Pela primeira vez em quatro anos, o Banco Central (BC) baixou os juros b�sicos da economia. Por unanimidade, o Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom) reduziu hoje (19) a taxa Selic em 0,25 ponto percentual, para 14% ao ano. A decis�o era esperada pelos analistas financeiros, que previam o corte dos juros a partir deste m�s.
A Selic � o principal instrumento do Banco Central para manter sob controle a infla��o oficial, medida pelo �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA). Oficialmente, o Conselho Monet�rio Nacional estabelece meta de infla��o de 4,5%, com margem de toler�ncia de 2 pontos, podendo chegar a 6,5%. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), o IPCA acumulou 8,48% nos 12 meses encerrados em setembro, depois de atingir o recorde de 10,71% nos 12 meses terminados em janeiro.
No Relat�rio de Infla��o, divulgado no fim de setembro pelo Banco Central, a autoridade monet�ria estima que o IPCA encerre 2016 em 7,3%. O mercado est� um pouco menos pessimista. De acordo com o boletim Focus, pesquisa semanal com institui��es financeiras divulgada pelo Banco Central, a infla��o oficial fechar� o ano em 7,01%.
At� a �ltima reuni�o do Copom, em agosto, o impacto de pre�os administrados, como a eleva��o de tarifas p�blicas, e o de alimentos, como feij�o e leite, contribu�am para a manuten��o dos �ndices de pre�os em n�veis altos. De l� para c�, no entanto, a infla��o come�ou a desacelerar por causa da recess�o econ�mica e da queda do d�lar. Em setembro, o IPCA ficou em 0,08%, a menor taxa para o m�s desde 1998.
Embora ajude no controle dos pre�os, o aumento ou a manuten��o da taxa Selic em n�veis elevados prejudica a economia. Isso porque os juros altos intensificam a queda na produ��o e no consumo. Segundo o boletim Focus, os analistas econ�micos projetam contra��o de 3,19% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e servi�os produzidos pelo pa�s) em 2016. No �ltimo Relat�rio de Infla��o, o BC manteve a estimativa de retra��o da economia em 3,3%.
A taxa � usada nas negocia��es de t�tulos p�blicos no Sistema Especial de Liquida��o e Cust�dia (Selic) e serve de refer�ncia para as demais taxas de juros da economia. Ao reajust�-la para cima, o Banco Central segura o excesso de demanda que pressiona os pre�os, porque os juros mais altos encarecem o cr�dito e estimulam a poupan�a. Quando reduz os juros b�sicos, o Copom barateia o cr�dito e incentiva a produ��o e o consumo, mas enfraquece o controle da infla��o.
