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Estado de Minas

Maquininhas para pagamento eletr�nico se multiplicam no varejo

Turbinadas pelo aumento do n�mero de microempreendedores, empresas de meios eletr�nicos de pagamento responder�o por 60% das vendas em cinco anos, segundo associa��o do setor


postado em 21/08/2018 06:00 / atualizado em 21/08/2018 08:00

Segmento movimentou R$ 1,36 trilhões no ano passado e novos concorrentes surgem a cada dia(foto: Divulgação PagSeguro)
Segmento movimentou R$ 1,36 trilh�es no ano passado e novos concorrentes surgem a cada dia (foto: Divulga��o PagSeguro)


S�o Paulo – A velha desculpa da falta de dinheiro trocado no bolso caiu, definitivamente, em desuso. Especialmente nos �ltimos dois anos, o mercado de meios eletr�nicos de pagamento se popularizou como nunca.

Nas feiras de rua, nos carrinhos de pipoca do parque ou mesmo nos camel�s – profissionais que hoje se classificam como microempreendedores individuais (MEIs) –, as maquininhas de cart�o de cr�dito e de d�bito passaram a ser ferramentas indispens�veis tanto para quem vende quanto para quem compra.

“Os custos melhoraram e milh�es de pessoas entraram nesse segmento, o que fez com que as maquininhas ganhassem mercado”, diz o economista V�tor Fran�a, consultor da Boanerges & Cia, especializado em varejo financeiro.

Essa expans�o abriu caminho para o surgimento e consolida��o de dezenas de empresas do ramo: Cielo, Rede, Getnet, iZettle, Payleven, Sumup, Moderninha, Mercado Pago, entre tantas outras. Os n�meros comprovam esse movimento. Segundo a Associa��o Brasileira das Empresas de Cart�es de Cr�dito e Servi�os (Abecs), havia 5,1 milh�es de pontos com maquininhas de cart�o ou terminais eletr�nicos de vendas espalhados pelo Brasil em 2017, que movimentaram R$ 1,36 trilh�o ao longo do ano.

Os n�meros da entidade projetam que 60% dos pagamentos realizados no Brasil ser�o efetuados por meio dos meios eletr�nicos, daqui a cinco anos. O percentual atual � de 32,6%. Al�m disso, no primeiro trimestre de 2018 todos os meios contabilizaram forte expans�o.

As transa��es por meio de cart�es de d�bito cresceram 13,6%, enquanto as de cr�dito subiram 14,6%. No segmento de cart�es pr�-pagos, a alta foi de 63% na compara��o com o mesmo trimestre do ano passado. “O ritmo de crescimento, na contram�o da economia, est� acima de dois d�gitos em todos os canais de pagamento”, afirma o presidente da Abecs, Fernando Chacon.

O mercado de maquininhas ganhou um imenso impulso em janeiro deste ano, quando a PagSeguro, empresa do grupo de internet UOL, fez abertura de capital na bolsa e captou R$ 7,2 bilh�es, cerca de R$ 1,2 bilh�o acima da expectativa da pr�pria empresa. A PagSeguro � detentora das marcas Moderninha e Minizinha. “Sempre que surgem rumores de que o setor chegou ao limite de sua capacidade de crescimento, alguma dessas empresas mostra que ainda existe muito espa�o para crescer”, afirma o economista Mario Okimoto, especialista em tecnologias de varejo pela Funda��o Getulio Vargas (FGV).

Depois do IPO da PagSeguro, o Banco do Brasil, um dos principais acionistas da Cielo, lan�ou sua pr�pria maquininha. O neg�cio consiste em vender o aparelho ao cliente, n�o apenas alugar. J� a Stelo, assim como a PagSeguro, oferece a venda no lugar da loca��o, trabalhando com as bandeiras Visa, Mastercard, Elo, Amex, Hipercard e Hiper.

O recente lan�amento da Bradesquinha, a mais nova rival no setor de maquininhas de cart�o, acirrou ainda mais a guerra entre as credenciadoras. Al�m de permitir a aceita��o do dinheiro de pl�stico tradicional, com chip e tarja magn�tica, quase todos os novos aparelhos s�o t�o port�teis quanto smartphones e se conectam via Wi-Fi ou rede 3G e 4G.

