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Estado de Minas

FMI volta a rebaixar proje��o de PIB do Brasil e alerta para grandes incertezas


postado em 12/04/2016 12:55 / atualizado em 12/04/2016 13:03

Washington - O Fundo Monet�rio Internacional (FMI) voltou a rebaixar a previs�o de desempenho econ�mico para o Brasil e alerta que as perspectivas para o pa�s est�o sujeitas a "grandes incertezas". A estimativa � que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve encolher 3,8% em 2016, o pior desempenho entre os principais pa�ses do mundo, segundo o relat�rio Perspectiva Econ�mica Mundial divulgado nesta ter�a-feira, 12. Em janeiro, o Fundo previa queda de 3,5% este ano para o Brasil. Para 2017, o FMI manteve a proje��o de crescimento zero.

"Estas previs�es est�o sujeitas a grandes incertezas", advertem economistas da institui��o no documento, que n�o cita explicitamente o cen�rio pol�tico brasileiro e traz recomenda��o para que o Pa�s tome medidas pelo lado dos impostos para melhorar as contas fiscais. Desde 2012, o Fundo vem rebaixando as previs�es de PIB do Brasil a cada novo relat�rio divulgado e o relat�rio desta ter�a fala em recupera��o "muito gradual" para o Pa�s.

O Fundo ressalta que caso a economia brasileira n�o se recupere como o previsto, o PIB fraco do pa�s junto com o da R�ssia, outro mercado em recess�o, pode voltar a empurrar a expans�o da economia mundial para baixo. Os dois pa�ses respondem por 6% do PIB do planeta e em janeiro, quando divulgou atualiza��o das proje��es, o FMI disse que um dos fatore que pesaram na redu��o da estimativa para o crescimento mundial foi a recess�o no Brasil.

"A contra��o da economia brasileira vem sendo maior que a esperada, enquanto outros pa�ses da Am�rica Latina permanecem em linha com o previsto", afirma o FMI. Para os economistas do Fundo, a incerteza dom�stica segue impedindo o governo de avan�ar com a reforma fiscal, ao mesmo tempo que a recess�o afeta a renda e o emprego. "Com a expectativa de que muitos dos grandes choques de 2015 e 2016 se dissipem, e ajudado por uma moeda mais fraca, o crescimento no Brasil deve ficar positivo durante 2017, contudo, na m�dia o PIB deve ficar est�vel", afirma o FMI.

A recomenda��o do FMI � que o Brasil persista com os esfor�os de consolida��o fiscal. A melhora das contas p�blicas pode estimular uma reviravolta nos n�veis de confian�a dos consumidores e investidores, atualmente em n�veis historicamente baixos. Com a "severa limita��o" no corte de despesas discricion�rias, que s�o gastos p�blicos vinculados, o FMI fala que medidas envolvendo impostos s�o necess�rias no curto prazo, sem especificar quais seriam estas medidas. "Mas o desafio fiscal mais importante � resolver a rigidez dos gastos e a insustent�vel obrigatoriedade das despesas", afirma o FMI.

Infla��o

Para a infla��o, o FMI argumenta que a converg�ncia dos �ndices de pre�os para a meta de 4,5% do Banco Central vai exigir uma "pol�tica monet�ria apertada". A proje��o � que a infla��o brasileira fique em 8,7% este ano e 6,1% em 2017, ambos em queda em rela��o a 2015, influenciada pela redu��o dos efeitos da deprecia��o do c�mbio e do ajuste em pre�os administrados.

A taxa de desemprego deve terminar o ano em 9,2% e subir ainda mais em 2017, atingindo 10,2%. O d�ficit em conta corrente deve ficar em 2% do PIB este ano e 1,5% em 2017.

Reformas estruturais para aumentar a produtividade e a competitividade s�o essenciais para revigorar o crescimento potencial do Brasil, conclui o relat�rio.

Am�rica Latina


O FMI piorou a proje��o de desempenho econ�mico da Am�rica Latina e v� a regi�o encolhendo 0,5% este ano e voltando a crescer, mas em ritmo modesto, em 2017, com expans�o podendo chegar a 1,5%.

A recess�o maior que o esperado do Brasil, o maior pa�s da regi�o, � um dos principais fatores que explicam a piora dos n�meros para a regi�o. Al�m da economia brasileira, outros pa�ses da regi�o devem ter PIB negativo. A Argentina deve encolher 1%, a Venezuela 8% e o Equador 4,5%.

O relat�rio do Fundo elogia a Argentina e destaca a expans�o positiva em outros mercados, como Bol�via, com previs�o de PIB crescendo 3,8% este ano, Peru (+3,7%), M�xico (+2,4%) e Chile (1,5%).

