Bras�lia - O presidente da Rep�blica, Michel Temer, afirmou na manh� desta ter�a-feira, durante discurso de abertura de reuni�o com l�deres partid�rios da base aliada da C�mara dos Deputados, que a reforma da Previd�ncia passou a ser o s�mbolo da vit�ria reformista ou n�o de seu governo. Segundo ele, a reforma n�o � uma necessidade, mas, sim, um "fen�meno imperioso".
Temer se referiu a declara��es recentes do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e disse que a necessidade da reforma da previd�ncia n�o � uma quest�o de opini�o dele, dos ministros ou dos parlamentares. "� um fen�meno imperioso", disse. "Para n�s, seria muito mais confort�vel n�o fazer nada", acrescentou
O discurso do presidente vem em meio � articula��o do Pal�cio do Planalto para refor�ar a defesa da reforma. H� alguns dias, interlocutores do presidente t�m ressaltado ainda mais a import�ncia da aprova��o da reforma. Nos corredores do Planalto j� h� quem diga que "se a reforma n�o passar, acaba o governo".
Di�logo
Temer afirmou tamb�m que a reforma da Previd�ncia foi desenhada para manter a sustentabilidade do regime de aposentadorias por "30, 40 anos", mas admitiu que, se n�o for poss�vel, o resultado pode ser sentido por um tempo menor. "� uma reforma que visa a 30, 40 anos. Se n�o for poss�vel, faremos por 20 anos", disse.
O presidente ressaltou ainda que os l�deres v�m sendo atendidos em seus pedidos pelo relator, principalmente depois de o Pal�cio do Planalto ter assentido com a flexibiliza��o de cinco pontos pol�micos da reforma. Temer destacou, contudo, que � preciso "se ater" � idade m�nima de 65 anos. "O relator est� fazendo relat�rio sem quebrar a espinha dorsal da Previd�ncia e basicamente se ater � quest�o da idade", afirmou.
Segundo o presidente, o governo entendeu que as demandas dos l�deres da base "poderiam ser levadas adiante" e classificou a rela��o com o Congresso Nacional como uma "integra��o muito produtiva". Na semana passada, o Planalto anunciou flexibiliza��es nas propostas para aposentadoria rural, aposentadorias especiais de professores e policiais, Benef�cio de Presta��o Continuada (BPC), pens�es e regra de transi��o.
"Os l�deres nos ajudam nessa tarefa, j� t�m come�ado a ouvir as bancadas", disse Temer. "N�s, pouco a pouco, vamos acolhendo sugest�es, porque quando v�m do Congresso, nesse caso espec�fico da comiss�o, � para aprimorar o texto, n�o para desnatur�-lo", afirmou o presidente, que destacou a "conversa permanente" com os membros da comiss�o. "Queremos buscar aprova��o, mas buscar aprova��o por meio do di�logo, que � o que tem sido feito por n�s todos", disse Temer.
O presidente destacou que ainda h� "esclarecimentos" a serem feitos no texto, como a ideia de que ser�o necess�rios 49 anos de contribui��o para aposentadoria. "N�s mudamos esse discurso no pr�prio relat�rio", explicou Temer, dando como exemplo uma pessoa que cumpra 25 anos de contribui��o - ela poder� receber 76% do sal�rio de contribui��o, disse o presidente.
Temer tamb�m salientou que o relator, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), est� trabalhando "com muita persist�ncia" no texto e lembrou a sua atua��o como relator de uma das reformas feitas no passado. "Sei o quanto o tema � dif�cil", disse. "L� atr�s eu fui relator da reforma da Previd�ncia, foi uma dificuldade extraordin�ria. Na ocasi�o, fizemos todos os ajustes poss�veis. Foi o primeiro passo, muitas vezes se faz por partes."