(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Crise na JBS bagun�a mercado de boi gordo

O pre�o da arroba despencou, os pecuaristas t�m enfrentado obst�culos para receber antecipadamente o dinheiro da venda do boi gordo e, com medo de calote


postado em 03/06/2017 10:13 / atualizado em 03/06/2017 12:13

%u201CO problema está só começando. Existe um tumulto claro na cadeia da pecuária de corte%u201D, adverte o vice-presidente da Sociedade Rural Brasileira.(foto: Rubio Marra/Divulgacao)
%u201CO problema est� s� come�ando. Existe um tumulto claro na cadeia da pecu�ria de corte%u201D, adverte o vice-presidente da Sociedade Rural Brasileira. (foto: Rubio Marra/Divulgacao)
S�o Paulo, 03 - O tamanho da JBS sempre preocupou os pecuaristas do Pa�s: um solu�o na empresa, que em alguns Estados � respons�vel por mais da metade do abate de gado, afetaria toda a cadeia. Foi exatamente o que aconteceu depois de o setor ter sido atingido por duas crises seguidas - a Opera��o Carne Fraca e a divulga��o da dela��o do empres�rio Joesley Batista, dono do frigor�fico.

O pre�o da arroba despencou, os pecuaristas t�m enfrentado obst�culos para receber antecipadamente o dinheiro da venda do boi gordo e, com medo de calote, v�rios bancos se recusam a aceitar notas promiss�rias emitidas pelo frigor�fico. Em maio, a cota��o do boi gordo caiu 4,63%. Foi a maior retra��o no m�s em 20 anos, segundo o Indicador Esalq/BM&FBovespa, calculado pelo Centro de Estudos Avan�ados em Economia Aplicada da USP (Cepea).

At� a eclos�o da crise envolvendo o dono da empresa, o frigor�fico pagava � vista o pecuarista. Mas depois do epis�dio mudou o modelo de neg�cio. Passou a quitar a fatura em 30 dias, emitindo Nota Promiss�ria Rural (NPR), cujo resgate antecipado em institui��es financeiras tem sido uma dificuldade para os pecuaristas. Segundo relatos, Banco do Brasil, Bradesco e Santander n�o est�o antecipando o resgate da NPRs. “Na minha regi�o em Juara (MT), houve casos de bancos que n�o quiseram descontar a NPR”, conta o vice-presidente da Associa��o dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Lu�s Fernando Conte. Os bancos n�o comentam.

At� o banco Original, do mesmo grupo do JBS, mudou a conduta. Passou a exigir o aval do produtor na nota promiss�ria para antecipar o pagamento, conta o pecuarista Murilo Mendes Abrah�o. Isso significa que, se a empresa n�o quitar a fatura na data do vencimento, quem ter� de pagar o banco � o produtor. O Original n�o comenta. “S� tivemos uma crise t�o grande no setor na �poca do Plano Cruzado, quando o boi foi la�ado no pasto”, compara o pecuarista e vice-presidente da Sociedade Rural Brasileira, Pedro de Camargo Neto. Ele afirma que os bancos n�o est�o descontando as NPRs e diz que os produtores que aceitam vender para a JBS para receber num prazo de 30 dias est�o “30 noites” sem dormir, temendo o calote.

“O problema est� s� come�ando. Existe um tumulto claro na cadeia da pecu�ria de corte”, adverte o vice-presidente da Sociedade Rural Brasileira. Sessenta dias atr�s, Camargo Neto conta que a entidade enviou carta a Maria Silvia Bastos, na �poca presidente do BNDES, alertando sobre o gigantismo do JBS no mercado de carnes e os impactos que poderiam ocorrer no setor com o envolvimento dos acionistas em in�meras investiga��es. Na carta, pediam uma provid�ncia do BNDES.

Pre�os

A decis�o do maior frigor�fico do Pa�s de pagar a prazo pela compra de bois, a contragosto dos pecuaristas, provocou paralisia nos neg�cios com boi gordo. Isso aumentou o poder de barganha dos pequenos frigor�ficos, que t�m f�lego para pagar � vista, e com isso reduzir o pre�o. Esse movimento derrubou o valor da arroba.

No dia 31 de maio, a arroba fechou cotada a R$ 132,66, aponta o Cepea. Segundo Sergio De Zen, coordenador do Indicador Esalq/BM&FBovespa, a queda acumulada em maio deste ano, at� o dia 31, supera de longe a retra��o de pre�os normal para o per�odo, que � de 0,38%. Com a aproxima��o do per�odo de entressafra, quando os pecuaristas precisam vender maiores volumes para abate a fim de enfrentar per�odo de seca, normalmente o pre�o cai, mas n�o tanto como aconteceu neste ano.

Segundo De Zen, uma combina��o de fatores levou a essa queda hist�rica nos pre�os. Entre eles, o especialista aponta o aumento de ganhos de produtividade do setor, os efeitos da crise da Carne Fraca, que afetou as vendas no mercado externo, e agora as restri��es de cr�dito ao maior player do mercado.

“O mercado do boi magro tamb�m foi afetado”, observa o diretor t�cnico da Informa Economics FNP, Jos� Vicente Ferraz, ponderando que o recuo nas �ltimas semanas nesse mercado n�o foi t�o intenso quanto o registrado na cota��o do boi gordo. Ele explica que agora seria auge das compras de boi magro para confinamento. Mas, por conta da inseguran�a, esse mercado est� travado.

As informa��es s�o do jornal

O Estado de S. Paulo.

(M�rcia De Chiara)


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)