
S�o Paulo – As opera��es de fus�es, aquisi��es, imobili�rias, de renegocia��o de d�vidas e de gest�o de recursos costumam ficar nas m�os de especialistas de S�o Paulo e Rio de Janeiro – maior mercado para esse tipo de opera��o. Mas a atua��o em outras regi�es � que tem garantido o crescimento da AF Ara�jo Fontes, de Belo Horizonte, uma das maiores butiques independentes de investimentos do pa�s.
Fundada em 1990, a empresa se especializou nos mercados de Minas Gerais, Goi�s, interior de S�o Paulo e Nordeste. Agora, espera incluir no portf�lio novos segmentos de neg�cios.
Evaldo Fontes, fundador da AF, conta que a decis�o de se concentrar em um primeiro momento no mercado mineiro teve algumas vantagens, como a concorr�ncia menor. � medida que os neg�cios se expandiram, por�m, foi preciso buscar oportunidades em outras pra�as. Da� a decis�o de expandir as fronteiras. “Descobrimos que o jeito peculiar do mineiro de fazer neg�cio � muito parecido com o do goiano, do nordestino e do paulista”, lembra o executivo.
Em quase tr�s d�cadas de exist�ncia, Fontes acompanhou de perto muitas mudan�as, como a ado��o de pr�ticas cada vez mais transparentes nas empresas. Antes disso, foi preciso acostumar os clientes a outras mudan�as. Era muito comum encontrar empres�rios relutantes na hora de propor a estrutura��o para a venda de parte de um empreendimento. “Muitos argumentavam que n�o estavam quebrados, por isso n�o fazia sentido buscar esse tipo de alternativa para injetar dinheiro no neg�cio”, recorda Fontes.
Nos �ltimos anos, butiques de investimento como a AF sentiram os efeitos dos tempos dif�ceis da economia, que impactaram na avalia��o dos ativos. Muitos diziam que n�o valia a pena comprar uma empresa porque inevitavelmente haveria problemas mais adiante, como o recuo no consumo.
Uma das sa�das para a AF em meio a uma economia desfavor�vel foi procurar estar mais antenada �s tend�ncias internacionais. Para isso, Fontes trouxe para o neg�cio Andr� Barbosa, ex-banco Pactual, com passagem por S�o Paulo, Rio de Janeiro e Nova York, e o promoveu a um dos s�cios-gestores.
“Empreendedores e empres�rios s�o sempre muito resilientes, ainda mais com tantos planos econ�micos que vimos no Brasil. Agora, todos est�o cada vez mais empenhados em saber como internacionalizar o seu neg�cio, se modernizar e se manter influente”, avalia Barbosa.
Para o s�cio-gestor da AF, agora, com uma nova fase da economia, a tend�ncia � de retomada. Mas, lembra, “n�o h� uma receita de bolo para estes momentos”. Alguns setores dever�o se beneficiar nesse primeiro momento e poder�o gerar mais neg�cios na �rea de fus�es e aquisi��es, como o da sa�de e da educa��o. At� hoje, foram realizadas cerca de 150 opera��es de M&A.
Barbosa tamb�m acredita no potencial de neg�cio que poder� ser gerado pelas empresas ligadas � tecnologia, como as fintechs (do setor de finan�as), health tech (do setor de sa�de) e agritech (do agroneg�cio).
Outra �rea da butique de investimentos que deve se beneficiar da nova fase da economia, acredita Fontes, � a de gest�o de recursos. Atualmente, a AF tem R$ 3,9 bilh�es sob gest�o, por meio de um fundo, administrado de forma independente.
“Agora, o principal componente � a confian�a. Quanto mais baixa for a sensa��o de incerteza, mais neg�cios teremos no horizonte”, afirma o fundador da AF. Mas ainda deve levar de seis meses a um ano para esse otimismo se reverter em neg�cios, avalia Barbosa.
"O principal componente � a confian�a. Quanto mais baixa for a sensa��o de incerteza, mais neg�cios teremos no horizonte”
. Andr� Barbosa, fundador da AF