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Estado de Minas

Entidade pede socorro ao BNDES para setor de aves e su�nos

Cadeia da prote�na animal vem sofrendo com barreiras internacionais, opera��es sanit�rias, alta do d�lar e efeitos da greve dos caminhoneiros. Ajuda do BNDES pode ser alternativa


postado em 28/06/2018 06:00 / atualizado em 28/06/2018 09:15

No início do mês, a China anunciou que vai impor um preço mínimo para aves, o que aumenta as dificuldades para o setor no Brasil(foto: ANPr/ SINDIAVIPAR 21/1/16)
No in�cio do m�s, a China anunciou que vai impor um pre�o m�nimo para aves, o que aumenta as dificuldades para o setor no Brasil (foto: ANPr/ SINDIAVIPAR 21/1/16)

S�o Paulo – Nesta quinta-feira, representantes do setor de aves e su�nos bater�o na porta do BNDES em busca de alternativas para minimizar os problemas enfrentados nos �ltimos meses pela cadeia de prote�na animal. Dirigentes da Associa��o Brasileira da Prote�na Animal (ABPA) v�o se encontrar no in�cio da tarde com Dyogo Oliveira, presidente da institui��o financeira. A entidade representa a cadeia dos su�nos, aves, ovos e mat�ria gen�tica.


Na pauta do encontro, conta Ricardo Santin, vice-presidente da ABPA, est� a proposta para que o BNDES abra uma linha de cr�dito espec�fica para o setor com prazos e taxas especiais. “Essa reuni�o � para pedir ajuda ao banco e conseguir enfrentar as dificuldades de forma sustent�vel”, diz.


A ideia da ABPA � que a linha de cr�dito seja oferecida a toda a cadeia de aves e su�nos, tanto para cooperativas quanto para as grandes empresas. Santin sabe que a inclus�o de gigantes como BRF e JBS pode receber cr�ticas por terem condi��es de negociar outras fontes de cr�dito em boas condi��es, mas o diretor da entidade reage: “Os empregos deles n�o valem? O imposto e os recursos que essas empresas trazem para o Brasil n�o valem? Por que o tratamento teria de ser diferenciado?”


Apesar do momento de fragilidade do setor, Pedro Parente, novo presidente da BRF, n�o vai participar do encontro com Dyogo Oliveira, j� que acabou de assumir o cargo e n�o faz parte da diretoria da ABPA. Ao lado da JBS, a empresa tem sido uma das mais penalizadas desde que o setor come�ou a enfrentar dificuldades que come�aram a se agravar em mar�o do ano passado com a Opera��o Carne Fraca, que investigou a adultera��o na certifica��o de produtos. Foi o suficiente para acender o sinal de alerta tanto no mercado interno quanto entre os compradores estrangeiros, que passaram a desconfiar da qualidade das mercadorias nacionais.


Depois disso, a PF realizou mais duas fases de investiga��o, batizadas de Ant�doto e Trapa�a. Um dos efeitos foi a queda de Abilio Diniz da presid�ncia do Conselho de Administra��o da BRF. Al�m dos problemas para vender seus produtos no exterior, a companhia tem sofrido com a desconfian�a dos investidores. BRF, que perdeu R$ 14,681 bilh�es de valor de mercado na bolsa desde o in�cio do ano, e JBS, que encolheu R$ 1,276 bilh�o (dados da Econom�tica), foram procuradas, mas n�o quiseram comentar o momento do setor.
De l� para c�, o setor de prote�na animal tem sido pressionado de todos os lados. T�o forte quanto o golpe sofrido pelas investiga��es policiais e sanit�rias vem sendo as dificuldades criadas pelos principais pa�ses compradores dos produtos brasileiros.


Em novembro passado, o governo russo embargou a carne su�na brasileira – o pa�s � o principal comprador internacional desse tipo de prote�na, com 40% do volume. A justificativa foi a presen�a de res�duos de ractopamina, um estimulador do crescimento dos animais.


O efeito da a��o da R�ssia foi imediato. No acumulado deste ano (de janeiro a maio), segundo dados do Minist�rio do Desenvolvimento, Ind�stria e Com�rcio Exterior (MDIC), o Brasil exportou 240 mil toneladas de carne su�na, gerando vendas de US$ 486 milh�es. O volume foi 10,6% inferior em rela��o ao mesmo per�odo do ano anterior, com queda de 23,8% na receita.


