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Estado de Minas

Locadoras se unem para para criar empresa mais competitiva

Assim como bancos, redes de varejo, institui��es de ensino e v�rios outros setores, empresas de aluguel de carros chegaram � conclus�o de que incorporar concorrentes pode ser bom neg�cio


postado em 10/01/2018 12:00 / atualizado em 10/01/2018 11:02

Com a fusão, Locamerica-Unidas passa a assumir a segunda colocação do mercado liderado pela Localiza, que tem quase 20% de market share em tamanho de frota(foto: Divulgação)
Com a fus�o, Locamerica-Unidas passa a assumir a segunda coloca��o do mercado liderado pela Localiza, que tem quase 20% de market share em tamanho de frota (foto: Divulga��o)

S�o Paulo – Alguns dos setores mais relevantes da economia viveram, nos �ltimos anos, ciclos de intensa consolida��o – jarg�o que, no dicion�rio econ�mico, define quando v�rias empresas se unem para criar uma companhia mais robusta. Apenas para relembrar os casamentos mais recentes, foi assim no setor banc�rio, com o Ita� e o Bradesco incorporando grandes concorrentes, como as opera��es brasileiras do Citi e do HSBC. A cria��o da Via Varejo surgiu tamb�m ap�s a uni�o da Casas Bahia com o Ponto Frio. Na educa��o, grandes grupos como Kroton, Anima, Anhanguera e DeVry ganharam musculatura com a aquisi��o de rivais.

Um dos �ltimos segmentos a surfar na onda de fus�es e aquisi��es foi o de locadoras de ve�culos. A mineira Localiza, a maior empresa do mercado nacional, comprou a subsidi�ria brasileira da americana Hertz, em dezembro de 2016, por R$ 337 milh�es. Em mar�o do ano passado, a tamb�m mineira Locamerica adquiriu 33,7% do capital da Auto Ricci, por R$ 329 milh�es, e incorporou a Panda de Itu por R$ 47,7 milh�es.

Tudo parecia bem acomodado. Parecia. Na semana passada, a Locamerica e a Unidas divulgaram a inten��o de fundir suas opera��es – um neg�cio que envolver� R$ 998,5 milh�es. A uni�o est� condicionada � an�lise e � aprova��o do Conselho Administrativo de Defesa Econ�mica (Cade), mas n�o deve enfrentar muita resist�ncia dado o grau de pulveriza��o do segmento de locadoras. No ranking desse setor, a soma da participa��o de mercado das tr�s principais n�o chega a 45%.

Luis Fernando Porto afirma que o ciclo de consolidação está se fechando para a Locamerica,
Luis Fernando Porto afirma que o ciclo de consolida��o est� se fechando para a Locamerica, "enquanto"

Com a fus�o Locamerica-Unidas, a Movida, do grupo JSL, cai para a terceira coloca��o. A Localiza continuar� na lideran�a, com 19,6% de market share em tamanho de frota (ver quadro). Apenas como compara��o, no mercado americano, tr�s grupos – a Hertz, a Avis e a Enterprise, dona das bandeiras Alamo e National – dominam 90% do mercado. “H� pouco risco de a fus�o ser vetada pelo Cade. Afinal, existem centenas de pequenas locadoras independentes espalhadas pelo Brasil”, afirma o analista Pedro Nogueira, que acompanha o setor.

Pode-se, portanto, apostar em mais neg�cios entre as locadoras, especialmente de grandes adquirindo pequenas, em um futuro n�o muito distante. “Esse ciclo de consolida��o est� se fechando para a Locamerica, por enquanto”, afirma Luis Fernando Porto, CEO da companhia. “Ap�s a aprova��o do Cade, a prioridade ser� criar sinergias e aprimorar os processos de trabalho de ambas as empresas.”

Para a Locamerica, a fus�o � um salto e tanto. Com as recentes aquisi��es, em dois anos a frota da empresa se multiplicou por quatro. Juntas, Locamerica e Unidas ser�o respons�veis pela gest�o de 100 mil ve�culos, 23 endere�os, 72 lojas de seminovos e atua��o em todos os estados do Pp�s. A receita combinada superou os R$ 2 bilh�es, de janeiro a setembro de 2017. O neg�cio foi fechado com a compra de 40,3% do capital da Unidas pela Locamerica, por R$ 398,6 milh�es. O restante da transa��o acontecer� por meio de troca de a��es.