"Na Am�rica Latina, a desacelera��o do Brasil foi maior que o esperado, enquanto a atividade no restante da regi�o ficou basicamente em linha com o previsto", afirma o relat�rio. O FMI nota que n�o h� uma homogeneidade na atividade econ�mica da regi�o. O M�xico e pa�ses do caribe t�m sido beneficiados pela melhora da economia dos Estados Unidos, enquanto Chile e outros pa�ses da Am�rica do Sul v�m sendo afetados pela queda dos pre�os das commodities.

O FMI elogia a Argentina e destaca que a Casa Rosada tem procurado corrigir distor��es macro e microecon�micas. O ajuste empreendido pelo novo presidente, Mauricio Macri, melhora as perspectivas de crescimento para o m�dio prazo, mas deve gerar uma leve recess�o este ano, de acordo com o relat�rio.

Mundo

O FMI tamb�m rebaixou novamente as previs�es para o crescimento da economia mundial, citando a piora do cen�rio para os emergentes e expans�o abaixo do previsto nos pa�ses desenvolvidos. Em 2016, a expectativa � de avan�o de 3,2%, ante 3,4% previstos em relat�rio divulgado em janeiro. Para 2017, o Fundo estima alta de 3,5%, ligeiramente inferior ao estimado anteriormente, 3,6%.

A China, destaca o FMI, agora a maior economia do mundo pelo crit�rio de paridade do poder de compra, foi uma das exce��es e teve estimativas melhoradas. Em janeiro, o Fundo previa expans�o de 6,3% para o pa�s asi�tico em 2016, n�mero elevado agora para 6,5%, por conta de indicadores divulgados recentemente que mostram for�a maior dos servi�os e consumo interno.

A estimativa de 2017 para a China foi aumentada em 0,2 ponto, para 6,2%. O relat�rio alerta, por�m, que ainda h� bastante incerteza sobre a "complexa" transi��o em curso na economia do pa�s, que quer mudar o modelo de crescimento para que o consumo interno tenha mais peso na atividade. O processo pode gerar solavancos na economia mundial, ressalta o relat�rio.

A recupera��o global continua, afirma o FMI no relat�rio Perspectiva Econ�mica Mundial, mas em um ritmo cada vez mais fr�gil. "Muito devagar por muito tempo" � o t�tulo do relat�rio divulgado nesta ter�a pelo Fundo falando das perspectivas econ�micas para 2016 e 2017. Eventos de origem n�o econ�mica, como o terrorismo, tamb�m amea�am a atividade do planeta e sugerem a possibilidade de que resultados piores que o esperado se materializem.

"A incerteza aumentou e os riscos de um cen�rio mais fraco de crescimento est�o se tornando mais tang�veis", afirma o documento. O FMI cita em diversos momentos a recess�o do Brasil, mais profunda que o previsto, e da R�ssia. Casos os dois pa�ses n�o se recuperem como o esperado em 2017, o PIB mundial pode ser novamente empurrado para baixo.

Nos pa�ses avan�ados, os principais mercados tiveram corte de proje��es. A previs�o de crescimento em 2016 dos EUA foi reduzida de 2,6% do relat�rio de janeiro para 2,4%. A de 2017 baixou de 2,6% para 2,5%. Na zona do euro, o FMI antes previa que o PIB fosse avan�ar 1,7% este ano, n�mero reduzido para 1,5%. O Jap�o teve um dos maiores cortes entre os principais pa�ses desenvolvidos, de 0,5 ponto porcentual e o FMI v� o pa�s crescendo apenas 0,5% em 2016 e encolhendo 0,1% no ano que vem.

O FMI cita que uma s�rie de fatores est�o afetando a economia mundial, mas de forma diferente, dependendo do pa�s. A queda dos pre�os do petr�leo, a desacelera��o do crescimento da China, a turbul�ncia no mercado financeiro no come�o do ano, redu��o dos fluxos internacionais de capital para emergentes e retra��o dos investimentos em diversos mercados.

Para os mercados emergentes tamb�m houve corte de proje��es. Esses pa�ses devem crescer 4,1% em 2016, 0,2 ponto a menos do que o estimado em janeiro. Em 2017, a estimativa foi reduzida de 4,7% para 4,6%. A R�ssia foi um dos pa�ses com maior corte de proje��o, de 0,8 ponto na estimativa para este ano. Com isso, o pa�s deve encolher 1,8%. J� a �ndia deve ser um dos destaques de crescimento, avan�ando 7,5% este ano e no pr�ximo, n�mero sem mudan�as em rela��o ao relat�rio de janeiro.


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