
Bras�lia - O governo quer reduzir o pre�o da gasolina e do g�s de cozinha at� o pr�ximo m�s, mas garante que n�o haver� interfer�ncia no modelo de reajuste de pre�os dos combust�veis praticado pela Petrobras. Com apelo popular, a quatro meses das elei��es, a medida j� � batizada como "pol�tica para o consumidor" e prev� uma esp�cie de "seguro" para evitar que reajustes sejam repassados totalmente � popula��o at� o fim do ano.
Com receio de que novos protestos e cobran�as batam � porta do Pal�cio do Planalto, na esteira da greve dos caminhoneiros, o governo tenta agora impedir que novos aumentos nos pre�os da gasolina e do g�s virem uma crise incontrol�vel.
O movimento dos caminhoneiros exp�s a fragilidade do presidente Michel Temer e as press�es pol�ticas sobre a Petrobras culminaram com a sa�da do ent�o presidente da companhia, Pedro Parente, substitu�do por Ivan Monteiro.
O n�cleo pol�tico do governo e a c�pula do MDB pressionam Temer por medidas de maior impacto para enfrentar a crise neste ano eleitoral, marcado por uma sucess�o de reveses e desgastes para Temer. Tudo est� sendo planejado, por�m, para evitar a leitura de que o Planalto quer intervir na Petrobr�s.
"N�o h� incompatibilidade entre o governo ter uma pol�tica de pre�os para os combust�veis e as empresas terem a dela. Isso � o que se faz no mundo todo", disse ao jornal O Estado de S. Paulo o ministro de Minas e Energia, Moreira Franco. "As empresas competem no mercado e cuidam dos seus resultados, mas o governo cuida das pessoas. O que precisamos � garantir previsibilidade para que todos possam se organizar", completou ele.
Seguro
A ideia � criar uma esp�cie de "seguro", no qual o governo estima um valor m�dio para a cota��o do barril de petr�leo. A partir da�, entraria em cena um regime diferenciado de tributa��o, que faria compensa��es para cima e para baixo, de acordo com a varia��o do pre�o estipulado para o produto.
Para que esse modelo funcione, a equipe de Temer tentar� fazer um acordo com os governadores, no intuito de que todos reduzam a carga do Imposto sobre Circula��o de Mercadorias e Servi�os (ICMS) sobre o pre�o final para o consumidor. Na avalia��o do ministro, a tributa��o sobre os combust�veis "n�o � saud�vel" para os Estados e precisa ser rediscutida.
O Planalto se refere ao novo regime, em estudo por um grupo de trabalho, como "plano de transi��o", para ser ou n�o referendado pelo pr�ximo presidente da Rep�blica. Na pr�tica, a ala pol�tica do governo, liderada por Moreira Franco, vem cobrando h� tempos uma posi��o mais pragm�tica de Temer sobre a pol�tica de combust�veis.
No diagn�stico do ministro, n�o basta reduzir em R$ 0,46 o litro do �leo diesel nem congelar o pre�o do produto por 60 dias para atender os caminhoneiros. A percep��o interna � de que o governo precisa assumir um programa de maior envergadura para mostrar que n�o est� de bra�os cruzados diante da crise. H�, no entanto, d�vidas sobre o modelo a seguir, principalmente na �rea econ�mica.