S�o Paulo – A Amazon.com ultrapassou nessa ter�a-feira (4) o valor de mercado de US$ 1 trilh�o na Bolsa de Nova York. Assim, passou a ser a segunda companhia americana a quebrar essa barreira, ultrapassada em 2 de agosto pela Apple. A marca foi atingida quando as a��es chegaram ao valor de US$ 2.050,27, por volta das 11h30 (hor�rio de Bras�lia).
Para se ter uma ideia do que representa essa soma, no ano passado, toda a riqueza gerada no Brasil somou um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 6,6 trilh�es, ou US$ 1,441 trilh�o, pela cota��o do d�lar dessa ter�a-feira. A Ambev, empresa com maior valor de mercado na bolsa brasileira, terminou a ter�a-feira valendo em torno de US$ 70,945 bilh�es, segundo levantamento da Econom�tica.
A primeira vez que a Amazon ultrapassou a faixa de US$ 2 mil por a��o foi em 30 de agosto. A partir dali, j� se esperava que seria quest�o de tempo at� que chegasse � cifra de US$ 1 trilh�o. A explica��o � que sua evolu��o tem sido consistente. Em 27 de outubro de 2017, as a��es chegaram a US$ 1 mil. Em 10 meses, o valor dobrou. De janeiro at� agora, a alta j� chega a cerca de 75%. Ao olhar mais para tr�s, a valoriza��o dos pap�is � ainda mais espantosa: por volta de 2.000% em nove anos.
Outro ponto favor�vel � expans�o saud�vel da companhia, lembra Van Beeck, � a sua diversifica��o de �reas de atua��o. Al�m de vender produtos de seu pr�prio estoque no e-commerce, a Amazon � um marketplace para outros parceiros, obt�m receita do seu servi�o de assinatura (Amazon Prime), por meio de an�ncios on-line e no servi�o de computa��o em nuvem (web services cloud).
“Todos esses neg�cios d�o certo porque trabalham de forma integrada. Por meio de business intelligence (ou BI, que converte dados brutos em ideias para o neg�cio), a companhia consegue ter um conhecimento imenso do consumidor e usa muito bem essas informa��es”, detalha o diretor da GS&Consult.
Recentemente, o Banco Morgan Stanley foi categ�rico em um de seus relat�rios ao afirmar que as vendas da gigante do e-commerce continuam apresentando crescimento vigoroso. A avalia��o assanhou os investidores, pressionando a cota��o dos seus pap�is.
O recorde da Amazon ocorre pouco mais de um ano depois de a empresa adquirir a rede americana de varejo saud�vel Whole Foods por US$ 13,7 bilh�es, em uma estrat�gia claramente associada � inten��o da companhia de Jeff Bezos de manter o Walmart, principal rival, contra as cordas o quanto puder.
Atualmente, a Amazon gera por volta de US$ 200 bilh�es em vendas anuais e conta com 575 mil postos de trabalho globalmente. Para analistas americanos que acompanham a l�der do com�rcio eletr�nico, o esfor�o em se manter sob disciplina financeira e os lucros recordes, estimulados pela divis�o de computa��o em nuvem, ajudaram a colocar a companhia onde est� hoje. O lucro do segundo trimestre de 2018 subiu 12 vezes em compara��o ao resultado alcan�ado em igual per�odo do ano passado, chegando a US$ 2,5 bilh�es.
CAUTELA No Brasil desde 2012, a Amazon ainda n�o conseguiu dar a mesma visibilidade no mercado local que seu neg�cio tem nos Estados Unidos. Os pr�prios concorrentes, como o Magazine Luiza, n�o poupam cr�ticas ao dizer que a companhia ainda ter� de enfrentar muita dificuldade por aqui, particularmente por conta dos desafios impostos pela log�stica.
Em relat�rio divulgado na semana passada, analistas do BTG Pactual lembraram que Magazine Luiza e B2W j� conseguiram desenvolver suas solu��es para minimizar os problemas de infraestrutura e melhorar o servi�o de entrega. O mesmo n�o foi dito sobre a companhia americana. “Acreditamos que ser� dif�cil para a Amazon, assim como para muitas empresas estrangeiras, ser um ator relevante no Brasil”, apontou a an�lise.
As vendas brutas totais mais do que dobraram de 2016 (R$ 200 milh�es) para 2017 (R$ 410 milh�es), e parte desse resultado vem do esfor�o em ampliar a oferta de lojas em seu site. No m�s passado, a empresa passou a comercializar produtos esportivos e de moda. Especula-se ainda que a Amazon estaria negociando com grandes empresas do setor de beleza, como Natura e O Botic�rio, mas at� agora n�o h� nada de concreto. A companhia foi procurada, mas n�o respondeu ao contato.