha tentando equilibrar as contas, mas sofreu um nocaute com as atuais crises da econ�mica e pol�tica. Dos 25 mil postos de trabalhos diretos gerados pelos produtores guseiros em Minas, restam 8,5 mil. A capacidade instalada das usinas no estado, de 6 milh�es de toneladas por ano, est� ociosa em 60%.


O presidente do Sindicato da Ind�stria do Ferro de Minas Gerais (Sindifer), Fausto Varela Can�ado, destaca que, antes da crise mundial de 2008, Minas Gerais chegou a exportar 3 milh�es de toneladas de ferro-gusa por ano. “Vamos fechar 2015 com algo em torno de 1 milh�o de toneladas. � uma queda muito grande”, reclama, ao lembrar que al�m de Sete Lagoas, a Regi�o do Centro-Oeste de Minas tamb�m enfrenta demiss�es e queda na produ��o. Somente no in�cio de 2015, das 17 empresas do polo sider�rgico quatro foram fechadas definitivamente. Em sete delas, as atividades foram suspensas.

“N�o podemos dizer que o segmento est� acabando. Os empres�rios t�m esperan�as de retomar”, comenta Can�ado. Por�m, Minas j� registra, segundo ele, produ��o muito abaixo da capacidade. “Al�m da continuidade da crise mundial em 2018, temos a crise pol�tica brasileira, o que se tornou, para n�s, um agravante”, destaca. Ele diz ainda que os concorrentes das sider�rgicas no exterior est�o fazendo ajustes cambiais, “conforme a economia mundial e n�o como o Brasil”.

Can�ado critica a pol�tica do governo para o setor, e observa que as empresas eram beneficiadas pelo Regime Especial de Reintegra��o de Valores Tribut�rios para as Empresas Exportadoras, o chamado Reintegra, que devolve parcial ou integralmente o res�duo tribut�rio remanescente na cadeia de produ��o de bens exportados. Por�m, em 2015, houve redu��o do cr�dito, que passou de 3% para 0,1%, entre 1º de mar�o de 2015 e 31 de dezembro de 2016. “Na China, esse percentual chega a 15%. Temos lutado para recuper�-lo aos n�veis anteriores, porque os empres�rios n�o est�o vendo lucratividade no neg�cio”, diz.

Ociosidade alcan�a 60% nas siderurgias

Desde 2008, quando a crise mundial afetou as exporta��es brasileiras, o setor de ferro-gusa vem perdendo for�a em Minas Gerais, maior produtor do pa�s. Aos poucos, o segmento, que tem 50% da produ��o voltada ao mercado internacional, vinha tentando equilibrar as contas, mas sofreu um nocaute com as atuais crises da econ�mica e pol�tica. Dos 25 mil postos de trabalhos diretos gerados pelos produtores guseiros em Minas, restam 8,5 mil. A capacidade instalada das usinas no estado, de 6 milh�es de toneladas por ano, est� ociosa em 60%.

O presidente do Sindicato da Ind�stria do Ferro de Minas Gerais (Sindifer), Fausto Varela Can�ado, destaca que, antes da crise mundial de 2008, Minas Gerais chegou a exportar 3 milh�es de toneladas de ferro-gusa por ano. “Vamos fechar 2015 com algo em torno de 1 milh�o de toneladas. � uma queda muito grande”, reclama, ao lembrar  que al�m de Sete Lagoas, a Regi�o do Centro-Oeste de Minas tamb�m enfrenta demiss�es e queda na produ��o. Somente no in�cio de 2015, das 17 empresas do polo sider�rgico quatro foram fechadas definitivamente. Em sete delas, as atividades foram suspensas.

“N�o podemos dizer que o segmento est� acabando. Os empres�rios t�m esperan�as de retomar”, comenta Can�ado. Por�m, Minas j� registra, segundo ele, produ��o muito abaixo da capacidade. “Al�m da continuidade da crise mundial em 2018, temos a crise pol�tica brasileira, o que se tornou, para n�s, um agravante”, destaca. Ele diz ainda que os concorrentes das sider�rgicas no exterior est�o fazendo ajustes cambiais, “conforme a economia mundial e n�o como o Brasil”.

Can�ado critica a pol�tica do governo para o setor, e observa que as empresas eram beneficiadas pelo Regime Especial de Reintegra��o de Valores Tribut�rios para as Empresas Exportadoras, o chamado Reintegra, que devolve parcial ou integralmente o res�duo tribut�rio remanescente na cadeia de produ��o de bens exportados. Por�m, em 2015, houve redu��o do cr�dito, que passou de 3% para 0,1%, entre 1º de mar�o de 2015 e 31 de dezembro de 2016. “Na China, esse percentual chega a 15%. Temos lutado para recuper�-lo aos n�veis anteriores, porque os empres�rios n�o est�o vendo lucratividade no neg�cio”, diz


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