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Estado de Minas

Desconhecidas, redes regionais driblam a crise

Juntas, essas empresas venderam no ano passado R$ 49,5 bilh�es, quase um quarto da receita das 10 maiores, que somou R$ 195 bilh�es


postado em 08/08/2016 07:55 / atualizado em 08/08/2016 08:45

S�o Paulo, 08 - Thiago Nagumo, s�cio da rede de supermercados Nagumo, com 42 lojas no Estado de S�o Paulo, a maior parte em regi�es de periferia, est� otimista. Para 2016, espera ampliar entre 15% e 20% as vendas, depois de crescer 6% o faturamento em 2015. "Achava que o ano passado seria ruim e, no final, foi melhor", diz o empres�rio, de 31 anos. Por causa da crise, ele conta que surgiram muitas oportunidades de comprar lojas de concorrentes que fecharam as portas. No ano passado, a varejista abriu uma unidade e planeja mais quatro para este ano, al�m de um novo centro de distribui��o em Guarulhos (SP), onde fica a sua sede.

A rede de Nagumo, que relan�ou em 2001 a marca fundada por seus av�s na d�cada de 60, cujas 12 lojas tinham sido vendidas no fim dos anos 90 para o Grupo P�o de A��car, n�o � a �nica varejista na contram�o do mercado.

Em um cen�rio desanimador para o setor - no ano passado as vendas do varejo, excluindo carros e material de constru��o, ca�ram 4,3%, descontada a infla��o - algumas empresas regionais t�m conseguido manter um desempenho favor�vel.

 

"H� verdadeiras joias escondidas no varejo brasileiro", constatou Eduardo Terra, presidente da Sociedade Brasileira de Varejo de Consumo (SBVC), a partir do ranking que re�ne as 300 maiores companhias do setor em vendas.

Na lista deste ano, feita a partir de dados de 2015, foram identificadas 79 desconhecidas do varejo nacional. Juntas, essas empresas venderam no ano passado R$ 49,5 bilh�es, quase um quarto da receita das 10 maiores, que somou R$ 195 bilh�es.

"Quase um ter�o das 300 maiores varejistas s�o empresas de gest�o simples, muitas vezes l�deres regionais com faturamento relevante, produtividade elevada e desconhecidas nacionalmente", observou Terra. Parte delas informou pela primeira vez neste ano a receita. Outra parte entrou no ranking por estimativa, levando-se em conta as vendas por loja de tr�s concorrentes pr�ximas. O processo foi validado pela empresa de auditoria KPMG.



Segredo

Na rede Nagumo, que n�o revela o faturamento, mas que na estimativa da SBVC teria sido de R$ 1,9 bilh�o no ano passado, os pilares do sucesso s�o as negocia��es favor�veis na compra e a presta��o de servi�o ao cliente. Um exemplo � a presen�a do velho empacotador, figura rara hoje nos grandes supermercados. Thiago Nagumo resume a estrat�gia da empresa em rela��o ao dia a dia dos neg�cios e aos investimentos como "bem p� no ch�o".

Essa tamb�m � a aposta da dire��o de outra "joia" revelada no ranking, a rede ga�cha de m�veis e eletrodom�sticos Lebes, comandada por Otelmo Drebes. "N�o temos nada de excepcional: nossa empresa � familiar, capitalizada e marcada pela profissionaliza��o", diz o presidente. Com 135 lojas, a rede vendeu R$ 900 milh�es em 2015, uma expans�o de 4% na receita. Para este ano, a expectativa � crescer entre 4% e 5%. Drebes contou que sempre financiou as vendas no credi�rio pr�prio. "Recebemos receita de juros em vez de pagarmos juros."

O empres�rio explica que, com a crise e o encolhimento dos concorrentes, apareceram oportunidades de abrir lojas em cidades importantes. Depois de 60 anos de opera��o, no m�s passado pela primeira vez a rede varejista cruzou a fronteira do Estado e abriu a primeira loja em Santa Catarina.

Para o ano que vem, est�o previstas seis lojas, parte delas no litoral catarinense. Apesar da recess�o, o ritmo de abertura de lojas se manteve. Foram inauguradas seis lojas no ano passado, est�o programadas sete para este ano e seis para o ano que vem.

Terra, da SBVC, ressalta que existe uma falsa ideia de que o varejo brasileiro � concentrado. A for�a das l�deres regionais - que conhecem melhor o cliente, conseguem fazer uma boa gest�o de custos e alcan�am taxas de crescimento de vendas melhores do que as grandes redes nacionais - � prova de que essa premissa n�o � verdadeira.

No segmento de farm�cias, por exemplo, que praticamente n�o tem sentido a crise pelo fato de vender rem�dio que � um item essencial, o ranking revelou outro "achado": a Drogaria S�o Jo�o, com 500 lojas espalhadas no Sul e vendas estimadas de R$ 1,085 bilh�o em 2015. "O diferencial da S�o Jo�o � o seu tamanho, que n�o tinha sido revelado", diz Terra. Procurada, a empresa n�o tinha porta-voz para comentar os resultados.

Desempenho

 

J� a quase centen�ria Drogaria Catarinense, que em 2006 passou a se chamar Cia Latino Americana de Medicamentos (Clamed), dona tamb�m das bandeiras, Farm�cia Pre�o Popular, Farmagora e Proformula, apareceu pela segunda vez n o ranking.

Com 350 lojas em 2015, a empresa faturou R$ 1,8 bilh�o e cresceu quase 24% em rela��o a 2014. Esse desempenho supera a marca obtida no mesmo per�odo pela gigante do setor Raia Drogasil, com vendas que avan�aram 21%, segundo o ranking.

Limiro Nascimento, vice-presidente da Clamed, atribui parte do resultado ao pr�prio mercado, que cresceu a uma taxa de dois d�gitos. Mas pondera que o grupo tem se pautado por uma expans�o org�nica e sustent�vel, com a constante abertura de lojas. A empresa encerrou o m�s passado com 382 lojas nos estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paran�, Mato Grosso do Sul e S�o Paulo. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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