Apesar dos sinais de recupera��o da economia, menos consumidores em Belo Horizonte v�o comprar presentes neste Natal, considerado a melhor data do varejo. Pesquisa da C�mara dos Dirigentes Lojistas de BH (CDL/BH) divulgada ontem revela que 25,6% dos entrevistados n�o v�o agradar ningu�m na data comemorativa. Essa parcela aumentou em rela��o a 2017, quando 21,8% respondeu que n�o gastar� com presentes nas festas de fim de ano. Os principais motivos s�o corte de gastos (34,9%), falta de dinheiro (25%) e desemprego (19,1%).
“A economia ainda est� dando sinais de que foi muito impactada. O desemprego ainda � alto e a inseguran�a se vai receber ou n�o e quando vai receber est� gerando uma retaguarda”, avalia o presidente do CDL/BH, Bruno Falci, num cen�rio, segundo ele, de “otimismo moderado”.
A expectativa � de crescimento de 3,2% nas vendas em rela��o ao mesmo per�odo do ano passado, com aumento do faturamento de R$ 3,2 bilh�es para R$ 3,3 bilh�es. Os 74,4% dos clientes que optaram por presentear comprar�o, em m�dia, quatro presentes, n�mero maior em rela��o a 2018, quando essa m�dia era de tr�s itens. Desde 2014, essa m�dia n�o era de quatro produtos.
Exatamente por incluir mais gente na lista do Papai Noel, a constata��o � de queda de 18,6% no valor desembolsado com cada presente, que caiu de R$ 107,82 para R$ 87,80. Os itens mais comuns dever�o ser roupas, cal�ados, brinquedos e cosm�ticos, nessa ordem. A maior parte dos consumidores (65,3%) vai optar por presentes de at� R$ 100, sendo que 30,8% se concentrar�o na faixa de R$ 50.
Na avalia��o do presidente do CDL/BH, o momento � de “otimismo moderado”. Segundo ele, a queda da infla��o e dos juros colaborou para melhora do cen�rio. Em contrapartida, o parcelamento do sal�rio do funcionalismo p�blico e a crise financeira no Estado prejudica o desempenho do com�rcio. “N�o � o que a gente queria, nem o quanto a gente precisa, mas o com�rcio est� recuperando”, afirma Falci. “O f�lego est� aumentando, mas o cobertor est� curto”, resume.
PAGAMENTO Pouco mais da metade dos consumidores (52,1%) vai usar o cart�o de cr�dito nas compras, sendo que 40,2% v�o pagar parcelado. Se consideradas todas as modalidades, 59,5% dos pagamentos ser�o � vista. “Mais pessoas estavam pagando � vista no ano passado. Acreditamos que o parcelamento no sal�rio dos servidores pelo governo do estado tenha comprometido o poder de compra. O Executivo tamb�m n�o vem repassando para as prefeituras e impacta nos consumidores da regi�o metropolitana”, afirma o presidente do CDL/BH.
A maior parte dos consumidores (48,9%) vai preferir comprar em lojas pr�ximas de casa e, antes de escolher o presente, 71,7% dos entrevistados disse que vai pesquisar o pre�o, principal atrativo na hora de escolher o produto. A pesquisa tamb�m apontou que consumidores querem diminuir os gastos com comemora��es na compara��o com o ano passado. O t�quete m�dio esperado � de R$ 111,33, queda de 22% na compara��o com 2017, cujo valor ficou em R$ 142,81.
Gerente da loja Ideiaz Presentes Criativos, no Minas Shopping, na regi�o Nordeste de BH, Juliana Baeta est� receosa em rela��o �s vendas da melhor data do varejo, quando consegue triplicar o faturamento. “Pela primeira vez em seis anos estou preocupada. Nos �ltimos tr�s meses, tenho sentido queda de 15% a 20%”, afirma. Como estrat�gia, Juliana separou prateleiras na loja por faixa de pre�os, de R$ 19,90 a R$ 49,90. “As pessoas est�o procurando presentes mais acess�veis”, diz.
Hor�rio funcionamento do com�rcio
O com�rcio vai funcionar em hor�rio especial durante o m�s de dezembro. A partir de 1/12 a 31/12, de segunda a s�bado, as lojas de rua ficar�o abertas das 9h �s 20h e, aos domingos, das 9h �s 18h. A abertura dessa forma � facultativa.
Expectativa
O com�rcio belo-horizontino tem a previs�o de fechar o ano com crescimento de 2,5%, segundo a C�mara dos Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH). O aumento � comemorado, mas est� abaixo do esperado inicialmente, de 3,2%. Elei��es e greve dos caminhoneiros s�o apontados como raz�o para o desempenho abaixo do previsto. Ainda assim, o n�mero ficou bem acima dos 0,9% de 2017. “Precisamos de grandes reformas, al�m da trabalhista, a previdenci�ria, por mais dolorosa que seja para a pessoa que est� prestes a aposentar. A reforma tribut�ria, com a simplifica��o de impostos, � fundamental”, afirma o presidente do CDL/BH, Bruno Falci. Ainda n�o h� n�meros da expectativa para 2019. O CDL/BH n�o divulga o faturamento bruto do setor.