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Estado de Minas

Ind�stria contesta reajuste na conta de luz em Minas

Setor questiona c�lculos oficiais, que poder�o confirmar corre��o de 34,4% da tarifa da Cemig aplicada �s f�bricas


postado em 23/04/2018 06:00 / atualizado em 23/04/2018 08:14

Sindimalhas apresentou recurso à Aneel contra remarcação, que deve resultar em aumento de até 4% no custo final de tecidos (foto: Marcelo Sant´Anna/EM/D.A Press)
Sindimalhas apresentou recurso � Aneel contra remarca��o, que deve resultar em aumento de at� 4% no custo final de tecidos (foto: Marcelo Sant�Anna/EM/D.A Press)

Ind�strias temem que o aumento nas contas de energia leve � perda de competitividade e ameace as empresas com o fechamento de f�bricas. Faltando um m�s para a entrada em vigor da revis�o das tarifas da Companhia Energ�tica de Minas Gerais (Cemig) pela Ag�ncia Nacional de Energia El�trica (Aneel), – que promete ser a maior da �ltima d�cada –, o setor se mobiliza para tentar diminuir o impacto dos reajustes.

A Associa��o Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace) alega diverg�ncias de informa��es nos c�lculos da Aneel para definir a tarifa. Se permanecerem os percentuais j� divulgados, a conta vai ficar 34,41% mais cara para o setor industrial e 22,63% para consumidores residenciais, acr�scimo, em m�dia, de 25,87%.


O preju�zo ser� maior para setores como minera��o, siderurgia, ferroligas, em que o gasto com energia pode chegar a quase 50% do custo de produ��o, segundo a Abrace. A entidade tamb�m argumenta que a eleva��o chega num contexto em que a conta de luz j� pesa para a ind�stria cinco vezes mais do que a infla��o medida entre 2000 e 2016. O dado consta de estudo da consultoria econ�mica Ex-ante, que considerou a rela��o entre gastos com energia e quantidade de produto.


A tarifa de energia el�trica � composta por duas parcelas. Na parcela A, entram fatores ligados � compra da energia pela distribuidora, a transmiss�o e encargos setoriais. A parcela B est� relacionada aos custos da distribui��o do insumo. O questionamento da Abrace diz respeito � parcela B e se refere a diverg�ncias de valores dos “bens totalmente depreciados”. Quanto maior esse valor, menor ser� o pre�o da tarifa.

“Na audi�ncia p�blica da Aneel, o dado apresentado foi de R$ 7 bilh�es de bens completamente depreciados da Cemig, que deveriam sair da base tarif�ria. A Abrace obteve por meio da Lei de Acesso � Informa��o relat�rio de auditoria independente que atribui valor de R$ 10 bilh�es para esses bens. Queremos saber o porqu� da diferen�a”, explica a especialista em energia el�trica da Abrace Nat�lia Moura de Oliveira.


A discuss�o ocorre em meio ao quarto ciclo de revis�o tarif�ria da Cemig, processo que � feito de quatro em quatro anos com o objetivo de manter o equil�brio econ�mico-financeiro dos contratos de concess�o. A Cemig atende 8,3 milh�es de unidades consumidoras localizadas em 774 munic�pios de Minas Gerais.

”Esse reajuste na ordem dos dois d�gitos assusta muito. Temos associados que pagam pela energia o equivalente a 40 a 50% do custo de produ��o”, refor�a o coordenador da �rea de energia el�trica, Victor Hugo Iocca. A Abrace ainda n�o sabe o quanto essa diferen�a de valores traria de redu��o no reajuste, mas insiste em que qualquer mudan�a ser� um al�vio que se estender� pelos pr�ximos anos.

Impacto


“Isso tem um impacto muito relevante na ind�stria e prejudica a competitividade como um todo. Em Minas Gerais, quase 60% do consumo de energia vem do setor industrial”, afirma o superintendente de ambiente de neg�cios da Federa��o das Ind�strias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Guilherme Le�o.

Segundo ele, o aumento da tarifa amea�a alguns setores de fechamento, cuja participa��o de energia no custo de produ��o representa mais de 40%. “Em setores como ferroligas e alum�nio, conforme o pre�o da energia, � mais adequado desligar a planta”, diz.


O presidente eleito da Fiemg, Fl�vio Roscoe, que tamb�m � presidente do Sindicato das Ind�strias T�xteis de Malhas no Estado de Minas Gerais (Sindimalhas-MG), destaca que a revis�o tarif�ria est� tirando o sono do segmento t�xtil. “O setor est� em p�nico, porque n�o tem espa�o para repassar o custo. O reajuste � em Minas, mas estamos concorrendo com o mundo”, diz.


Nos c�lculos do Sindimalhas, a revis�o trar� impacto de 2,5% a 4% no custo final dos produtos. “Esse impacto � como ir na lua e voltar, pois j� n�o temos margem nenhuma para aumento. Estamos apresentando recurso junto � Aneel contestando o aumento”, ressalta Roscoe. A energia tem peso de 10 a 15% do custo de produ��o na ind�stria t�xtil.


Os novos valores definitivos das contas de luz entrar�o em vigor a partir de 28 de maio. A proposta ficou aberta a sugest�es at� s�bado. De acordo com a Aneel, todas as contribui��es ser�o analisadas e os �ndices finais ter�o defini��o em 22 de maio, na reuni�o da diretoria da ag�ncia reguladora.


A Cemig informou apenas que a tarifa das distribuidoras � determinada pela Aneel, n�o cabendo � concession�ria a decis�o sobre qualquer valor a ser aplicado. “A Aneel abriu a Audi�ncia P�blica 012/2018 para receber as contribui��es da sociedade com rela��o � 4ª Revis�o Tarifaria da Cemig. As propostas ser�o avaliadas pela Aneel e o reajuste definitivo ser� divulgado na segunda quinzena de maio”.


No in�cio do m�s, a Cemig divulgou balan�o financeiro do ano passado, quando registrou lucro l�quido de R$ 1 bilh�o, quase o triplo do ano passado (R$ 335 milh�es). Na �poca, a Cemig justificou que o aumento do ganho n�o levaria � redu��o da tarifa, j� que somente 4% desse montante � repassado � companhia.


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