“A expectativa � de que aquele mercado seja reaberto para o produto brasileiro, mas sem d�vida o caso dos su�nos � o pior entre as prote�nas animais exportadas por conta da depend�ncia dos russos”, avalia C�sar de Castro Alves, analista da MB Agro.

Geladeira Outra decis�o internacional de grande impacto veio da Uni�o Europeia, que em abril decidiu descredenciar 20 frigor�ficos brasileiros. Como justificativa do bloco, foram apontadas “defici�ncias detectadas no sistema oficial de controle brasileiro”. “Trata-se de um mercado muito relevante. S� em 2017 foram exportados US$ 774 milh�es em aves para a UE. Aquele � o terceiro maior comprador brasileiro, com o detalhe que o pa�s exporta cortes nobres, mais caros’, explica Victor Ayres, assessor t�cnico de aves e supinos da Confedera��o Nacional da Agricultura (CNA).


Os n�meros refletiram o fechamento parcial do mercado europeu. Segundo o MDIC, de janeiro a maio houve uma queda de 8,7% na receita obtida com a exporta��o de aves (compara��o com os primeiros cinco meses de 2017) e de 6,5% no volume.

Diplomacia Para Ayres, decis�es como a da Uni�o Europeia s�o “barreiras diplom�ticas travestidas de sanit�rias”. ‘A UE sabe que haver� press�o por parte dos produtores brasileiros para que o Brasil ceda nas negocia��es para que seja firmado o acordo com o Mercosul, por isso decidiu descredenciar os frigor�ficos locais”, avalia o t�cnico, que qualifica o atual momento como “ca�tico”. Alves, da MB Agro, concorda: “Para o setor de aves, o ano est� sendo um inferno astral.”


No in�cio do m�s, foi a vez de a China criar dificuldades ao anunciar que vai impor um pre�o m�nimo para aves brasileiras. Terceiro principal destino dessa prote�na animal, o pa�s reclama da concorr�ncia desleal da produ��o do Brasil. O governo tenta negociar para suspender a medida, mas j� deu carta branca para que os t�cnicos da ABPA levantem informa��es para levar o caso � Organiza��o Mundial do Com�rcio (OMC). “Sempre tivemos apoio do governo, mas agora ele precisa ser mais forte. Esperamos que depois da tentativa de negocia��o dos minist�rios das Rela��es Exteriores, Desenvolvimento e Agricultura, a iniciativa parta do presidente Michel Temer”, afirma Santin.


Uma das exportadoras afetadas � a cooperativa C.Vale, do Paran�. Segundo Alfredo Lang, presidente, o momento � de conversa. “Estamos negociando com autoridades chinesas, encaminhando documenta��o que eles pediram e queremos mostrar que n�o estamos vendendo carne de frango abaixo do pre�o praticado no Brasil”, diz.


Para Lang, o Brasil vem sofrendo com retalia��es internacionais por ser um grande fornecedor de prote�na animal. “Nos pa�ses que compram nossa carne, os governos sofrem press�o dos produtores locais que enfrentam a concorr�ncia da carne brasileira. O outro motivo � que n�s mesmos demos as armas para usarem contra n�s quando o pa�s conduziu e divulgou mal a Opera��o Carne Fraca”, avalia.


Para o presidente da C.Vale, “houve uma escandaliza��o desnecess�ria motivada, em grande parte, por desconhecimento e exagero. Pegaram casos pontuais, tiraram conclus�es erradas e colocaram cadeias produtivas em risco com generaliza��es. A gente entende quando enfrenta obst�culos criados l� fora, mas n�o quando s�o criados pelo nosso pr�prio pa�s”, reclama.

Cai fatia do agroneg�cio no PIB brasileiro

Ano    Participa��o (em %)
2007    22,72
2008    22,84
2009    21,52
2010    21,64
2011    21,03
2012    19,41
2013    19,17
2014    19,06
2015    20,54
2016    22,83
2017    21,59

Fonte: Cepea/CNA e IBGE – Contas Nacionais

 

PIB do agroneg�cio encolhe  

Ano    Valor (em R$ milh�es)
2007    1.280.129
2008    1.352.226
2009    1.272.767
2010    1.376.310
2011    1.390.327
2012    1.308.052
2013    1.330.592
2014    1.329.568
2015    1.381.992
2016    1.482.914
2017    1.416.199

Fonte: Fonte: Cepea/CNA e IBGE – Contas Nacionais


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