A crise econ�mica na Argentina, que levou � mudan�a do presidente do Banco Central daquele pa�s, trouxe impactos at� para o Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins. Por causa da greve geral no pa�s, a Azul cancelou os voos AD8762 e AD8763, que fazem diariamente o trajeto entre BH e Buenos Aires e vice-versa.
As grandes centrais sindicais argentinas convocaram para ontem uma paralisa��o de 24 horas contra as medidas de austeridade e contra o acordo negociado pelo governo com o Fundo Monet�rio Internacional (FMI).
De acordo com a Azul, os clientes afetados pela greve na Argentina tiveram que reagendar seus bilhetes sem cobran�a extra ou solicitar o reembolso da passagem. N�o foi informado sobre poss�vel impacto em voos nos pr�ximos dias.
A press�o sob os portenhos culminou com a inesperada sa�da do presidente do Banco Central, Luis Caputo, em meio a uma greve geral, com o presidente argentino, Mauricio Magri, em viagem e quando o pa�s discute com o FMI a amplia��o de um empr�stimo de US$ 50 bilh�es. Caputo, que ocupava o cargo desde junho, anunciou sua ren�ncia, alegando "motivos pessoais". Macri est� em Nova York para participar da Assembleia Geral das Na��es Unidas.
O vice-ministro da Economia, Guido Sandleris, foi nomeado para comandar a institui��o financeira. A mudan�a na dire��o do banco levou a uma desvaloriza��o de 2,15% da moeda rgentina, que terminou o dia cotada a 38,98 pesos por d�lar. A ter�a-feira foi de pouco movimento, j� que os funcion�rios de bancos privados participam da greve geral. Esta � a segunda paralisa��o desde o apoio financeiro do FMI, em junho, e a quarta desde que Macri assumiu, em dezembro de 2015.
Sem transporte p�blico, com as esta��es de trem e entradas de metr� fechadas, e muitas lojas sem funcionar, os argentinos se movimentaram em seus carros, e alguns de bicicleta, pelas ruas de Buenos Aires. Os sindicatos tamb�m pararam o tr�fego a�reo, os fretes terrestres, os bancos e a administra��o p�blica, incluindo escolas, hospitais e universidades. "O governo deve entender que os trabalhadores n�o v�o pagar pela crise, porque n�o fomos n�s que a geramos", disse a professora Erica Seiter.
NOVO PRESIDENTE
Guido Sandleris trabalhou para o Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e conta com ampla trajet�ria acad�mica, al�m de passagem pelo FMI. "O principal objetivo do Banco Central � reduzir a infla��o. Trabalharemos para recuperar a estabilidade e a previsibilidade dos pre�os que a economia argentina tanto necessita", afirmou o novo presidente do BC.
A infla��o argentina acumula 24,3% em 2018, uma das mais altas do mundo. Para este ano, a infla��o projetada est� acima de 40%. Gabriel Torres, da ag�ncia de classifica��o de risco Moody's, considerou que a ren�ncia "abrupta" de Caputo "aumentar� a volatilidade cambial no curto prazo" e que a Argentina precisa "da confirma��o dos detalhes finais do novo acordo com o FMI" para acalmar os �nimos.
"Esperamos que nossa rela��o seja pr�xima e construtiva com o BC sob a lideran�a de Guido Sandleris", disse o porta-voz do FMI, Gerry Rice, que garantiu continuar "trabalhando intensamente com o objetivo de concluir as negocia��es em n�vel t�cnico em muito pouco tempo". Macri se reuniu na segunda-feira com investidores e jantou com a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde. (Com ag�ncias)
