Reduto e Martins Soares - “A maioria dos clientes do restaurante � turistas que v�o �s praias do Esp�rito Santo. Por causa da greve da Pol�cia Militar de l�, o que afugentou os visitantes que param no caminho para almo�ar, minhas vendas ca�ram 30% esta semana. Devem recuar ainda mais no carnaval”, lamentou ontem Chrystofferson David Silva, dono do Canarinho, em Reduto, no Leste de Minas Gerais, diante de um sal�o vazio em rela��o ao mesmo dia de semanas anteriores.
O aquartelamento da PM capixaba completa hoje uma semana e j� afeta a economia de cidades mineiras pr�ximas � divisa com o Esp�rito Santo. Munic�pios mais distantes, mas �s margens da BR-262, principal rota entre Belo Horizonte e aquele litoral, tamb�m sentem impacto.
Donos de restaurantes, lanchonetes, postos de combust�veis e de pousadas para viajantes calculam perdas de dois d�gitos. “As coisas tamb�m ser�o ruins no carnaval, mesmo que a Pol�cia Militar do Esp�rito Santo deixe os batalh�es", prev� o dono do Canarinho.
O restaurante dele est� a cerca de 250 quil�metros de Guarapari, um dos principais destinos dos mineiros nos feriados prolongados e onde, ontem, um assassinato chocou moradores. O presidente do Sindicato dos Rodovi�rios, Wallace Belmiro, foi morto com dois tiros no interior de seu carro.
A criminalidade no estado vizinho preocupa �nderson Batista, gerente do Posto Anacleto, em Martins Soares, a �ltima cidade mineira antes da divisa. Desde s�bado, quando come�ou a greve, o consumo de combust�vel despencou em torno de 50%. “Vejam os funcion�rios neste momento. N�o est�o atendendo ningu�m”. Quem trafega com frequ�ncia pelo trecho da 262 pr�ximo � divisa notou menos ve�culos com placas de outras regi�es na pista. “O n�mero de carros reduziu”, atesta o gerente do Anacleto.
Contas Diante da inseguran�a p�blica no Esp�rito Santo e da inseguran�a financeira de comerciantes mineiros, h� quem j� refaz contas com custo de servi�os e produ��o. Cl�ber de Oliveira Miranda, dono do Restaurante Panel�o, �s margens da 262, em Martins Soares, n�o descarta conceder folga a funcion�rios. “O n�mero de refei��es servidas recuou bastante esta semana. A greve da Pol�cia Mitar dever� ter consequ�ncias no carnaval. Esta rodovia (BR-262) � a Vit�ria-Minas. Era para ter mais carros passando por aqui”, resignou-se Cl�ber, acrescentando que a queda nos neg�cios sufocam ainda mais os comerciantes.
“Afinal, pagamos uma elevada carga tribut�ria no Brasil. O poder p�blico tem de fazer jus aos nossos impostos”, continuou Cl�ber. Apenas a t�tulo de ilustra��o, estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento Tribut�rio (IBPT), divulgado em 2016, concluiu que o brasileiro destinou, em m�dia, 41,8% do seu rendimento bruto para pagar tributa��o sobre consumo, patrim�nio, rendimento etc.
Seguran�as lucram com caos no ES
Perda de um lado, lucro de outro. O clima de inseguran�a em Vit�ria, onde ocorreram dezenas de mortes e saques no com�rcio, garante um soldo gordo a seguran�as contratados por lojistas e moradores de condom�nios residenciais. “Cada homem nesta regi�o recebe R$ 250 por 12 horas de servi�o para proteger as lojas. H� seguran�as ganhando, por noite, R$ 500 para evitar criminosos em condom�nios”, revelou um carioca que mora na capital do Esp�rito Santo e que foi contratado por negociantes de um centro comercial no Centro.
O seguran�a, embora trabalhe com um grupo, tem receio de ser v�tima da viol�ncia. Reclama que o Ex�rcito e a Guarda Nacional n�o patrulham todas as regi�es dm Vit�ria. A sensa��o de inseguran�a mudou a paisagem na cidade. Tanques de guerra, segundo moradores, circularam pela manh� na terceira ponte, que liga Vit�ria a Vila Velha.
Diante da onda de crimes, at� o ped�gio na ponte est� liberado. Praias que deveriam receber um grande p�blico estavam vazias. Entre os poucos com�rcios que abrem, mercadorias b�sicas s�o disputadas pelos clientes. O transporte p�blico continua parado, o que aumenta o clima de preocupa��o na popula��o.