Miss�o da cafeicultura brasileira � desbravar a China

A China, motivo de pol�mica recente aberta pelo presidente eleito Jair Bolsonaro, que criticou os investimentos da locomotiva asi�tica no pa�s durante a campanha e depois voltou atr�s prometendo aumentar o com�rcio com o parceiro nas exporta��es, surge como novo e grande desafio da cafeicultura brasileira. Carro-chefe das vendas de Minas e do Brasil no exterior, o chamado ‘ouro negro’ apenas come�ou a ingressar no mercado chin�s, tradicional consumidor de ch�, mas que deve se transformar no maior importador do mundo de caf�, segundo o presidente da Confedera��o da Agricultura e Pecu�ria do Brasil (CNA), Jo�o Martins da Silva J�nior.

“Est� havendo uma enorme mudan�a cultural na China e o pa�s deve se tornar o maior consumidor do mundo em caf�, mas o Brasil precisa agregar valor ao seu produto (para ocupar esse mercado)”, disse o presidente da CNA, ao participar ontem, em Belo Horizonte, da Semana Internacional do Caf� (SIC), considerada um dos maiores eventos da cafeicultura no mundo. No campo do com�rcio exterior, Jo�o Martins diz esperar do novo governo de Bolsonaro uma pol�tica para fazer com que as embaixadas do Brasil no exterior sejam mais agressivas, n�o propriamente na diplomacia, mas como ve�culos de conquista de mercados.

“Queremos mais negociadores e menos diplomatas”, afirmou o presidente da CNA. A produ��o brasileira de caf� � exportada para v�rios pa�ses, mas, em especial, ao Jap�o, B�lgica, Estados Unidos e Alemanha. O presidente da Comiss�o Nacional de Caf� da CNA, Breno Mesquita, destacou, durante o evento, que est� sendo realizado no centro de conven��es Expominas, em BH, que as economias maduras da Europa e dos Estados Unidos tamb�m v�o continuar consumindo o caf� do Brasil. “Estamos tendo respostas do investimento feito no passado de pa�ses do Leste Europeu, como R�ssia e Escandin�via, ou seja, o caf� do Brasil � hoje dilu�do ao longo do mundo na sua quantidade.

Mesquista disse que o produto nacional tem qualidade e quantidade necess�rias para entrega, diferentemente de qualquer outro pa�s no mundo. Volumes do gr�o n�o v�o faltar ao pa�s. O Brasil deve colher ao redor de 58 milh�es de sacas, das quais 53% de caf� produzido em Minas (30,7 milh�es de sacas), nas estimativas da Federa��o da Agricultura e Pecu�ria de Minas Gerais (Faemg). O presidente da Faemg, Roberto Sim�es tem observado que o setor pode aumentar a produ��o.

Presen�a mundial

“Acho que a posi��o nossa a respeito de caf� e mesmo de outras commodities, outros produtos do agro, � uma posi��o tranquila, porque n�o h� competidor � altura do Brasil, pelo volume, pela qualidade e o futuro que n�s temos”, afirmou o presidente da Faemg, durante a solenidade de abertura da Semana Internacional do Caf�. O evento reunir� at� amanh� mais de 180 expositores, entre cafeicultores, ind�stria torrefadora e produtores de equipamentos, al�m de 300 compradores internacionais.

A expectativa dos organizadores � de p�blico de mais de 20 mil visitantes. A SIC � uma iniciativa do Sistema Faemg, Caf� Editora, Sebrae e governo de Minas, por meio da Secretaria de Agricultura, Pecu�ria e Abastecimento (Seapa) e Codemge. S�o 25 eventos simult�neos previstos na programa��o, incluindo quatro campeonatos mundiais de baristas e harmoniza��o de caf�s, disputados por 160 profissionais de 40 pa�ses. Mais de 400 amostras de caf� ser�o apreciadas e avaliadas durante o festival, que conta com representa��o de 60 pa�ses.