Lojistas dos shoppings populares prometem parar novamente amanh� se n�o houver acordo

Os lojistas dos shoppings populares de Belo Horizonte v�o fechar novamente as portas amanh�, se as negocia��es com os propriet�rios dos estabelecimentos e representantes do prefeito M�rcio Lacerda (PSB) n�o avan�arem. Uma reuni�o est� marcada para amanh� as 11h, na sede da prefeitura, caso n�o tenham resposta eles v�o baixar as portas. "E sem data para voltar", afirma Gilson Lima, lojista h� 12 anos do shopping Oi. Hoje, as lojas dos quatro shoppings populares da regi�o da avenida Oiapoque v�o permanecer fechadas.

Durante a manh� de hoje algumas tentaram abrir, mas foram impedidas de continuar funcionando pelos manifestantes. Os lojistas querem a revis�o dos valores dos alugu�is e das multas e taxas cobradas pelos propriet�rios dos im�veis onde as lojas funcionam e tamb�m da lei, aprovada em 2005, que regulamentou a opera��o urbana da transfer�ncia dos camel�s para os shoppings populares. Ao todo, os shoppings dessa regi�o t�m cerca de 2 mil lojistas.

A manifesta��o na manh� de hoje come�ou logo cedo na porta do Oi, o maior e mais antigo shopping popular da capital, e do Xavantes. Os lojistas se recusaram a abrir as portas e a rua foi fechada. Os poucos estabelecimentos que abriram tiveram que encerrar as atividades depois que os manifestantes invadiram os estabelecimentos aos gritos de “fecha, fecha”. Houve um tumulto no Xavantes, depois que um dos seguran�as apontou a arma para uma das manifestantes. A reportagem chegou a flagrar um dos seguran�as, vestido de terno e gravata, com uma arma na m�o.

Um dos dirigentes da Uni�o dos Lojistas dos Shoppings Populares de BH, Pedro dos Santos Costa, diz que al�m dos altos alugu�is, os comerciantes t�m que pagar diversas taxas e multas que inviabilizam o neg�cio. S�o cobradas multas para quem abre ou fecha a loja antes do hor�rio estabelecido pela administra��o e tamb�m um percentual, que varia de 10% a 20%, sobre a venda do ponto.
Segundo outro lojista, que pediu para n�o ser identificado, as taxas sobre o repasse do ponto s�o abusivas. “Quem vende um ponto por R$ 50 mil tem que pagar at� 10 mil para trocar o shopping trocar o nome do respons�vel pelo box”. Eles tamb�m reclamam do tratamento dado para quem n�o paga o aluguel do box em dia. De acordo com Gilson Lima, a administra��o solda a fechadura com toda a mercadoria dentro e o lojista s� consegue entrar se acertar o d�bito. O aluguel mais baixo, dos boxes menores e no fundo dos estabelecimentos, gira em torno de R$ 800 e taxa de condom�nio, na faixa de R$ 500.

Por meio de uma nota, a administra��o do Shopping Xavantes afirmou que os valores do aluguel das lojas s�o pr�-estabelecidos em contratos, assinados pelos lojistas em plena consci�ncia dos encargos. Diz ainda que os valores n�o s�o reajustados h� tr�s anos. A reportagem n�o conseguiu contato com os propriet�rios dos shoppings Xavante e Bel�.