A nova estrutura societ�ria prev� participa��o de 39,2% dos controladores da Locamerica e 25,2% dos da Unidas, que incluem a Enterprise e a Principal, duas multinacionais do setor, al�m do fundo Fitpart Capital Partners, que pertence a ex-s�cios do banco de investimentos Garantia. “Est�o saindo os s�cios financistas e ficando gente do neg�cio”, afirma o economista �lvaro Frasson, analista da Eleven Financial. Ap�s a transa��o, os tr�s fundos s�cios (Vinci, Kinea e G�vea) venderam as suas fatias na Unidas. O mesmo caminho foi trilhado pelo Banco Votorantim, que se desfez de 4,91% das a��es para a Ita� Corretora.

Para os grandes investidores que restam, a expectativa � que a empresa combinada consiga atuar com for�a similar tanto na loca��o para empresas quanto para o consumidor final. Segundo o CEO Luis Fernando Porto, 65% dos carros dever�o ficar direcionados a frotas corporativas. “N�o vejo um mercado melhor do que outro. Ambos t�m grande potencial de crescimento no Brasil”, diz. “O setor pode crescer por mais uns cinco anos, com taxas pr�ximas dos dois d�gitos.”

DIFERENCIAL Haver� alguns desafios. “A Locamerica � a �nica empresa de capital aberto do setor que lucra com a venda de seminovos”, diz Frasson. Isso � um diferencial importante, j� que a revenda dos carros usados representa atualmente metade da receita das grandes empresas de loca��o brasileiras. Ou seja, vender seminovos n�o significa apenas uma forma de aliviar custos e perdas, mas sim uma fonte de rentabilidade. E ela conseguiu isso diminuindo o tempo m�dio de uso de sua frota para 17 meses – segundo Porto, ao fim de 2018 esse �ndice baixar� para 15 meses –, o que reduz os custos de manuten��o e aumenta o valor de revenda. Esse objetivo, no entanto, s� foi alcan�ado pela fato de a empresa se dedicar ao mercado de frotas corporativas, no qual os cuidados dos clientes com o ve�culo s�o maiores e o �ndice de sinistros, menor.

Outra vantagem da atua��o junto �s empresas s�o os contratos mais est�veis, de longo prazo, e um potencial grande de crescimento do nicho. Segundo a Associa��o Brasileira das Locadoras de Autom�veis (Abla), apenas 11% das empresas do pa�s terceirizam as suas frotas. Em alguns pa�ses europeus, como a Inglaterra e a Fran�a, cerca de metade delas preferem essa estrat�gia. Para as locadoras que planejam se manter competitivas no setor depois da fase de consolida��o, ser� preciso ampliar a atua��o nas duas frentes. Afinal, escala � muito importante tanto para a compra de ve�culos junto a montadoras quanto para estabelecer uma rede de revendas de largo alcance.

"A consolida��o � um caminho sem volta"


Roberto Mendes - CEO da Localiza(foto: Divulgação)
Roberto Mendes - CEO da Localiza (foto: Divulga��o)
Como a Localiza enxerga a consolida��o do setor?

A consolida��o � uma tend�ncia natural do mercado. � um caminho sem volta. No Brasil, o mercado ainda � muito pulverizado, ou seja, muito pouco concentrado. Todos os anos surgem novas empresas atuando nesse setor. As tr�s maiores  t�m  menos da metade do mercado, o que representa um espa�o grande para outros neg�cios no futuro.

Mas a consolida��o � boa ou ruim para as empresas e consumidores?
N�o sei se � boa ou ruim. Talvez n�o seja nem uma coisa nem outra. Se olharmos para outros pa�ses, onde o setor j� � consolidado, n�o h� perdas para as empresas nem para os clientes em raz�o da consolida��o. Nos Estados Unidos, as tr�s maiores companhias det�m 90% do mercado. Na Europa, as tr�s l�deres respondem por algo entre 65% e 70%.

Como ser� 2018 para a Localiza?
Acreditamos que 2018 ser� um ano de mais competi��o, mas com muitas grandes oportunidades. O ano ter� um PIB positivo, com a economia girando em um ritmo mais alto. Al�m disso, os juros mais baixos geram mais perspectivas de bons neg�cios. Por outro lado, o cen�rio pol�tico ainda inspira cautela. A evolu��o de cada candidato nas pesquisas de opini�o determinar� se a situa��o ser� mais ou menos tranquila na economia.

Qual ser� a estrat�gia da Localiza para crescer nesse cen�rio?
A estrat�gia da Localiza � buscar aumento da rentabilidade com crescimento org�nico. A gente n�o fica olhando s� para o que acontece no mercado como um todo, mas dedicamos uma aten��o para o nosso neg�cio. O aumento da rentabilidade passa pela aten��o aos detalhes. J� crescemos 30% em 2017 na compara��o com o ano anterior. E nosso lucro foi recorde. Por isso, acreditamos que estamos no caminho certo.


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