Aos poucos, e depois de 10 meses em alta, o feij�o-carioca come�a a dar uma pequena tr�gua para o or�amento. Pesquisa do site Mercado Mineiro, divulgada ontem, mostra que o pre�o desse item tradicional na mesa do brasileiro caiu em at� 17,37%, em Belo Horizonte. O quilo de marcas conhecidas passou de uma m�dia de R$ 12 para cerca de R$ 10. Mas, apesar da baixa, a previs�o � de que no decorrer dos pr�ximos meses, o quilo do gr�o continue pesando no bolso dos consumidores, e, por causa do custo de produ��o cada vez mais alto, ainda ser� dif�cil compr�-lo com valores semelhantes aos praticados em 2015.
No �ltimo �ndice de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), divulgado no in�cio de setembro, o feij�o-carioca colaborou para a desacelera��o da infla��o no pa�s (hoje em8,97% em 12 meses), ao ficar 5,60% mais barato na passagem de julho para agosto. Apesar do desempenho favor�vel no per�odo, essa primeira redu��o ainda n�o foi suficiente para reverter toda a alta registrada no ano, que chega a 136,57%.
“O que est� ocorrendo agora � que ainda h� produtores fazendo colheita da terceira safra”, explica o analista de agroneg�cio da Federa��o da Agricultura e Pecu�ria do Estado de Minas Gerais (Faemg), Caio Coimbra. Segundo ele, como Minas Gerais � o segundo maior produtor do gr�o, perdendo apenas para o Paran�, com a entrada da terceira safra (entre julho a setembro), h� uma oferta maior do produto no mercado, o que impacta no valor dele. “No ano passado, o quilo custava uma m�dia de R$ 8. Atualmente, est� saindo de R$ 12 para R$ 10”, compara.
A pesquisa do site Mercado Mineiro foi feita entre os dias 5 e 14 de setembro em compara��o a julho deste ano, e foram analisados 41 produtos, em 12 supermercados de BH e regi�o metropolitana. O quilo do feij�o-carioca Tryumpho, que em julho custava R$ 12,49, agora est� custando R$ 10,32. O da marca Pink est� em R$ 10, 91, sendo que, h� tr�s meses custava em m�dia R$12,25 – uma redu��o de 10,94% (veja quadro). “O principal fator para essa queda n�o � clim�tico. Trata-se de uma quest�o de oferta e o fator predominante � a terceira safra”, defende Coimbra.
EST�VEL Ele explica que, em Minas, a safra � divida em tr�s etapas, sendo a primeira com cultivo em novembro e colheita em janeiro, para qual este ano foram produzidos 190 mil toneladas de gr�o no estado. A segunda come�a em fevereiro e termina em maio, e este ano alcan�ou 151 mil toneladas de produ��o. A terceira vai de julho a setembro, e chegou a 178 mil toneladas. Ele diz que a �ltima safra � irrig�vel e, por isso, o n�mero de produtores diminui apesar de haver uma maior produtividade.
Coimbra ainda ressalta que, embora nesta �poca, haja mais feij�o no mercado mineiro, a tend�ncia � uma estabiliza��o do pre�o nos supermercados da capital. “Com a escassez do gr�o, a saca para o produtor estava em R$ 450 a R$ 500. Hoje, houve uma redu��o de cerca de 30% sobre esse valor e n�o h� sinais de que esse pre�o caia.” Isso porque, conforme explica o analista, o gr�o n�o tem capacidade de voltar a ter o pre�o que teve em 2015, quando o quilo custava em m�dia R$ 8 para o consumidor final. “V�rios insumos para a produ��o do feij�o sofreram uma varia��o alta, como � o caso da energia el�trica, m�o de obra, entre outros. A expectativa � que, mesmo em janeiro, na maior safra do estado, o pre�o desse item fique como est�”, aposta.