Fazem parte do projeto o Servi�o de Apoio �s Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae Minas), Federa��o das Ind�strias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) e do governo estadual, al�m da Funda��o Jo�o Pinheiro (FJP). “A ideia � possibilitar um melhor ambiente de neg�cios e promover a conex�o entre diversos atores da economia criativa”, explica o superintendente de desenvolvimento industrial da Fiemg, Marcos Mandacaru.
Em outubro de 2018, a previs�o � transferir o P7 para o antigo pr�dio do Bemge, na Pra�a Sete, constru�do em 1953, com projeto de Oscar Niemeyer. “Ser�o 25 andares de economia criativa”, afirma Mandacaru.
O Beag� Cool, rede de neg�cios criativos, tamb�m est� � ca�a de espa�os ociosos na cidade para abrigar empreendedores locais. A iniciativa conecta empresas e projetos que sejam criativos, originais, ousados e locais, da� a sigla COOL. A palavra inglesa “cool”, cujo significado � legal, acaba sendo tamb�m caracter�stica comum entre os participantes da rede, que d� ainda suporte para os participantes nas suas demandas administrativas e de gest�o.

“Viramos uma rede de empresas da economia criativa. Em comum, est�o todas querendo transformar o mercado localmente e n�o querem o lucro pelo lucro”, afirma um dos s�cios, S�rgio Souto. Dois exemplos s�o o caf� coworking Guaja e o Transvest, cursinho pr�-vestibular voltado para transexuais. Na origem, entretanto, o Beag� Cool nasceu como um movimento para valorizar iniciativas cools de BH. “Quer�amos quebrar o discurso de que BH n�o tem nada”, lembra.
Foi num espa�o cultural colaborativo, a Benfeitoria, galp�o na Rua Sapuca�, no Bairro Floresta, Regi�o Leste de BH, que muitos desses empreendedores criativos come�aram a aparecer. Inaugurado em 2014, o espa�o � coletivo e est� aberto para feiras, shows, cursos, palestras, cinema e tudo que esteja relacionado � criatividade.

"Estamos abertos para receber o novo. Tanto � que n�o temos uma curadoria r�gida, porque a ideia � testar novos neg�cios e eventos”, conta uma das s�cias, Jordana Menezes, que largou uma ag�ncia de publicidade para se dedicar � Benfeitoria. O espa�o tamb�m foi um dos primeiros a promover feiras de marcas locais, que produzem artesanalmente e em baixa escala. “Foi uma forma de impulsionar os produtores”, conta.
AMBIENTE
Na an�lise de especialistas, BH re�ne elementos favor�veis � expans�o da economia criativa. “H� uma presen�a conjunta de universidade, segmentos e institui��es voltadas para tecnologia. Estudos tamb�m apontam ser uma cidade com maior natureza colaborativa do que competitividade”, afirma a professora do Departamento de Ci�ncias Econ�micas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Ana Fl�via Machado.
Levantamento feito pela pesquisadora mostra que, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, a economia criativa inclui 5.607 empresas, 4.0167 v�nculos empregat�cios, al�m de 17.218 microempreendedores individuais. Os dados s�o da Rela��o Anual de Informa��es Sociais (Rais), do Minist�rio do Trabalho, e do Portal do Empreendedor.
“Em comum, est�o todas (as empresas) querendo transformar o mercado localmente e n�o querem o lucro pelo lucro” - S�rgio Souto, s�cio do Beag� Cool
“Estamos abertos para receber o novo. Tanto � que n�o temos uma curadoria r�gida, porque a ideia � testar novos neg�cios e eventos” - Jordana Menezes, s�cia da Benfeitoria
Daqui para o futuro
� preciso desatar os n�s burocr�ticos
O termo economia criativa apareceu no in�cio dos anos 1980, em um relat�rio publicado pela ex-primeira-ministra brit�nica Margaret Thatcher, em que ela destacava a import�ncia de �reas ligadas � tecnologia e � criatividade para o crescimento econ�mico da regi�o. Em 2001, o livro The Creative Economy, do autor ingl�s John Howkins condensou os debates. Aos poucos a express�o foi se popularizando em outros mercados, mas sob a guarda de diferentes departamentos governamentais, a exemplo dos de economia, turismo e cultura. O Brasil optou, em 2011, por essa �ltima alternativa, quando foi criada a Secretaria da Economia Criativa, no guarda-chuva do Minist�rio da Cultura. S�o empreendimentos, individuais ou coletivos, dos setores de moda, arquitetura, arte, design, gastronomia, cultura, artesanato, m�sica e jogos eletr�nicos.
Neg�cios disruptivos, entretanto, t�m dificuldades de se enquadrar nas regras tradicionais. Ideias morrem na primeira reuni�o com contadores. Projetos s�o derrubados pelo juridiqu�s. Quando saem do papel, veem seu or�amento previsto para investimento ser consumido por impostos e taxas. Atividades, produtos ou servi�os desenvolvidos a partir do capital intelectual, que geram trabalho e renda, precisam de mais aten��o por parte do poder p�blico e de institui��es que t�m condi��es de alavancar o setor. O futuro s� ser� de fato promissor se n�s burocr�ticos forem desatados.
Paola Carvalho,
da coluna Fora da Caixa do Estado de Minas