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Estado de Minas

Mensalidade escolar vai pesar ainda mais no bolso em 2017

Mensalidades ter�o reajuste de 11% a 14% em 2017, quase tr�s vezes acima da infla��o estimada para o ano, de 5%


postado em 25/10/2016 06:00 / atualizado em 25/10/2016 09:52

"As escolas t�m um peso consider�vel no or�amento e, com esse reajuste, elas geram mais infla��o" Daniel Bonis, pai de um menino de 10 anos (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

"Acho muito alto um reajuste de at� 14%. Al�m da mensalidade, os uniformes e livros tamb�m s�o caros" Renata Senra, m�e de tr�s crian�as de 6 a 9 anos (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

O avan�o dos custos fixos, o maior uso da tecnologia nas escolas, a alta da inadimpl�ncia que saltou de uma m�dia 5% para at� 16% este ano no estado, a crescente demanda das fam�lias por novos profissionais nas escolas e at� a pris�o do ex-presidente da C�mara dos Deputados Eduardo Cunha est�o na lista do Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep-MG) para justificar o reajuste m�dio das mensalidades escolares, entre 11% e 14%, apresentado para 2017. O percentual � quase tr�s vezes a infla��o prevista pelo relat�rio de mercado do Banco Central, o Boletim Focus, que estima uma alta de 5% no custo de vida no ano que vem.

O pre�o mais alto da escola vai pegar os pais no momento em que as negocia��es para reajuste dos sal�rios no pa�s n�o t�m ultrapassado a infla��o. O custo de vida calculado pelo IBGE est� previsto para fechar 2016 em 6,89%, segundo as �ltimas estimativas divulgadas pelo BC. O percentual est� acima do teto da meta estipulado pelo governo para a infla��o oficial do pa�s, de 6,5%, mas, ainda assim, � menos da metade do teto m�dio de reajuste estimado pelas escolas para 2017.

Entidades de defesa do consumidor afirmam que os pais t�m direito de verificar de perto a planilha de custos das institui��es de ensino, avaliar ponto por ponto, caso considerem os reajustes muito pesados. “Depois de verificar o que est� pressionando os gastos das escolas, os pais ter�o informa��es para analisar se o reajuste � abusivo e question�-lo. Um reajuste que � o dobro da infla��o deve ser explicado �s fam�lias”, alerta Lillian Salgado, advogada especializada em defesa do consumidor e presidente do Instituto Nacional de Defesa Coletiva.

Renata Senra, m�e de tr�s crian�as em escola particular, fecha os olhos devagar ao ouvir a previs�o do Sindicato das Escolas Particulares para o ano que vem. Ela acha a m�dia de reajustes, entre 11% e 14%, muito pesada e considera que as mensalidades das escolas deveriam estar alinhadas com o custo de vida. Suas crian�as t�m entre 6 e 9 anos e Renata planeja mant�-las na rede privada, mas aponta que j� andou pensando na possibilidade de experimentar a escola p�blica. A comerciante aut�noma diz que os custos da escola pesam no or�amento e para fazer frente �s despesas tem cortado gastos em outras �reas, principalmente com lazer. “Acho muito alto um reajuste de at� 14%. Al�m da mensalidade, existem outros gastos. Os uniformes e livros tamb�m s�o muito caros”, observa.

O filho de 10 anos do administrador Daniel Bonis sempre estudou na rede privada. Bonis diz que a educa��o de qualidade � uma prioridade, mas considera um reajuste de at� 14% “alto e pesado”, especialmente porque a renda das fam�lias n�o cresce na mesma propor��o. “As escolas t�m um peso consider�vel no or�amento dom�stico e com esse reajuste, que imagino, deve estar sendo motivado tamb�m pelo crescimento da inadimpl�ncia, elas geram mais infla��o.” Ele conta que alguns amigos est�o optando pela rede p�blica no pr�ximo ano, justamente para conter os gastos.

Emiro Barbini, presidente do Sinep-MG, avalia que as escolas enfrentam a pior crise dos �ltimos 30 anos. “Nos �ltimos 12 meses, 50 escolas fecharam no estado.” Ele explica que uma longa reuni�o entre as mantenedoras da rede privada, avaliou as proje��es econ�micas para 2017, de entidades nacionais e internacionais como o Fundo Monet�rio Internacional (FMI), levou em conta o crescimento dos gastos, da inadimpl�ncia, evas�o de alunos, e colocou na balan�a at� mesmo a recente pris�o de Eduardo Cunha. “A pris�o do deputado pode causar turbul�ncias pol�ticas que v�o interferir na economia. A escola tem que pesar muito bem, j� que o reajuste � feito uma vez ao ano.”

Do outro lado, o sindicato admite que a crise econ�mica tem desequilibrado o or�emanto das fam�lias e pressionado a inadimpl�ncia, motivando a troca de escolas dentro da rede e tamb�m para a rede p�blica. No ano que vem, o pr�prio sindicato prev� que 4,5% dos alunos devem mudar para escolas com mensalidades mais baixas e outros 6% devem migrar para a rede p�blica. “� um momento muito dif�cil. Se a escola faz um reajuste alto, mas necess�rio, corre o risco de perder alunos, se n�o reajusta as mensalidades devidamente, corre o risco de fechar, como vem acontecendo com muitas institui��es”, diz Barbini.

T�rcio Bomfim � economista e tem uma filha na educa��o infantil da rede privada. Ele diz que em um momento de recess�o a alta prevista pela rede particular vai chegar em um momento ruim, j� que a mensalidade tem um peso relevante no or�amento. “Os sal�rios n�o ter�o o mesmo reajuste, a carga tribut�ria do pa�s j� � muito alta, tudo isso pesa”, comenta. T�rcio diz que sua decis�o � pela qualidade e por isso vai enfrentar os novos pre�os, embora fique curioso para saber quais s�o os custos que mais est�o pressionando as escolas.

 



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