Bras�lia, 31 - Pela primeira vez, o Banco Central reconheceu que a infla��o deste ano vai estourar o teto da meta estipulada pelo Conselho Monet�rio Nacional (CMN), de 6,5%. Segundo o Relat�rio Trimestral de Infla��o (RTI), divulgado nesta quinta-feira, 31, o IPCA de 2016 ficar� em 6,6%, e n�o mais em 6,2% como constava do documento de dezembro, pelo cen�rio de refer�ncia. No cen�rio de mercado, a taxa projetada passou de 6,3% para 6,9%.
A nova previs�o vem mais alta, apesar de o BC ter a expectativa de uma infla��o menor nos pr�ximos meses, se apoiando em um processo de grande desinfla��o, em especial dos pre�os administrados. A valoriza��o do c�mbio tamb�m tem indicado no in�cio deste ano que pode colaborar com esse cen�rio. Para o primeiro trimestre do ano, o IPCA acumulado em 12 meses deve ter alta de 9,5%, segundo o RTI. No segundo, a taxa projetada pelo BC � de 8,7% e, no terceiro, de 8,0%.
No cen�rio de mercado, a expectativa do BC � que o IPCA de 12 meses fique em 9,5% ao final do primeiro trimestre, passe para 8,7% no segundo e atinja 8,1% no terceiro, encerrando 2016 em 6,9%.
No �ltimo Relat�rio de Mercado Focus, a mediana das previs�es do mercado para o IPCA de 2016 caiu para 7,31%. Apesar de o levantamento ter mostrado a terceira semana consecutiva de queda das estimativas dos analistas do setor privado, a taxa ainda est� acima do teto da meta para o ano.
Incertezas
O Relat�rio Trimestral de Infla��o traz a avalia��o da diretoria do Banco Central de que as atuais condi��es da economia brasileira "n�o permitem trabalhar com a hip�tese de flexibiliza��o monet�ria".
O novo documento ampliou o rol de incertezas associadas ao balan�o de riscos. No relat�rio de dezembro, o BC destacava incertezas apenas com rela��o � velocidade do processo de recupera��o dos resultados fiscais e � sua composi��o, mas agora tamb�m citou incertezas "quanto ao comportamento recente das expectativas e das taxas observadas de infla��o, combinados com a presen�a de mecanismos de indexa��o na economia brasileira".
Al�m disso, o autoridade monet�ria voltou a avaliar que o processo de realinhamento de pre�os relativos mostrou-se mais demorado e mais intenso que o previsto. E ainda acrescentou, diferentemente do documento anterior, que "remanescem incertezas em rela��o ao comportamento da economia mundial".
O Banco Central voltou a garantir que adotar� as medidas necess�rias de forma a assegurar o cumprimento dos objetivos do regime de metas, ou seja, circunscrever a infla��o aos limites estabelecidos pelo CMN, em 2016, e fazer convergir a infla��o para a meta de 4,5%, em 2017. Ainda assim, o documento admitiu pela primeira vez o estouro da meta neste ano, com um proje��o de 6,6% para o IPCA no cen�rio de refer�ncia.