
A Companhia Energ�tica de Minas Gerais (Cemig) anunciou nessa ter�a-feira (16) a pretens�o de vender todas as empresas e participa��es acion�rias que n�o fazem parte de seu neg�cio principal, a produ��o, distribui��o e transmiss�o de energia el�trica. A inten��o � usar os recursos obtidos com a aliena��o dos ativos para pagar a d�vida da empresa, calculada hoje em R$ 13 bilh�es.
“Nos �ltimos anos houve uma alavancagem muito grande da d�vida no mercado, que tem colocado em risco as atividades da empresa pelo seu volume, principalmente porque ela est� muito atrelada aa curto prazo”, disse. Para solucionar o problema, ele diz que a empresa atua em dois eixos. Al�m da venda dos ativos, pretende fazer capta��es de empr�stimos no exterior vendendo t�tulos, opera��o que n�o � feita h� 22 anos, e negociar o alongamento das d�vidas.
“Todas as participa��es acion�rias da Cemig que n�o fazem parte do nosso neg�cio ou aquela participa��o acion�ria irrelevante ou menor para o grupo Cemig est�o � venda”, afirmou. Caso seja necess�rio ser�o vendidas a Gasmig, bra�o da Cemig para a distribui��o de g�s, e a Cemig Telecom, que atua na �rea de telecomunica��o”. Ao todo, segundo Ad�zio, a companhia tem participa��o em 261 empresas.
Segundo o diretor de finan�as da concession�ria mineira, as d�vidas foram acumuladas pelos governo anteriores que, entre os anos de 2010 e 2014, distribu�ram dividendos em excesso. “Foram R$ 14 bilh�es de um lucro que a Cemig n�o gerou, n�o tinha essas reservas que foram distribu�das, com isso teve que ir ao mercado pegar empr�stimos para dividir lucro”. Outro problema que contribuiu para o aumento do endividamento foram investimentos que n�o trouxeram o lucro desejado. Entre eles, ele citou a Renova Energia.
No dia 15, a Cemig confirmou em comunicado que sua coligada, a Renova Energia S.A., est� em negocia��o para assinar o contrato de compra e venda das a��es que a companhia det�m na empresa norte-americana TerraForm Global para a Brookfield Asset Management. Outras duas a��es da empresa t�m sido o combate � liga��es irregulares e clandestinas nos 774 munic�pios onde atua e a negocia��o dos d�bitos dos clientes.
A Cemig � hoje a maior empresa integrada de energia el�trica do pa�s e o maior grupo distribuidor, respons�vel pela opera��o de mais de 530 mil quil�metros de linhas de distribui��o. � ainda o maior grupo transmissor e o terceiro maior grupo gerador.
O lucro da empresa foi atribu�do, principalmente, � venda de energia na C�mara de Comercializa��o de Energia El�trica (CCEE), que mostrou crescimento significativo, ao evoluir de R$ 2,6 milh�es no primeiro trimestre de 2016 para R$ 226,6 milh�es de janeiro a mar�o �ltimo. O balan�o trimestral indicou, ainda, redu��o de R$ 73 milh�es na despesa financeira referente � varia��o monet�ria de empr�stimos e financiamentos devido ao recuo do �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA). O indicador teve queda de 2,62% de janeiro a mar�o do ano passado para 0,96% em id�nticos meses deste ano. Em rela��o ao gasto com pessoal, a Cemig obteve economia de 7,78%, de R$ 381 milh�es.
PREG�O DE USINAS A Ag�ncia Nacional de Energia El�trica (Aneel) confirmou nessa ter�a-feira (16) que pretende realizar em setembro o leil�o de quatro hidrel�tricas sob concess�o da Cemig que tiveram seus contratos de concess�o vencidos e que n�o foram renovados. O diretor-geral da Aneel, Romeu Rufino, disse que a expectativa do governo � arrecadar ao menos R$ 10,1 bilh�es com a outorga das usinas Jaguara, Miranda, S�o Sim�o e Volta Grande.
Cerca de R$ 1 bilh�o dever� ser repassado � Cemig, em raz�o de investimentos que a estatal fez nas hidrel�tricas e que n�o estar�o completamente amortizados at� o momento em que um novo concession�rio assumir as geradoras. A pr�pria Cemig, inclusive, poder� disputar as hidrel�tricas.
Desde 2012, a empresa mineira trava disputa judicial pelas usinas, sob a alega��o de que teria direito � renova��o de seus contratos de concess�o. Por causa disso, a empresa n�o aderiu ao programa de renova��o antecipada da concess�o viabilizado pela Medida Provis�ria 579, depois convertida em lei. A Cemig vai prosseguir temporariamente � frente das opera��es das usinas at� que elas sejam leiloadas.