Audi�ncia p�blica na Assembleia Legislativa de Minas Gerais exp�s nessa ter�a-feira (25) a queda de bra�o que arrasta uma decis�o sobre a retomada dos voos de aeronaves de grande porte a partir do Aeroporto Carlos Drummond de Andrade, conhecido como aeroporto da Pampulha, na capital mineira.
O assunto divide opini�es e coloca em lados opostos a popula��o que mora na regi�o e a atual concession�ria do Aeroporto Internacional de BH, a BH Airport, contr�rias � retomada; e a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportu�ria (Infraero) e a Prefeitura de Belo Horizonte, defensoras da revitaliza��o do terminal.
De acordo com o superintendente do aeroporto da Pampulha, M�rio Jorge de Oliveira, o local tem condi��es para a opera��o com seguran�a de aeronaves maiores e sua retomada � importante para a reestrutura��o econ�mica da Infraero. Desde 2005, os voos de longa dist�ncia foram transferidos para Confins, a cerca de 30 quil�metros da capital. O terminal da Pampulha opera apenas com avia��o executiva e regional, em avi�es de menor porte.
“A retomada vai contribuir para a gera��o de empregos e impostos, al�m de revigorar a regi�o. Temos que buscar sustentabilidade para toda a rede de aeroportos, produzindo riqueza e respeitando a legisla��o”, defende o superintendente. Segundo ele, o terminal atende a todos os requisitos operacionais e de seguran�a, al�m de j� haver empresas de grande porte (TAM, Avianca e Gol) interessadas em operar do local. Pelos planos da Infraero, ser�o tr�s voos por hora e nenhum no per�odo da noite.
Oliveira rebateu tamb�m as cr�ticas da concession�ria do aeroporto de Confins, a BH Airport, de que a reabertura levaria � concorr�ncia desleal com o grupo, que ganhou em 2014 a concorr�ncia para operar o terminal internacional da Grande BH, tendo como principal s�cia a pr�pria Infraero, detentora de 49% das a��es. Os s�cios privados det�m 51%. “Confins est� absolutamente consolidado e os dois aeroportos podem continuar convivendo simultaneamente sem preju�zo”, garante.
De acordo com ele, nunca houve garantia de exclusividade na opera��o para a concession�ria e ela sempre soube disso. Uma das principais reclama��es da BH Airport � que houve quebra de acordo e que a retomada dos voos vai estimular uma mais vantajosas, j� que o terminal da Pampulha tem condi��es mais vantajosas de operar, tendo em vista isen��o de impostos. Paulo Rangel, presidente da BH Airport, disse que a volta de voos de grandes aeronaves � Pampulha vai retirar cerca de 30% das conex�es feitas de Confins, provocando preju�zos � concession�ria.
Rangel afirma, ainda, que o aeroporto n�o tem condi��es de seguran�a para operar voos maiores. “Se a gente soubesse que a Pampulha ia voltar a operar nem t�nhamos entrado nessa disputa”. Representando o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PHS), defensor da proposta, o secret�rio-adjunto de Desenvolvimento Econ�mico de Belo Horizonte, Bruno Miranda, disse que o aeroporto � seguro e pode voltar a operar. “Por que n�o a conviv�ncia harmoniosa entre os dois aeroportos? N�o podemos fazer aqui uma defesa exclusiva da concess�o. A pr�pria concession�ria sempre soube da possibilidade de a Pampulha voltar a operar”, afirmou.
Segundo ele, a PBH n�o defende nenhum tipo de canibalismo entre os dois aeroportos. “Queremos apenas consolidar a capital como polo econ�mico e tur�stico”, defendeu o secret�rio-adjunto, vaiado pelos moradores da Pampulha contr�rios � proposta e que acompanharam toda a audi�ncia, que durou cerca de 3 horas.
DAQUI N�O SAI Celso Ant�nio da Silva (PSDB), prefeito de Confins, onde o aeroporto internacional est� localizado, afirmou que a popula��o n�o vai permitir a perda de voos, pois isso vai impactar as receitas da cidade. “Daqui n�o sai, daqui ningu�m tira. Esse � a frase mais falada na cidade.” Prefeitos de munic�pios do entorno participaram da audi�ncia e combateram a proposta.
Polui��o e riscos desconsiderados
As principais reclama��es dos moradores do entorno do aeroporto da Pampulha s�o o barulho, a polui��o do ar e o risco de acidentes, j� que ao redor do terminal vivem, segundo estimativas da popula��o local, cerca de 150 mil fam�lias. Carlos Conrado Pinto Coelho, aviador e morador da Pampulha h� 40 anos, criticou a volta dos voos. Segundo ele, o barulho � insuport�vel e n�o h� seguran�a para quem mora ao redor. “A rodovi�ria da Pampulha, mesmo com o batom que passaram,� como a de 60 anos atr�s. N�o � um terminal seguro”, garante Carlos, que faz parte da Associa��o Pro-Civitas dos Bairros S�o Lu�s e S�o Jorge. A associa��o j� apresentou representa��o no Minist�rio P�blico contra a retomada dos voos e promete acionar a Justi�a caso a proposta vingue.
Durante a audi�ncia p�blica, o representante da Associa��o dos Moradores do Bairro Jaragu�, Rog�rio Carneiro de Miranda, reclamou que a popula��o n�o foi ouvida sobre a retomada e que o �nico argumento usado na discuss�o � financeiro. “A Infraero vai ganhar dinheiro com a volta dos voos, as empresas, os taxistas, os donos de restaurantes, mas s� o impacto ambiental � que ser� socializado”, criticou o morador, que se emocionou durante a fala.
Segundo Miranda, o aeroporto � um empreendimento de alto impacto ambiental e a polui��o sonora e aquela provocada pelo uso do querosene das aeronaves � insuport�vel para a popula��o. Nas discuss�es, critica ele, n�o � levada em conta, em nenhum momento, a quest�o socioambiental.
Rog�rio disse que no entorno do aeroporto est�o 40 bairros que seriam diretamente prejudicados com a retomada dos voos. Ele apresentou estudo realizado por associa��es desses bairros, que apontaria a necessidade de se aumentar em pelo menos 50% a �rea atual, para reduzir os danos provocados pelos ru�dos das aeronaves. De acordo com o l�der comunit�rio, se o aeroporto, que � da d�cada de 1930, estivesse projetado para constru��o hoje n�o obteria licen�a ambiental. (AM)
enquanto isso...
…Viagens n�o param
Os gastos de brasileiros no exterior somaram US$ 1,530 bilh�o no m�s passado, informou nessa ter�a-feira (25) o Banco Central (BC). O resultado � 18,5% superior ao registrado no mesmo per�odo do ano passado, quando os brasileiros gastaram US$ 1,291 bilh�o. Os dados parciais de abril – at� dia 20 foi gasto US$ 1,023 bilh�o – indicam nova expans�o do desembolso. Segundo o chefe do Departamento Econ�mico do BC, Tulio Maciel, o crescimento se deve ao c�mbio mais favor�vel e � melhora na confian�a dos consumidores.