Bras�lia, 31 - Em meio ao conturbado cen�rio pol�tico, o Banco Central piorou fortemente a previs�o de retra��o do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano. Para a autoridade monet�ria, a economia brasileira vai fechar 2016 com retra��o de 3,5%. A proje��o foi expressa no Relat�rio Trimestral de Infla��o (RTI), divulgado na manh� desta quinta-feira, 31. A previs�o anterior do BC, feita em dezembro, indicava queda bem menos intensa, de 1,9%.
A estimativa de recuo para a produ��o da ind�stria passou de 3,9% para 5,8% no encerramento deste ano. O setor de servi�os dever� recuar 2,4%, ante previs�o anterior de queda de 1,2%. A produ��o agropecu�ria dever� crescer 0,2%, ante estimativa anterior de 0,5%. Os investimentos v�o levar um tombo de 13,0% este ano, de acordo com as novas previs�es do BC, ante 9,5% na proje��o anterior.
Para o consumo do governo em 2016, a proje��o do BC passou de uma alta 0,4% para uma queda de 0,7%. No caso do consumo das fam�lias este ano, a estimativa da autoridade monet�ria passou de -2% para -3,3%.
Os analistas do mercado financeiro estimam, no �ltimo Relat�rio de Mercado Focus, uma queda de 3,66% do PIB em 2016. No �ltimo relat�rio bimestral de receitas e despesas prim�rias, divulgado na semana passada, o governo projetou para o encerramento do ano uma retra��o um pouco mais modesta, de 3,05% no PIB.
C�mbio
A diretoria do BC explicou que as estimativas apresentadas no RTI levaram em conta um c�mbio de R$ 3,70 no cen�rio de refer�ncia. O documento teve como data de corte o dia 18 de mar�o deste ano. A cota��o do c�mbio � menor do que a de R$ 3,90 usada na edi��o anterior. Nesse dia de corte do RTI, o d�lar encerrou os neg�cios a R$ 3,62.
A convers�o do cen�rio de refer�ncia tamb�m � menor do que a que consta na ata do �ltimo Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom), ocorrido no dia 02 de mar�o, de R$ 3,95. Nesse encontro, o colegiado decidiu manter a taxa b�sica de juros est�vel em 14,25% ao ano, mas com um placar dividido por seis a dois. Para a minoria dos membros do Copom, a diretoria j� poderia ter aumentado a Selic para 14,75% ao ano.
O BC repetiu no RTI as mudan�as sobre as contas p�blicas j� apresentadas na �ltima ata. A institui��o passou a considerar um super�vit prim�rio de 0,50% do Produto Interno Bruto (PIB) para 2016 e de 1,30% do PIB para 2017.
Pre�os Administrados
Os pre�os administrados, que foram os grandes vil�es da infla��o de 2015, continuar�o a apresentar altas, ainda que em propor��o bem menor neste e no pr�ximo ano, de acordo com o Relat�rio Trimestral de Infla��o (RTI) divulgado nesta quinta-feira, 31, pelo Banco Central (BC). Pelo documento, a taxa para esse conjunto de itens prevista pela institui��o para 2016 mudou de 5,9% do RTI de dezembro para 6,1%. Na ata do Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom) de mar�o, a estimativa tamb�m era de 5,9%. Para 2017, a expectativa � de alta de 5,00%, mesma varia��o projetada no �ltimo RTI e na ata divulgada no in�cio deste m�s.
Para realizar as revis�es para os pre�os administrados deste ano, o BC levou em considera��o novamente o reajuste de 9,9% nas tarifas de �nibus urbanos e uma redu��o de 3,5% nas contas de luz, consideradas as mudan�as recentes nas bandeiras tarif�rias, que passaram para o patamar verde. As duas observa��es j� haviam sido citadas na �ltima ata do Copom.
Pelo Relat�rio de Mercado Focus da �ltima segunda-feira, os pre�os administrados ter�o alta de 7,30% em 2016 e de 5,50% no ano que vem.