
A euforia que antecede o megaevento de descontos Black Friday, – com lan�amento oficial marcado para dia 23 – se transformou, no ano passado, numa desagrad�vel “ressaca” para milhares consumidores.
Em raz�o de problemas relacionados � log�stica de entrega dos Correios, muitas das ofertas adquiridas pela metade do pre�o vieram acompanhadas do dobro do prazo de entrega. Indignada, a clientela foi em peso aos servi�os de defesa do consumidor para reclamar do combo indesejado. Resultado: ao fim do per�odo promocional, o site Reclame Aqui, por exemplo, registrava aumento de 142% nas queixas contra a empresa.
Contudo, para a edi��o 2018 da campanha, a Empresa Brasileira de Correios e Tel�grafos (ECT) informa que o problema est� superado. No ano em que o e-commerce projeta incremento de 20% nas vendas, segundo dados dos analistas de mercado da Infracommerce), a estatal se prop�e responder � demanda superaquecida.
“Prevendo o movimento do fim de ano, tra�amos um plano de a��o bem eficiente. Contratamos mais m�o de obra, botamos mais ve�culos de transporte na rua e aumentamos nossa capacidade de armazenamento. Com isso, eu me sinto seguro para afirmar que estamos preparados para entregar 99% das encomendas dentro do prazo. Em Minas, a previs�o � at� um pouco mais otimista: 99,7%”, afirma o superintendente.
Em �mbito nacional, a ECT estima que o per�odo de liquida��es eleve a quantidade de objetos postados de 1,2 milh�o para 2 milh�es. Na contagem regressiva para a Black Friday, a empresa implementou em seu portal, desde o dia 7, um rel�gio de contagem regressiva para o dia D da a��o, ou seja, 23 de novembro. O portal corporativo tamb�m listou as companhias que trabalham em parceria com a estatal.
Taxas e defeitos
Al�m do atraso nas entregas, consumidores tamb�m costumam reclamar de problemas, como avarias de produtos durante o transporte. O taxista Roberto Carneiro, de 46 anos, passou por essa situa��o ao realizar, pela internet, a compra de um purificador de ar pela internet. Ele conta que o entregador dos Correios reagiu de modo impaciente e acabou quebrando o aparelho quando foi solicitado que deixasse a encomenda na portaria de um pr�dio.
“Neste dia, o colaborador dos Correios foi extremamente grosso, disse que era pra balconista que o atender decidir onde a mercadoria seria entregue: na portaria ou na recep��o. E que, caso, n�o estivesse ningu�m no lugar especificado, ele iria embora. Depois de falar isso, ele ent�o jogou o pacote no ch�o e saiu na mesma hora. Ao abrir a caixa, vi que a placa inferior de acr�lico estava quebrada”, diz o belo-horizontino.
Juarez Pinheiro defende que casos como esses s�o raros, e orienta que o consumidor entre em contato com a ouvidoria da institui��o pelo endere�o eletr�nico www2.correios.com.br. O cliente tamb�m pode fazer valer seus direitos junto aos �rg�os de defesa do consumidor, como o Procon Municipal, pelo telefone 3277-4547.
“Quando o produto vem estragado de f�brica, � importante que cliente jamais fa�a devolu��o pelos Correios antes de comunicar � loja. Muitas vezes, o contrato que elas t�m conosco j� contempla a coleta e a taxa de postagem. Ent�o a pessoa n�o precisa pagar duas vezes”, pondera Rodrigues.
As taxas praticadas pela ECT tamb�m ganharam as manchetes recentemente. Uma delas foi h� cerca de tr�s meses, quando o Procon do Rio de Janeiro convocou a empresa a prestar esclarecimentos sobre o valor recolhido sobre todas as encomendas internacionais desde 25 de agosto. At� ent�o, o servi�o de despacho postal incidia apenas sobre objetos tributados pela Receita Federal.
Ao instituir a cobran�a, o presidente dos Correios, Carlos Fortner, afirmou que a empresa recebe entre 100.000 e 300.000 encomendas internacionais por dia.
“� uma triagem grande de produtos, imagina encaminhar cada um deles para a Receita Federal, passar pelo raio-X, encaminhar SMS informando que o produto est� dispon�vel e assim por diante. � um servi�o que precisa ser remunerado, n�o d� para fazer de gra�a”, explicou o dirigente na ocasi�o.
O Procon pediu ent�o que a ECT detalhasse os custos em uma planilha. Sob protestos de empresas parceiras e clientes, tarifa permanece ativa. A pol�mica taxa de viol�ncia praticada na Regi�o Metropolitana no Rio de Janeiro, de R$ 3, est� suspensa desde ontem. O imposto havia sido anunciado em mar�o.