
A vis�o j� est� turva, as pernas pesadas e as obriga��es de uma vida inteira come�am a pressionar o bolso com a necessidade de tomar rem�dios, pagar consultas m�dicas e ajudar familiares, tudo cabendo na parca aposentadoria. N�o bastasse isso, em uma fase da vida considerada de alta vulnerabilidade, os idosos se tornaram alvo f�cil de espertalh�es, da oferta de dinheiro f�cil e at� mesmo da venda da promessa de sa�de, que encobrem empr�stimos consignados.
Uma nova modalidade de golpe que vem ganhando volume, ao lado de outros formas batidas de abuso como a venda de colch�es e travesseiros, mantas prometem a cura de diabetes, artrose e hipertens�o. “Isso � uma propaganda enganosa, na qual a venda se transverte de tratamento, que � o maior apelo para a terceira idade: a sa�de de volta”, diz Amorim. Ele tamb�m lembra que esse “milagre” � extremamente oneroso para os idosos, que chegam a pagar R$ 6 mil por um colch�o ou travesseiros.
Os golpistas, diz Amorim, chegam de v�rios estados e com alvos certos. Estacionam at� tr�s carros em uma regi�o e partem para o ataque j� com contratos de empr�stimos consignados prontos. Quando d�o por si, os idosos contra�ram d�vidas entre R$ 1 mil at� R$ 6 mil, para pagamento no per�odo de 48 a 60 meses por produtos superfaturados e que prometem ser milagrosos. “Para evitar isso, os idosos precisam buscar informa��o nos �rg�os de prote��o ao consumidor, antes de assinar qualquer contrato ou fazer uma compra que pode parecer vantajosa.
Dizer n�o O chefe do Procon da Assembleia Legislativa de Minas, Marcelo Barbosa, lembra ainda que o abuso aos idosos muitas vezes parte da pr�pria fam�lia. Para n�o experimentar o abandono, muitas vezes os idosos emprestam aos parentes seu cart�o e senha. Com isso, o familiar fica com o dinheiro e deixa o pagamento nas costas do aposentado. “O idoso na busca de companhia compra o carinho de alguns parentes com empr�stimos, celulares modernos e outras despesas, mas essa � uma esfera privada, que n�o podemos invadir”, diz Barbosa. Ele afirma que pelo menos 20% das queixas que chegam ao Procon s�o de idosos superendividados e v�timas de diversos golpes.
Uma dica de Barbosa para os idosos � nunca entregar a terceiros seu cart�o de banco e sua senha. “A informa��o banc�ria pertence a ele, e s� em caso de necessidade, deve pedir ajuda”, diz. Al�m disso, garante, que se deve consultar o Procon e Banco Central, antes da compra de um servi�o. Para evitar o golpe, outra coisa importante, segundo Barbosa, � n�o adquirir nada de que a pessoa n�o esteja precisando. “Se voc� n�o foi buscar pelo produto, descarte as ofertas por telefone, visita ou e-mail. � preciso dizer n�o”, recomenda.
Sorteio duvidoso Nancy Soares Ribeiro, de 68 anos, que na semana passada participou do Ciclo de palestras: Armadilhas do consumo na terceira idade realizado pelo Procon-MG, �rg�o integrante do Minist�rio P�blico de Minas Gerais, conta que j� se cansou de desligar liga��es que, � primeira vista, parecem vantajosas. “Recebi duas liga��es perguntando se o meu aparelho era da Vivo, porque havia uma promo��o pr�-aprovada para me beneficiar. Atendi tamb�m uma liga��o informando que eu tinha ganhado um pr�mio, dois aparelhos, mas, antes mesmo de saber mais detalhes, desliguei. Sempre corto o assunto”, ensina a aposentada. Celina Lopes Lovise diz que tamb�m teve a sorte de ser premiada com R$ 10 mil, mas teria que digitar uma senha usada no banco. Fazendo valer o ditado de que o santo desconfia quando a esmola � demais, ela optou por desligar a liga��o.
No entanto, Leny Paiva de Oliveira n�o teve a mesma sorte. Ele se viu obrigada a passar um m�s sem um centavo porque o banco fez uma aplica��o com o dinheiro dela sem autoriza��o. E mais, ainda comprou um t�tulo de capitaliza��o em nome dela por tr�s anos no valor de R$ 3 mil. “Moro sozinha e ajudo no que passo a fam�lia, portanto, a partir disso tive dias muitos dif�ceis!”, conta. Os dessabores de Leny com o banco n�o ficaram s� nisso. Ela teve sua conta transferida da avenida Ant�nio Carlos, na Pampulha, para a Cidade Administrativa, em Vespasiano, sem qualquer aviso-pr�vio. “H� anos eu recebo a pens�o de meu marido e meu sal�rio na ag�ncia pr�xima de minha casa e o banco mudou sem me avisar. Eu tenho o direito de escolher”, diz Leny, que j� pediu socorro ao Procon-MG.
COMO SE PROTEGER
» O cart�o, a senha e todas as informa��es banc�rias pertencem ao titular da conta. N�o forne�a a ningu�m esses dados
» Nunca aceite oferta de produtos que n�o tenham sido demandados por voc� por meio de telefone, visita ou e-mail
» Antes de contrair um empr�stimo consignado procure informa��o sobre a institui��o financeira escolhida e as condi��es do contrato junto aos �rg�os de defesa do consumidor
» Antes de fazer novos empr�stimos, procure informa��o sobre as pend�ncias j� existentes tamb�m junto �s operadoras de cart�o de cr�dito
Fonte: Procon-MG