
Na lideran�a da gera��o fotovoltaica distribu�da, que acontece com as micro e miniusinas instaladas nos telhados de resid�ncias, pr�dios comerciais e pequenas f�bricas, Minas Gerais tem investimentos tamb�m em usinas de maior porte. Entre 2017 e 2018 existem projetos contratados na ordem de R$ 2,4 bilh�es para gera��o fotovoltaica no estado. Um dos principais aportes � o da usina que ser� instalada pela espanhola Solatio Energia, em Pirapora, com recursos na ordem de R$ 1,6 bilh�o. A primeira fase do empreendimento est� confirmada para entrar em opera��o em julho de 2017.
No ano passado, o aumento da tarifa de energia el�trica para o consumidor brasileiro encareceu a conta em uma m�dia de 51%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e estat�stica (IBGE). Em tempos de crise, a gera��o fotovoltaica, al�m de aliviar o bolso do consumidor, do com�rcio e da ind�stria, tem grande capacidade de gera��o de emprego. B�rbara Rubim coordenadora no Greenpeace da campanha de energias renov�veis, diz que entre os sistemas de gera��o de energia, o fotovoltaico � o campe�o na abertura de postos de trabalho. “S�o 30 empregos por megawatt instalados”, garante.
Segundo ela, o setor pode deslanchar no pa�s, mas depende de uma pol�tica p�blica, como redu��o por tempo determinado de impostos como PIS/Cofins e IPI, j� que grande parte dos equipamentos utilizados no setor s�o importados. “S� teremos queda de pre�os da tecnologia, com a escala, o que acontecer� com o fortalecimento do mercado interno.” Outra medida defendida pelo Greenpeace para popularizar o uso da energia fotovoltaica est� na reserva do trabalhador. “O governo poderia, por exemplo, liberar o uso do FGTS para implanta��o de usinas residenciais, isso seria um grande benef�cio.”
Atualmente a Solatio totaliza 1 Gigawatt em projetos em todo o Brasil j� contratados pela Ag�ncia Nacional de Energia El�trica (Aneel), 640 megawatts em Minas Gerais e 360 megawatts em S�o Paulo. “Em Pirapora o potencial de gera��o � de 600 mil megawatts/hora ano, e a usina ter� duas etapas. A primeira fase entrar� em opera��o em julho de 2017 e a segunda em novembro de 2018”, diz B�rbara Freire, diretora de novos neg�cios da Solatio. Pelos c�lculos da Associa��o Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) a gera��o em Pirapora vai gerar um volume de energia capaz de atender a 300 resid�ncias, perto de 1 milh�o de consumidores.
AQUECIDO Em Belo Horizonte, Miriam Diniz, diretora de novos neg�cios da Emap Solar, especializada na instala��o de usinas e sistemas fotovoltaicos de gera��o distribu�da, aponta que, a despeito da crise que o pa�s enfrenta, o cen�rio � promissor para o setor que tem participa��o ainda m�nima no pa�s. “Este ano, esperamos crescer 300% o que coincide com a expectativa do mercado”, comenta. A empresa, que foi respons�vel por instalar o sistema fotovoltaico do est�dio do Mineir�o, diz que 80% de seus projetos s�o residenciais e que tem crescido o interesse pela fonte renov�vel.
“Precisamos ter linhas de cr�dito mais espec�ficas com taxas de juros mais atrativas”, considera a diretora da Emap. Segundo ela, hoje, quem recorre as institui��es financeiras para viabilizar projetos vai encontrar taxas variando entre 2% e 3% ao m�s. “O que � muito alto.” Miriam lembra ainda a diferen�a existente entre o sistema utilizado por brasileiros para aquecimento da �gua e a gera��o de energia. “S�o sistemas diferentes.” Nas usinas ou gera��o distribu�da, a energia gerada pelos pain�is fotovoltaicos � entregue � rede el�trica convencional.
B�rbara Rubim, do Greenpeace, aponta ainda como benef�cio da renov�vel, a velocidade de montagem de um parque solar, que pode levar seis meses apenas, e o seu menor impacto ambiental. Ela diz que nos pa�ses onde a tecnologia deslanchou houve apoio p�blico e perspic�cia do setor privado para contornar os entraves. A boa not�cia, segundo a especialista, � que at� o ano passado (�ltima lista dispon�vel) o Brasil figurava entre os 10 pa�ses mais atrativos para investimentos em energias renov�veis.
REGULAMENTA��O No pa�s a regula��o para gera��o distribu�da s� foi finalizada no ano passado. “Apesar de o Brasil estar bem atrasado em rela��o ao mundo, o potencial do pa�s � grande”, considera F�bio Luiz Cuberos, diretor de regula��o da Safira Energia. Ele acredita que um al�vio de impostos como o Imposto sobre Circula��o de Mercadorias e Servi�os (ICMS) poderia incentivar principalmente o mercado da gera��o distribu�da, j� que esse sistema � interessante para o consumidor, trazendo al�vio direto na conta de energia e um retorno do investimento em at� nove anos. Os leil�es mais regulares para a energia fotovoltaica tamb�m s�o uma primeira sinaliza��o para o in�cio da escala.
Apesar de os grandes projetos nacionais de gera��o privilegiarem o sistema hidrel�trico, para muitos, mundialmente o momento � auspicioso para as energias renov�veis. Na opini�o da espanhola Solatio, o setor de energias renov�veis vive expectativas de expans�o em todo o mundo, principalmente no Brasil. “O pre�o da energia solar n�o oscila tanto com o aumento da infla��o do pa�s devido ao constante melhoramento de seus equipamentos e diminui��o de custos em economia de escala”, comenta B�rbara Freire.