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Estado de Minas

Vale tudo no com�rcio para aproveitar a Black Friday; confira

Com rea��o modesta das vendas neste ano, lojistas e prestadores de servi�os apelam para megaevento de promo��es, vendendo de s�men a aplica��es financeiras com descontos


postado em 21/11/2018 06:00 / atualizado em 23/11/2018 20:45

Dos segmentos do varejo que aderiram ao evento, hipermercados e as redes de eletroeletrônicos e utilidades domésticas são os que mais têm se beneficiado (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Dos segmentos do varejo que aderiram ao evento, hipermercados e as redes de eletroeletr�nicos e utilidades dom�sticas s�o os que mais t�m se beneficiado (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)

A onda de descontos que se espalha como febre pelas vitrines de um com�rcio aflito para retirar o caixa da ociosidade chegou a promo��es inusitadas. At� mesmo s�men bovino de gado de corte e de leite est� sendo ofertado com 70% de desconto. Parece tamb�m ter dado a louca nos bancos, que oferecem redu��o de 70% nas tarifas para o cliente descontar cheques e duplicatas, cortam em 80% o limite de aplica��o inicial em fundos de investimentos e prometem n�o cobrar taxa de carregamento. 

 

Lojistas e prestadores dos servi�os mais variados, das academias de gin�sticas �s institui��es financeiras, o agroneg�cio e cemit�rios, mergulharam na campanha Black Friday, inspirada no dia de megapromo��es criado nos Estados Unidos, apelando � varia��o Black Week, com uma semana ou mais de vale-tudo para faturar. A estrat�gia n�o tem precedentes como alternativa do com�rcio de salvar os neg�cios que navegam nas �guas mornas dos modestos 2% de crescimento medidos em setembro, ante id�ntico m�s do ano passado, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE).


Na corrida para fisgar o consumidor assustado com a crise persistente do emprego e o medo de ficar inadimplente, as megapromo��es buscam ainda antecipar a receita, em geral esperada para dezembro, com o uso do d�cimo terceiro sal�rio nas compras tradicionais do Natal. Se os clientes embarcarem nas ofertas das Black Weeks, R$ 3,270 bilh�es ser�o apurados em todo o pa�s, pelas estimativas da Confedera��o Nacional do Com�rcio de Bens, Servi�os e Turismo (CNC). A cifra considera os neg�cios durante a megapromo��o do com�rcio tradicional e das vendas on-line.

Uma vez confirmada a proje��o das vendas, avalia F�bio Bentes, chefe da Divis�o Econ�mica da CNC, o megaevento deste ano vai exibir a maior ades�o e a taxa de crescimento – de 6,3% nominais, ou seja, sem descontar a infla��o, ou 2,2% quando atualizado o valor ao custo de vida – desde 2014, quando o crescimento frente ao ano anterior alcan�ou 7%. A campanha foi adotada no Brasil em 2010. Outro feito de 2018 ser� cravar a campanha no calend�rio de datas comemorativas do com�rcio na quinta posi��o, este ano, � frente da capacidade de faturamento proporcionada pela P�scoa e o Dia dos Namorados.

Os campe�es de vendas do com�rcio ainda s�o, nesta ordem, o Natal, e os dias das m�es, das crian�as e dos pais. “A data da Black Friday nasceu no varejo, mas na base do desespero se ampliou para quase todo o setor e a presta��o de servi�os. � isca para o Natal, nada mais do que um grande esfor�o do varejo para chamar para promo��es”, afirma F�bio Bentes.

Ainda de acordo com estudo da CNC, os hipermercados e as redes de eletroeletr�nicos e utilidades dom�sticas empatam na lideran�a dos segmentos do com�rcio que mais t�m se beneficiado da Black Friday, com 22%, da proje��o de receita para este ano, o equivalente a R$ 722,7 milh�es e 713,4 milh�es, respectivamente. Em seguida, aparecem as lojas especializadas em m�veis e eletrodom�sticos, com 21% do total (R$ 697,3 milh�es); as livrarias e papelarias (8%, ou R$ 257,9 milh�es) e perfumarias e cosm�ticos (6%, ou R$ 206,5 milh�es).

Ades�o

Sozinha, a Black Week j� representa cerca de 2%, em termos reais, do faturamento mensal de R$ 140 bilh�es do com�rcio brasileiro, calculado pela CNC. Os n�meros superlativos do evento de promo��es que imprime import�ncia financeira ao m�s de novembro s�o o suficiente para envolver inclusive os empreendedores das microempresas do com�rcio e da presta��o de servi�os, lembra a economista Ana Paula Bastos, da C�mara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH). “A atividade econ�mica est� um pouco melhor, e a Black Friday se transformou numa tentativa de recuperar perdas, at� mesmo um esfor�o para o lojista n�o ficar sem receita”, diz.

Quando considerada a movimenta��o financeira do com�rcio eletr�nico durante a Black Friday, a proje��o de receita com a megapromo��o em Minas Gerais chega a R$ 281 milh�es neste ano, segundo o site que organiza o evento no Brasil, o blackfriday.com.br. A quantia representa 11% da proje��o de faturamento nacional do chamado e-commerce, de R$ 2,5 bilh�es em 2018. Em Belo Horizonte, a estimativa supera R$ 132 milh�es.

