Houve um tempo em que o com�rcio de roupas usadas era restrito a consumidores de baixa renda ou a uma pequena parcela descolada da popula��o, em sua maior parte artistas e celebridades, p�blico considerado alternativo.
Mas a crise econ�mica que se arrasta no pa�s h� pelo menos tr�s anos parece ter mudado esse cen�rio. Em Belo Horizonte, o n�mero de brech�s tem crescido, e para estimular esses novos empreendedores, um segmento surgiu: as feiras de brech�s e bazares.
Montadas em locais espa�osos, como gin�sios ou grandes galp�es, as feiras re�nem desde empreendedores do ramo com loja f�sica at� pessoas comuns interessadas em vender os pr�prios desapegos.

Formada em publicidade e propaganda, Giovanna come�ou a vender pe�as de segunda m�o pela internet e logo percebeu a aceita��o das pessoas. Decidiu aprofundar-se no conceito de consumo sustent�vel e expandir a oportunidade aberta pelo neg�cio. Foi assim que nasceu a primeira feira Brech� e Bazar BH. “Diante do momento financeiro em que vivemos, em que todos buscam economia, surgiu a necessidade de um novo h�bito de consumo: os brech�s”, explicou.
Embora n�o haja, ainda, dados que confirmem a expans�o do setor, segundo a C�mara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH) o comportamento do consumidor, de fato, mudou. Se h� alguns anos o atendimento qualificado era o fator que mais atra�a um cliente na hora da compra, hoje o que mais atrai � o pre�o. Pesquisa recente sobre as inten��es de compra no Dia dos Pais, por exemplo, mostrou que 67% dos consumidores conferem o valor do produto antes de comprar. Apenas 9,9% das pessoas levam em considera��o o bom atendimento.
Foi exatamente o pre�o baixo que atraiu a psic�loga Gizelle Diniz para os brech�s. Frequentadora ass�dua e admiradora do segmento, ela conta que sempre acompanhou perfis de lojas em redes sociais, sites e mat�rias sobre o assunto. Unindo o gosto � possibilidade de uma renda extra, ela decidiu expor seus desapegos na �ltima edi��o de uma feira de brech�s da capital. “No decorrer do processo, percebi o quanto estava habituada a comprar por impulso. A organiza��o das pe�as (para a feira) me fez entender como � comprar de forma consciente e sustent�vel”, conta.
SUSTENTABILIDADE A preocupa��o com o meio ambiente e o consumo excessivo � outro ponto-chave respons�vel pelo crescimento dos brech�s na cidade. Grupos com poder aquisitivo, mas que abra�am o conceito de moda sustent�vel, colaboram tanto como fornecedores quanto como compradores. S�o pessoas que optam por pe�as de segunda m�o por uma quest�o ideol�gica. Para a organizadora da feira Brech� e Bazar BH, a curadoria na hora de escolher os expositores d� seguran�a para esse tipo de p�blico. “O objetivo � ter pe�as em excelente estado, �tima qualidade e pre�o baixo, oferecendo assim uma oportunidade de economia e tamb�m de colabora��o com o universo sustent�vel”, explica.
“Hoje sei que contribuo tanto com o meio ambiente, quanto com o meu bolso”, conta a analista de projetos Cristhiany Cruz, entusiasta dos brech�s. Ela recorda que, quando crian�a, era influenciada pela m�e, e mais tarde inspirou-se na cunhada, que, segundo ela, “sempre comprou roupas bonitas, com marca, e pre�os muito em conta”. Cansada do estilo que tinha no guarda-roupa, decidiu renovar o acervo e praticamente refez o arm�rio depois de ter abandonado o com�rcio tradicionais e passou a buscar a “segunda via”.
Servi�o
Feira Brech� e Bazar BH – Mega Feira Buritis
Data: amanh�
Hor�rio: das 10h �s 17h
Local: Rua Manila, 570,
Arena Estrela D’Alva, Buritis