Minas Gerais fechou o ano de 2017 com 24.296 postos de trabalho com carteira assinada a mais, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados ontem pelo Minist�rio do Trabalho e Emprego. Foram 16.671.895 contrata��es e 1.647.599 demiss�es de janeiro a dezembro. Mas no �ltimo m�s do ano o saldo no estado foi o fechamento de 36.446 vagas, com varia��o negativa de 0,92%.
Mas enquanto Minas gerou vagas, Belo Horizonte fechou o ano com quase 3.100 postos de trabalho a menos. Segundo dados do Caged, a capital teve 370.923 admiss�es contra 374.022 demiss�es, varia��o negativa de 0,34%. Dezembro, j� com as novas regras trabalhistas, apresentou cen�rio ainda pior, com fechamento de 5.490 postos, o que corresponde a 0,61% a menos de vagas.
Os n�meros nacionais mostram que o pa�s encerrou o m�s de dezembro com o fechamento de 328.539 vagas de emprego formal. Esse � o segundo m�s seguido de fechamento de vagas. Com o n�mero, o ano de 2017 encerrou com fechamento l�quido de 20.832 vagas. O resultado mensal negativo foi puxado pela ind�stria da transforma��o, que cortou 110.255 postos formais em dezembro. Tamb�m tiveram desempenhos negativos os setores de constru��o civil (-52.157), agropecu�ria (-44.339), servi�os (-107.535), administra��o p�blica (-16.400), ind�stria extrativa mineral (-2.330) e os servi�os de utilidade p�blica (-1.808). O �nico setor com gera��o de vagas foi o com�rcio, que abriu 6.285 postos em dezembro.
Seguindo a tend�ncia apurada em todo o pa�s, a constru��o civil foi o setor com o maior percentual de demiss�es ao longo de 2017 em Minas Gerais, foram 7.260 demiss�es, deixando a varia��o negativa de 2,69%. Na sequ�ncia, as vagas na administra��o p�blica ficaram 2% menores, a ind�stria extrativa mineral 1,88% menor. Formam ainda a lista a Agropecu�ria (-1,80%), a ind�stria de transforma��o (-1,58%), Servi�os (-0,69%). No caminho contr�rio est� o com�rcio com alta de 0,12%, e saldo positivo de 1,131 vagas no estado.
O dado divulgado ontem inclui contratos firmados j� sob as novas modalidades previstas na reforma trabalhista, como a jornada intermitente e a jornada parcial. As regras come�aram a vigorar em novembro do ano passado. Os dados indicam que o m�s de dezembro terminou com 2.574 admiss�es de trabalhadores com contrato intermitente, enquanto houve fechamento de 1.004 vagas pelo sistema de jornada parcial. O Caged informou ainda que houve 5.841 desligamentos por acordo no m�s de dezembro.
Apesar de alardeado pelo governo como sinal de recupera��o do mercado de trabalho, a diminui��o no percentual de demiss�es, para o professor de Ci�ncias Econ�micas da Universidade Federal de Minas Gerais e pesquisador do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional (Cedeplar), M�rio Rodarte, mostra que os sinais dados pela economia ainda n�o s�o bons. Para ele, a avalia��o ainda � pessimista. “Eu n�o vejo nada de pol�tica economia que d� alento e sem proje��o de melhora. Por enquanto, a gente n�o tem nada de alentador no cen�rio. Pelo contr�rio, temos quest�es agravantes ainda”, afirmou.
O economista considera que o eventual quadro de recupera��o n�o tende a se sustentar nos pr�ximos meses e devem ser agravado por quest�es como o ano eleitoral e o fato de que a economia tende a se desaquecer, principalmente, no primeiro trimestre de cada ano. “A redu��o do n�mero de pessoas empregadas afeta a massa salarial e assim a economia n�o gira”, disse. Mario ainda considera que as novas regras trabalhistas j� impactaram nos n�meros fazendo com as pessoas com sal�rios mais altos sejam demitidas e a substitui��o de m�o de obra mais barata. “� um cen�rio t�pico de crise. Porque isso reflete no aumento das desigualdades e a desigualdade faz com que a economia seja mais inst�vel”, analisa.
Extrato
O ano de 2017 terminou com fechamento de 42,5 mil empregos ocupados por mulheres, enquanto houve abertura de 21,6 mil postos de trabalho preenchidos por homens. O dado consta do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado na manh� desta sexta-feira, 26, pelo Minist�rio do Trabalho. O coordenador-geral de Estat�sticas do Minist�rio, M�rio Magalh�es, explica o dado pelo perfil da retomada do emprego. “O perfil do emprego que est� crescendo est� ligado mais a postos tipicamente masculinos”, disse.
Entre as fun��es que mais criaram postos no ano passado, est�o alimentador de linha de produ��o (90,2 mil empregos novos), faxineiro (34,3 mil) e atendente de loja e mercado (26,9 mil). Por outro lado, entre as ocupa��es que mais tiveram destrui��o de vagas, est�o pedreiro (-31,8 mil), supervisor administrativo (-26,9 mil) e gerente administrativo (-22,8 mil).
O Caged mostrou ainda que, quando separados por faixas et�rias, o emprego para pessoas de at� 24 anos terminou 2017 com cria��o de 823,9 mil vagas. Por outro lado, houve fechamento de 844,7 mil empregos que eram ocupados por trabalhadores com idade a partir de 25 anos. “Essa � uma estrat�gia de sobreviv�ncia das empresas. Quando voc� contrata um jovem, paga sal�rio menor”, disse. (Com ag�ncia).
COM CARTEIRA
Pa�s fecha postos de trabalho pelo terceiro ano seguido
Resultado acumulado em 2017
Regi�o Admiss�es Demiss�es Saldo Varia��o sobre 2016
Brasil 14.635.899 14.656.731 -20.832 -0,05%
Minas 1.671.895 1.647.599 24.296 0,62%
Belo Horizonte 370.923 374.022 -3.099 -0,34%
EM MINAS
Munic�pios que mais geraram
emprego no estado
Cidade Saldo
Uberl�ndia 2.175
Patos de Minas 1.791
Ita�na 1.009
NO BRASIL
Evolu��o das vagas a cada ano
(em milh�es)
Ano Saldo
2007 1,943
2008 1,707
2009 1,397
2010 2,223
2011 2,026
2012 1,372
2013 1,138
2014 0,42
2015 -1,534
2016 -1,326
2017 -0,2
POR SETORES
Setores que fecharam vagas formais no pa�s
Constru��o civil -103.968
Ind�stria de transforma��o -19.900
Ind�stria extrativa mineral -5.868
Servi�os Industriais de Utilidade P�blica -4.557
Administra��o p�blica -575
Setores que abriram vagas formais
Com�rcio 40.087
Agropecu�ria 37.004 vagas
Servi�os 36.945 empregos
Regi�es do pa�s
Cortaram vagas
Sudeste -76.600
Nordeste -14.424
Norte -26
Geraram emprego
Centro-Oeste 36.823
Regi�o Sul 33.395