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Estado de Minas

Desemprego n�o poupa nem o Papai Noel

Com�rcio abriu um n�mero menor de vagas para desempenhar a fun��o e, em alguns casos, ele foi at� exclu�do das festividades


postado em 10/12/2016 08:55 / atualizado em 10/12/2016 10:17

Shoppings que contratavam dois Papais Noéis por um período de 45 dias de festejos estão admitindo um só para fazer economia(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press )
Shoppings que contratavam dois Papais No�is por um per�odo de 45 dias de festejos est�o admitindo um s� para fazer economia (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press )
S�o Paulo - O desemprego atingiu at� o Papai Noel. Pelo segundo ano seguido, com a queda de vendas no Natal, o com�rcio abriu um n�mero menor de vagas para desempenhar a fun��o. Em alguns casos, o personagem foi exclu�do das festas de confraterniza��o de empresas multinacionais - boa parte delas nem vai fazer comemora��es.

O resultado da crise � que neste ano at� o Papai Noel espera como presente de Natal um servi�o tempor�rio de �ltima hora, para ajudar a pagar as d�vidas em atraso. S� que a possibilidade de esse desejo se realizar � cada vez mais remota, porque as empresas apertaram o cinto.

Com a crise, os shoppings que contratavam dois Papais No�is por um per�odo de 45 dias de festejos est�o admitindo um s� para fazer economia, contou Silvio Ribeiro, Papai Noel h� 49 anos e dono da ag�ncia Claus Produ��es Art�sticas. Al�m de dar cursos de Papai Noel, ele recruta a m�o de obra de atores para o varejo e empresas. "A crise chegou para o Papai Noel", afirmou Ribeiro.

Ontem, por exemplo, ele deu um curso gratuito de Papai Noel no Sindicato dos Comerci�rios de S�o Paulo, que envolveu comportamento, hist�ria e at� t�cnicas para fazer um perfeito "Ho Ho Ho". Na plateia havia apenas cerca de 15 pessoas, praticamente o mesmo n�mero do ano anterior. Tr�s anos atr�s, quando ocorreu a primeira edi��o do curso e a crise ainda n�o tinha atingido a economia de forma t�o incisiva, a plateia foi muito mais concorrida: reuniu 40 alunos.

Jo�o Molnar Filho, de 65 anos, que participou ontem do curso, j� trabalha como Papai Noel h� alguns anos em hot�is de luxo da cidade. "Neste ano, nenhum hotel me chamou", disse ele. No ano passado, ele conseguiu ganhar R$ 15 mil por um per�odo de 45 dias, com jornada di�ria de 12 horas. Mas, neste ano, ele continua esperando uma oportunidade.

Molnar mandou curr�culos para shoppings, mas n�o obteve retorno. O que acenou com alguma possibilidade de contrata��o era muito distante da sua casa, no bairro de Interlagos - ele mora no Ipiranga. "N�o teria condi��es de sair �s 23 horas do shopping e pegar o �nibus para ir para casa".

Tamb�m o grande n�mero de candidatos a Papai Noel tem dificultado a obten��o de uma vaga. Molnar, que � tar�logo e ex-comiss�rio de bordo, contou que em um shopping de Diadema (SP) havia 14 candidatos para duas vagas. Apesar da grande concorr�ncia, ele est� otimista. "Tenho esperan�a de ser chamado, por isso vim fazer esse curso."

Desemprego duplo

Tamb�m o motorista desempregado Jos� Alves, de 62 anos, est� otimista como o seu colega de curso, apesar de reconhecer que neste ano o cen�rio est� mais dif�cil. "N�o tenho nada acertado para este ano, mas tenho f� que vou ser chamado para algum servi�o tempor�rio de Papai Noel."

Alves tem enfrentado tempos dif�ceis desde que perdeu o emprego de motorista de ambul�ncia em agosto, quando a empresa na qual trabalhava faliu e ele n�o recebeu a indeniza��o. Agora, ele se sente duplamente desempregado: como motorista e Papai Noel.

Com d�vidas que somam R$ 8 mil, de itens que comprou no cart�o de cr�dito e no carn�, o ex-motorista tenta um servi�o de Papai Noel para quitar as pend�ncias. "Se eu pegar um bom contrato de R$ 15 mil, consigo acertar as contas", afirmou. Hoje, quem banca as contas da casa � a sua mulher que est� empregada.

Silvio Ribeiro, da ag�ncia Claus, ponderou que o sal�rio de R$ 15 mil t�o sonhado pelos candidatos � um valor m�ximo, obtido por poucos no passado. A m�dia varia entre R$ 5 mil e R$ 6 mil por um per�odo de 45 dias em shoppings. "N�o houve queda no cach�." No entanto, Ribeiro admitiu que h� shoppings negociando mais o cach�. Como os shoppings vivem das vendas e elas n�o est�o boas, os comerciantes n�o querem gastar muito dinheiro com a decora��o. "� um efeito domin�." As informa��es s�o do jornal

O Estado de S. Paulo.


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