
S�o Paulo – A ind�stria da avia��o comercial na Europa voou – com perd�o para o clich� – em c�u de brigadeiro em 2018. As oito maiores companhias a�reas do continente (Lufthansa, IAG, Air France, Ryanair, EasyJet, Turkish Airlines, Aeroflot e Norwegian) transportaram 63 milh�es de passageiros a mais do que em 2017, um crescimento de 9,25% na compara��o entre os dois per�odos, de acordo com a Joint Aviation Authorities (JAA).
Esse aumento ocorreu, segundo a entidade, por uma s�rie de raz�es: aumento da oferta de lugares, guerra de pre�os, recupera��o econ�mica e o crescimento dos voos de longo curso de baixo custo (low-cost). Em n�meros absolutos, as oito principais companhias a�reas europeias somaram 743 milh�es de passageiros em 2018. “O mercado europeu reagiu no ano passado, e pode ter atingido seu limite em termos de n�meros de voos e passageiros transportados”, afirma o alem�o Henry Grossbongardt, especialista e consultor em avia��o. “A necessidade por continuar crescendo deve levar as companhias a desbravar novos mercados, especialmente aqueles que t�m grande potencial de crescimento, como o Brasil.”
As apostas de investimentos europeus no setor a�reo brasileiro crescem � medida em que o mercado nacional abre espa�os para a entrada de novos competidores. Na semana passada, a Avianca Brasil, em recupera��o judicial h� um m�s, recorreu do pedido de devolu��o de dez de suas 46 aeronaves, em processo de reintegra��o de posse por falta de pagamento. Mas a empresa, ao que tudo indica, ter� de devolver parte de sua frota, j� que a Ag�ncia Nacional de Avia��o Civil (Anac) autorizou o pedido feito pela empresa de leasing GE Capital Aviation Services, dona das aeronaves.
Entre as empresas que lideram as apostas de investimentos no Brasil est� o grupo Lufthansa, que registrou o melhor desempenho no ano passado dentro da Europa. A companhia, que controla as empresas Lufthansa, Swiss, Austrian Airlines, Eurowings e a Brussels Airlines, fechou o ano com 142 milh�es de passageiros. J� a irlandesa Ryanair, s�mbolo do mercado low cost europeu, alcan�ou a marca de 137 milh�es de passageiros, um aumento de 6,4% relativamente a 2017, apesar de ter enfrentado uma das mais duras e longevas greves de sua hist�ria.
"O mercado europeu reagiu no ano passado, e pode ter atingido seu limite em termos de n�meros de voos e passageiros transportados"
Henry Grossbongardt, especialista alem�o e consultor em avia��o
A EasyJet, principal concorrente da Ryanair no segmento de baixo custo, alcan�ou o recorde de 89 milh�es de passageiros em 2018, seu d�cimo ano de opera��o. J� a IAG e a Air France registraram 113 milh�es e 101 milh�es de passageiros, respetivamente. Foi a primeira vez que o grupo franco-holand�s ultrapassa a barreira dos 100 milh�es de passageiros num ano.
Vale considerar que companhias Ryanair, EasyJet e IAG est�o excessivamente expostas ao resultado final do Brexit, que deve dificultar a circula��o de brit�nicos dentro do territ�rio europeu. Al�m disso, os impostos sobre elas podem subir 50% a partir de mar�o, com uma eventual sa�da definitiva do Reino Unido da Uni�o Europeia.
Na semana passada, com objetivo de se voltar ao mercado interno, a AirFrance-KLM anunciou o encerramento de suas atividades low cost de longa dist�ncia, com a companhia chamada de Joon. A empresa, inclusive, opera o trecho Fortaleza-Paris desde o ano passado. Voltada ao p�blico jovem, a Joon foi lan�ada em 2017 mas, segundo a companhia m�e, “tem sido dif�cil perceber o conceito”. “A pluralidade de marcas no mercado tem criado muita complexidade e, infelizmente, enfraqueceu o poder da Air France”, disse a companhia a�rea, em comunicado. Al�m do Brasil, a Joon voa para a �frica do Sul e �ndia.