De fato, empresas varejistas de atua��o antiga no com�rcio da Grande BH, a exemplo do Centro Vis�o, com 19 pontos de venda na capital e entorno, n�o t�m do que se queixar do megaevento. Segundo Fernando Cardoso, s�cio-propriet�rio da rede de �ticas, no ramo h� 30 anos, a expectativa nesta semana � por recorde de vendas. “A data � melhor do que o dia do Natal, traz oportunidade real de promo��es e se firmou com a confian�a que foi adquirida”, afirma.

A empresa aderiu � campanha pelo terceiro ano e conta com a parceria dos fornecedores, de acordo com Fernando Cardoso. A rede contabilizou em 2017 acr�scimos de 150% das vendas de �culos na data do megaevento, com destaque para o aumento de 570% da comercializa��o de �culos de sol. 


T�tulos de associado e gen�tica

Bancos como o Santander fidelizam clientes e disputam novos consumidores com serviços mais baratos (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)
Bancos como o Santander fidelizam clientes e disputam novos consumidores com servi�os mais baratos (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)

O mote para a empresa ou prestador de servi�os novatos na Black Friday tem origem na percep��o que o consumidor demonstra das promo��es e nas pr�prias experi�ncias de quem conseguiu alavancar as vendas, como mostram os estudos sobre os resultados da megapromo��o. O chefe da Divis�o Econ�mica da Confedera��o Nacional do Com�rcio (CNC), F�bio Bentes, acredita que, diante da evolu��o dos balan�os da campanha, ela tende a se aproximar, nos pr�ximos anos, do faturamento estimado de R$ 5,5 bilh�es com as vendas motivadas pelo Dia dos Pais.

“Dos fatores que o varejo pode lan�ar m�o, de forma independente, percebendo que as vendas estavam fracas, s� h� o pre�o. O consumo depende de outras quest�es como o cr�dito das institui��es financeiras e a confian�a no mercado de trabalho”, diz Bentes. O economista entende que a promo��o retira um pouco do efeito positivo das vendas do Natal no varejo em dezembro, mas est� muito longe de comprometer o fim de ano.

Entre os novatos nesta Black Friday, a Associa��o Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) promete promo��es nesta sexta-feira a valores reduzidos de diversos produtos e servi�os que comercializa, a exemplo de t�tulos de associado, itens da grife ABCZ e loca��o de espa�o no Parque Fernando Costa, em Uberaba, no Tri�ngulo Mineiro, onde est� instalada a sede da entidade. Em nota, o diretor comercial Fabiano Mendon�a disse que a campanha � a “oportunidade perfeita” para a divulga��o dos servi�os da ABCZ.

Com objetivo semelhante, o grupo Semex do Brasil, h� 35 anos no mercado de produtos e servi�os de gen�tica bovina, quer que a Black Friday seja usada para renova��o dos estoques dos pecuaristas brasileiros de s�men bovino. At� sexta-feira, a empresa, com sede em Blumenau, vai oferecer s�men bovino de ra�as de corte e de leite nacionais e importadas com descontos de at� 70%, numa das maiores centrais de insemina��o artificial do pa�s.

Em outro segmento que entrou recentemente na megacampanha de promo��es, o banc�rio, as ofertas v�o se estender durante a semana. O Santander, que j� havia adotado a data em seu calend�rio, ampliou as ofertas neste ano, com descontos que podem alcan�ar 75% em mais de 40 servi�os e produtos financeiros direcionados a pessoas f�sicas e jur�dicas. O diretor de marketing do banco, Igor Puga, tem dito que a estrat�gia ajuda a manter a clientela. As a��es tendem a fixar a marca da institui��o na cabe�a do consumidor.

Consumidor deve tomar cuidados


Al�m dos descontos enfatizados nas propagandas que marcaram as �ltimas edi��es da Black Friday, o evento de megapromo��es no Brasil tamb�m ficou conhecido por fraudes e ofertas enganosas denunciadas pelas entidades de defesa do consumidor. Regra b�sica � buscar informa��o sobre como os pre�os vinha se comportando para checar se as ofertas s�o mesmos verdadeiras e conferir a idoneidade da empresa ou do prestador de servi�os respons�veis pela venda.

A Proteste – Associa��o Brasileira de Defesa do Consumidor recomenda que a compara��o de pre�os seja feita tamb�m nos sites do com�rcio eletr�nico. Orienta, ainda, os interessados a conferir o prazo de entrega e at� mesmo atentar para o fato de que prazos muito longos podem significar ind�cio de que a empresa n�o tem o produto em estoque. Assim, � poss�vel que ela tenha de buscar a mercadoria junto a um fornecedor, inclusive, importador, o que pode representar riscos ao cliente.

Quem optar pela compra on-line, tem de redobrar os cuidados, refor�ando a seguran�a do computador usado para a compra de forma a evitar que dados pessoais e sigilosos sejam capturados. O cliente n�o deve se esquecer de imprimir a p�gina que oferece a promo��o e precisa ter cuidado com e-mails e site falsos que o direcionarem para outros arquivos.

Levantamento feito pelo site organizador da Black Friday, o blackfriday.com.br, mostra que mais de 80% dos consumidores realizaram pela internet as compras na megapromo��o de 2017. O cart�o de cr�dito foi o principal meio de pagamento, escolhido por 78% das pessoas ouvidas na pesquisa.

 

 


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