A pujan�a do segmento de meios eletr�nicos de pagamento se explica, em parte, pelo aumento no n�mero de microempreendedores. Em maio, o �ltimo dado dispon�vel, o pa�s alcan�ou a marca de 182 mil novos MEIs registrados, segundo o Indicador Serasa Experian de Nascimento de Empresas. Isso representa um novo microempreendedor a cada 10 segundos. Em um dos maiores sites de compra e venda de produtos pela internet, a OLX, nos cinco primeiros meses do ano, mais de 870 mil microempres�rios aderiram � plataforma, um crescimento de 36,7% em rela��o ao mesmo per�odo de 2017. “A evolu��o expressiva foi impulsionada pelo aumento dos neg�cios criados por microempreendedores”, diz Bruno Valle, diretor de planejamento da OLX Brasil.

FIM DO MONOP�LIO A concorr�ncia no setor de maquininhas come�ou a ganhar caracter�sticas de guerra a partir de fevereiro no ano passado, quando o Banco Central acabou com a exclusividade das bandeiras nas m�quinas de cart�es. A disputa se intensificou em julho, quando o Conselho Administrativo de Defesa Econ�mica (Cade) assinou acordo com a Cielo para acabar tamb�m com a exclusividade da bandeira Elo na credenciadora.

At� aquele momento, os correntistas do Banco do Brasil, Caixa e Bradesco que portavam o cart�o Elo somente poderiam us�-lo na m�quina da Cielo. Os tr�s bancos s�o acionistas da Cielo, empresa criada para competir com duas outras importantes bandeiras de cart�es no Brasil, a Visa e a Mastercard. “O mercado vai crescer ainda muito mais, j� que, atualmente, pouco mais de 30% das transa��es no pa�s s�o feitas via cart�o, enquanto em economias mais maduras esse �ndice varia entre 45% e 50%”, garantiu Okamoto, da FGV. Ao que tudo indica, as empresas do setor est�o prontas para garantir seu espa�o no universo do d�bito ou cr�dito.

Meios eletr�nicos impulsionam fintechs

 

A invas�o da tecnologia no mundo do cr�dito tem sido uma fonte de oportunidades de neg�cios, mas tamb�m de desafios para os grandes bancos. As fintechs, nome dado �s empresas de tecnologia no setor financeiro, est�o ganhando musculatura com uma velocidade impressionante.

Isso porque o Conselho Monet�rio Nacional (CMN) deu sinal verde para que essas empresas fa�am an�lise de cr�dito, realizem cobran�a, comercializem seguros e at� vendam moeda eletr�nica. N�o por acaso, existem 343 fintechs registradas no pa�s atualmente. “Em raz�o de seu modelo de opera��o simplificado, somado ao forte uso de novas tecnologias para a realiza��o das opera��es de cr�dito, pode-se oferecer empr�stimos a custos mais baixos”, disse o diretor de regula��o da Associa��o Brasileira de Fintechs (ABFintechs), Mathias Fischer.

Basicamente, o CMN definiu dois modelos de funcionamento �s fintechs. A primeira, a Sociedade de Cr�dito Direto (SCD). A segunda, Sociedade de Empr�stimo entre Pessoas (SEP). No primeiro sistema, as empresas emprestam recursos pr�prios por meio de plataforma eletr�nica. No segundo, empresas ou pessoas f�sicas entram numa plataforma para emprestar dinheiro a outras pessoas, modalidade conhecida como peer-to-peer lending.

“Com o crescimento das fintechs, h� um aumento da concorr�ncia no sistema financeiro, uma significativa redu��o dos custos de empr�stimos para clientes e um maior acesso da popula��o a servi�os financeiros, como empr�stimos, seguros, investimentos e meios de pagamento”, afirma a economista Paula Gon�alves, coordenadora de finan�as da Fesp-SP.

Levantamento feito pela PwC, que entrevistou 176 presidentes de institui��es de todo o mundo, revelou que 81% deles apostam que a velocidade das mudan�as tecnol�gicas amea�a o crescimento de suas companhias. J� um estudo do Radar FintechLab mostra que de 2016 para 2017, o n�mero de fintechs disparou 36%. Como definiu o ex-presidente do Ita�, Roberto Set�bal, em encontro com investidores, em 2016: “Os bancos t�m de correr”.

 

 


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