Logo de sa�da, a prioridade � aprovar duas medidas no Congresso: a fixa��o de um teto para as despesas e a desvincula��o de gastos sociais, em particular a de benef�cios ao sal�rio m�nimo. Mais � frente, podem sugerir reformas na Previd�ncia.
O foco do pacote � sinalizar, logo de in�cio, que haver� queda na trajet�ria da d�vida no m�dio prazo, o que tende a resgatar a confian�a e gerar um efeito domin� ben�fico. Estima-se que haver� a volta dos investimentos, em especial internacionais, seguida de recuo na cota��o do d�lar. Nesse ambiente, a infla��o, que j� est� cedendo, ter� al�vio adicional, o que abriria terreno para o Banco Central reduzir a Selic, a taxa b�sica de juros. Adicionalmente, seria poss�vel cortar a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP). Ela � usada nos financiamentos a empresas concedidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES).
O diagn�stico desenhado nas �ltimas semanas aponta que uma queda mais r�pida dos juros serviria como um instrumento importante para o ajuste fiscal e para a retomada do crescimento econ�mico. Afinal, s� com o fim da recess�o e a volta do crescimento ser� poss�vel melhorar a arrecada��o, que n�o para de cair. Com o choque de confian�a, alguns economistas acham que a Selic, hoje em 14,25%, pode fechar o ano em 11,25% ou perto disso.
A fixa��o de um teto para o total das despesas � vista tamb�m como uma ferramenta para melhorar a gest�o de todos os gastos, at� mesmo dos fixos, que o governo n�o tem autonomia para mexer. Isso ocorre porque, ao se determinar um teto, todas as despesas ser�o reduzidas proporcionalmente. Na pr�tica, significa, por exemplo, que n�o � necess�rio desvincular os gastos com Sa�de e Educa��o, fixados na Constitui��o.
As concess�es p�blicas j� em curso ser�o tocadas, mas o eventual novo governo vai reformular esse programa, considerado fundamental. De um lado, ele pode refor�ar o caixa com receitas extraordin�rias, inclusive com d�lares de investidores externos. De outro, vai auxiliar na retomada do emprego, mais uma pe�a considerada central na pol�tica econ�mica que est� sendo desenhada.
Equipe
Escolhido pelo vice-presidente para comandar a economia, o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles est� definindo nomes justamente para a presid�ncia do BC e para o comando dos bancos oficiais - Banco do Brasil, BNDES e Caixa Econ�mica Federal. Nesta segunda-feira, 2, Meirelles dever� se reunir com o senador Romero Juc� (PMDB-RR), indicado para o Minist�rio do Planejamento, e um dos principais interlocutores de Temer. Meirelles apresentou a Temer quatro nomes para o BC: Carlos Kawall, ex-secret�rio do Tesouro Nacional, Ilan Goldfajn, Afonso Bevilaqua e M�rio Mesquita. Os tr�s �ltimos ex-diretores do BC.
Para a equipe do Minist�rio da Fazenda, um dos cotados � o ex-diretor do BC Carlos Hamilton, que � diretor da J&F, que controla a JBS. Meirelles � presidente do conselho consultivo da J&F. A orienta��o do vice-presidente � de que a equipe do BC tenha sintonia e com a do Minist�rio da Fazenda. Interlocutores do vice afirmam que n�o � inten��o no momento discutir a independ�ncia operacional do Banco Central, que manter� a autonomia para decidir os rumos da pol�tica monet�ria.