Neste ano, Sandra n�o ter� renda extra. Por causa da crise, faz oito meses que encerrou a empresa. Agora tenta se recolocar no mercado de trabalho. "J� mandei uns 20 curr�culos, fora os sites, e ningu�m chamou para entrevistas", conta a ex-empres�ria. O marido, analista de sistemas e que era seu s�cio na empreiteira, ainda est� conseguindo prestar servi�os na sua �rea de atua��o. Mas Sandra n�o tem grandes expectativas. "Neste ano n�o vou ter 13º e a ceia ser� b�sica", prev� a ex-empres�ria que engrossou o grupo de 12 milh�es de desempregados que h� no Pa�s e que n�o ter�o 13º sal�rio este ano.
O com�rcio, que em �pocas normais tinha no 13º sal�rio um impulso certo para as vendas, neste ano v� um cen�rio muito nebuloso. Pesquisa nacional feita pelo Instituto Ipsos na primeira metade do m�s passado para a Associa��o Comercial de S�o Paulo (ACSP) revela que s� 5% dos entrevistados pretendem gastar a primeira parcela do 13º sal�rio com presentes. Foi o menor resultado desde o in�cio da enquete, em 2009. No ano passado, 8,8% dos entrevistados declararam que pretendiam gastar com compras.
Indecis�o
Al�m do fraco resultado para compras, um dado que chama aten��o � a grande parcela de pessoas que ainda n�o decidiu o que fazer com a renda extra. Neste ano, 22,5% est�o indecisos, quase o dobro do ano passado (11,8%). "Como o consumidor n�o sabe para onde as coisas v�o, n�o decidiu qual ser� o destino do dinheiro", diz o economista da ACSP, Em�lio Alfieri. � bem verdade que, assim como em 2015, cerca de 40% disseram que planejam usar os recursos extras para quitar d�vidas.
Sem d�vidas, Domingos Neto Ben�cio, 29 anos, que est� empregado, n�o quer arriscar. "A primeira parcela do 13º vou segurar." Quanto � segunda, ele vai gastar com presentes para os pais e os irm�os, mas um valor menor do que em 2015.