Em 2016, a expectativa do Sebrae-Minas � que o n�mero de empreendedores no estado encerre o ano sem crescimento. Haroldo Santos, analista do Sebrae, atribui o freio na atividade dos pequenos � crise que o pa�s atravessa. “Muitos empreendedores optam por testar o neg�cio na informalidade e com a crise da economia postergam a formaliza��o aguardando um melhor momento para os neg�cios”, avalia.
A recess�o tamb�m afetou a natureza da motiva��o. Ainda n�o h� dados dispon�veis para 2016, mas a estimativa do Sebrae � que at� o fim do ano a abertura de novos neg�cios por necessidade, ultrapasse aqueles empreendimentos abertos por oportunidade. H� pouco mais de um ano Wericson Souza, 20 anos, decidiu abrir o pr�prio neg�cio. Depois de se formar no curso t�cnico de administra��o ele distribuiu curr�culos em diversas empresas, mas n�o recebeu propostas. Cansado de esperar por uma oportunidade no mercado de trabalho, ele decidiu seguir em frente, trabalhando por conta pr�pria.
Ainda no ensino m�dio, Wericson havia aprendido com uma amiga a fazer bombons para custear um acampamento de escoteiros. Tirando a receita da gaveta, Wericson se cadastrou como MEI e abriu a Provocatto Cacau. Apesar do mercado estar devagar ele se mant�m firme na produ��o de 200 chocolates por semana e a maioria da venda � feita em portas de escola. “Agora estou entrando em um novo meio que s�o os caf�s e restaurantes. Acho que at� o Natal vou fabricar cerca de 300 'provocattos' por semana”, calcula. O sonho de Wericson � permanecer no mercado e chegar a ser um grande fabricante da iguaria. “Penso em progredir para um food bike, depois abrir quiosques e uma loja pr�pria. No futuro, quero transformar a Provocatto em uma franquia”, planeja.
O empreendedorismo no pa�s tamb�m est� concentrado nas grandes regi�es, no Centro do estado e no Sul de Minas. As cidades mineiras com o maior n�mero de formalizados s�o Belo Horizonte, Contagem, Uberl�ndia, Juiz de Fora, Betim, Montes Claros, Ribeir�o das Neves, Divin�polis, Governador Valadares e Ipatinga. A regi�o Central, onde est� a capital, det�m 44% do mercado e o Sul de Minas, 15%, seguido pelo Tri�ngulo com 10,5%. O empreendedorismo individual tem bem menos f�lego, no Jequitinhonha, Mucuri e Noroeste (veja quadro). Entre as atividades mais procuradas, o com�rcio de vestu�rio e acess�rios, cabeleireiros, obras de alvenaria, bares, lanchonetes e est�tica lideram o ranking.
Conforme os n�meros do Sebrae, em Montes Claros s�o 12.901 MEIs, sexta posi��o no estado. Um dos integrantes desse contingente � Clever Oliveira, prestador de servi�os na �rea de beleza. Como alternativa para vencer a recess�o, Clever diversificou o portf�lio. O empreendedor trabalha com massagens relaxantes em empresas e durante eventos, presta servi�os como barbeiro e cabeleireiro. “Diversifico as atividades. Por exemplo: quando as massagens est�o em baixa, trabalho com cabelo, barba e sobrancelhas”, diz o microempreendedor individual.
Ele inovou suas atividades e passou a prestar servi�os a domic�lio. Para isso, se cadastrou em um canal de comunica��o criado recentemente em Montes Claros, em que os clientes s�o atendidos em suas pr�prias casas e fazem o agendamento pela internet. “O cliente n�o tem que ficar esperando horas no sal�o. � s� acessar a internet que o sal�o vai at� a casa dele”, comenta o prestador de servi�os.
LEGISLA��O
Hoje o Projeto de Lei 125/2015 – Crescer sem Medo, que prev� novas altera��es no Simples Nacional, retorna a C�mara dos Deputados para vota��o. Entre as propostas est� a eleva��o o teto anual de faturamento do Microempreendedor Individual de R$ 60 mil para R$ 81 mil. O projeto j� foi aprovado pelo plen�rio do Senado, e se passar pela C�mara, seguir� para a san��o do presidente. No entanto, as novas faixas s� passam a valer a partir de 2018. Para Haroldo Ara�jo, a amplia��o do teto anual pode provocar uma transforma��o no perfil das empresas. “Muitas microempresas podem optar pela modalidade do Microempreendedor Individual.”
Crescer sem Medo prev� ainda a cria��o de uma faixa de transi��o de at� R$ 4,8 milh�es de faturamento anual para as empresas que ultrapassarem o teto de R$ 3,6 milh�es. A faixa de transi��o vai funcionar como a progress�o de al�quota j� praticada no Imposto de Renda de Pessoa F�sica, ou seja, quando uma empresa exceder o limite de faturamento da sua faixa a nova al�quota ser� aplicada somente no montante ultrapassado. O texto prev� tamb�m, com validade a partir de janeiro de 2017, o prolongamento do parcelamento das d�vidas das pequenas empresas de 60 para 120 meses.