Africanos est�o de olho no algod�o mineiro

Uma miss�o formada por 37 estudantes e profissionais da �rea agr�cola de pa�ses da �frica visitou na �ltima semana, os munic�pios de Catuti e Mato Verde, no Norte de Minas, com o objetivo de conhecer o cultivo de algod�o no semi�rido. O plantio � feito dentro do Programa de Retomada do Algod�o do Norte de Minas, que envolve 97 agricultores de seis munic�pios.

A comitiva estrangeira, que chegou na segunda-feira e permaneceu na regi�o at� ontem, foi formada por representes de oito pa�ses africanos de l�ngua francesa – Benin, Burquina Faso, Burundi, Camar�es, Chade, Costa do Marfim, Senegal e Togo. Eles est�o no Brasil h� quatro meses, aperfei�oamento conhecimentos sobre a cotonicultura em curso promovido pela Universidade Federal de Lavras (Ufla).

O projeto de “Capacita��o e Transfer�ncia de Tecnologia na Cultura do Algod�o” da Ufla � desenvolvido desde 2014, em parceria com o Minist�rio de Rela��es Exteriores. Envolve tamb�m o projeto "Cotton Vict�ria", que visa promo��o da cadeia produtiva e a melhoria das t�cnicas da cultura algodoeira em pa�ses da �frica subsaariana. Dentro da parceria, em 2015, um grupo de professores da Universidade Federal de Lavras participou de uma viagem t�cnica que teve como prop�sito avaliar o cultivo do algod�o em tr�s pa�ses africanos: Qu�nica, Tanz�nia e Burundi.

Os integrantes da delega��o africana realizaram no Norte de Minas as atividades pr�ticas do curso ministrado pela Ufla. Um dos aspectos considerados � o fato de o algod�o ser produzido na regi�o em caracter�sticas clim�ticas e de solo pr�xima aos pa�ses africanos.

Al�m de assistir palestras, eles visitaram as propriedades dos pequenos produtores do Projeto de Retomada de Algod�o, que conseguem bons �ndices de produtividade em regime de poucas chuvas. Para isso, adotam t�cnicas para o uso eficiente dos recursos h�dricos, se adaptando ao clima semi�rido.

Uma das estrat�gias adotadas � a irriga��o complementar – os plantios foram feitos no per�odo chuvoso e, mesmo assim, contaram com equipamentos de irriga��o, recebendo a chamada 'molhagem mec�nica' somente quando a chuva demora – no veranico. � usada �gua captada em po�o-tubular, mas em menor quantidade, considerando o limite do len�ol fre�tico da regi�o. Os agricultores do Norte de Minas plantaram 480 hectares (ha)  de algod�o na safra 2016/2017, dos quais 400 ha de sequeiro e 80 hectares semi-irrigados.

 

T�cnicas

A miss�o africana visitou no munic�pio de Catuti a propriedade do pequeno agricultor Jos� Alves de Souza, o "Z� Brasil", que recorre ao sistema de capta��o de �gua de chuva em tanque escavado e irriga a ro�a de algod�o por gotejamento. Tamb�m conheceram sistema semelhante na �rea do pequeno produtor Jos� Rodrigues de Souza, no mesmo munic�pio. Os visitantes tiveram aula pr�tica sobre preparo de solo com subsolagem e gradagem intermedi�ria.

Criado h� nove anos, o programa de Retomada do Algod�o do Norte de Minas � considerado modelo para garantir a atividade familiar e a conviv�ncia com a seca. Envolve pequenos agricultores dos munic�pios de Catuti, Mato Verde, Pai Pedro, Monte Azul, Porteirinha e Matias Cardoso. A iniciativa foi implantada pela Cooperativa dos Produtores Rurais de Catuti (Coopercat). Conta com o apoio da Associa��o Mineira dos Produtores de Algod�o (Amipa) e da Prefeitura de Catuti.

Antes da miss�o dos pa�ses africanos de l�ngua francesa, o Projeto de Retomada do Algodao recebeu visitas de outras delega��es estrangeiras, incluindo grupos de Mo�ambique, Angola, S�o Tom� e Pr�ncipe, Cabo Verde e Peru. Despertou tamb�m a aten��o de institui��es que estimulam pr�ticas solid�rias, como o Projeto “Tecendo Valor, desenvolvido pela Funda��o Solidariedade Latino-americana, com recursos do Instituto C&A.