S�o Paulo – A cada ano, os brasileiros gastam R$ 350 bilh�es em compras de supermercado. A cifra faz brilhar os olhos de Marco Zolet, CEO do Supermercado Now, startup que faz as compras de forma personalizada e entrega em casa. Qualquer fatia desse mercado � brincadeira de gente grande.
Por envolver uma log�stica complexa, s� os grandes supermercados conseguem investir na entrega r�pida de produtos frescos. Para as redes de bairro, o marketplace � uma forma de entrar no mundo digital sem ter que fazer investimento. Os centros de distribui��o s�o as pr�prias lojas.
O formato do Now, por�m, � apenas um de tantos que est�o sendo testados. A Mercado Fresh faz a feira, vai ao a�ougue e ao supermercado para o cliente, mas s� entrega no dia seguinte (e n�o trabalha com nenhuma rede espec�fica). O Shopper compra diretamente da ind�stria, oferecendo pre�os competitivos, mas n�o trabalha com perec�veis. H� ainda o Nuper, em fase de acelera��o, que oferece pessoal para fazer as compras no supermercado de escolha. Isso sem falar na Rappi e na Glovo, que entregam de tudo – at� as compras do supermercado.

O Supermercado Now tem crescido quase 30% ao m�s nos �ltimos dois anos. Mas ainda � pequeno. Para 2018, a expectativa � de um GMV (Gross Merchandise Value, m�trica usada para medir o volume de transa��es no e-commerce) de R$ 30 milh�es. O Now nasceu em 2015 com US$ 1,5 milh�o levantados a partir de capital pr�prio. Agora, quer levantar mais US$ 5 milh�es para chegar a outras cidades do Brasil e se fortalecer para enfrentar a concorr�ncia.
Embora o Rappi n�o tenha tirado mercado do Now, as duas startups disputam a lideran�a nas compras de supermercado. “Nosso ticket m�dio � de R$ 250, de duas a tr�s vezes e meia o do Rappi”, diz Zolet, que trabalhou na AmBev e no HSBC antes de empreender. “Por sermos especialistas, com a taxa de crescimento que temos e com uma nova rodada de investimentos, acredito que vamos ficar na dianteira.”
Diferentemente do Now, o Rappi atua em diversas frentes. Compra e entrega qualquer coisa. At� mesmo dinheiro vivo, mediante taxa de 4%. Na categoria supermercado, o Rappi atua com a rede P�o de A��car, um grande diferencial em S�o Paulo.
O Now foca em redes de bairro ou regionais. J� tem parceria com 12 redes e 60 lojas em S�o Paulo – juntas, faturam R$ 4 bilh�es offline. S�o redes como Hirota e Quitanda, St. Marche e Chama. Outras 10 est�o no horizonte. “Hoje j� represento de 3% a 5% das vendas dos parceiros mais antigos. Trago margem e receita porque amplio a �rea de captura de clientes”, diz Zolet.
O Now tamb�m tem conversas com o P�o de A��car. Mas � obviamente mais f�cil fechar contratos quando se negocia com o dono do que com grandes empresas. A s�cia mais nova do Now � Cristiane Dias, ex-diretora do Grupo P�o de A��car (GPA). O outro s�cio � engenheiro de computa��o Diego Kawaoka.
Shoppers
Segundo Zolet, a margem das lojas de supermercado de bairro � da ordem de 35%. Quando vendem por meio do Supermercado Now, elas repassam de 11% a 12% para a startup. Al�m da comiss�o repassada pelo supermercado, outra fonte de receita s�o as parcerias de marketing com a ind�stria, que paga para ter destaque nas g�ndolas virtuais. O Now tamb�m cobra uma taxa de servi�o de R$ 9,90 a R$ 17,90, mas a receita vai para a remunera��o dos shoppers, como s�o chamadas as pessoas que compram e entregam os produtos.
Hoje os shoppers do Now tiram algo como R$ 2,8 mil por m�s e fazem de seis a oito entregas por dia. Para garantir baixos �ndices de ruptura (falta de produto ou compra errada), os shoppers passam por uma sele��o por v�deo e treinamento presencial.