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Estado de Minas

Klabin busca espa�o na ind�stria do pl�stico

A companhia brasileira tem intensificado pesquisas e investido no desenvolvimento de alternativas renov�veis que possam substituir a mat�ria-prima obtida a partir do petr�leo


postado em 21/02/2019 06:00 / atualizado em 21/02/2019 09:18

Bobinas na unidade da Klabin em Monte Alegre. Empresa é a maior produtora e exportadora de papéis para embalagens do Brasil(foto: Márcio Bruno/Divulgação )
Bobinas na unidade da Klabin em Monte Alegre. Empresa � a maior produtora e exportadora de pap�is para embalagens do Brasil (foto: M�rcio Bruno/Divulga��o )

S�o Paulo – A cidade de S�o Paulo poder� ser a pr�xima a proibir o uso de canudos de pl�stico, como garantiu recentemente o prefeito tucano Bruno Covas. O movimento contra o uso dessa mat�ria-prima, obtida a partir do petr�leo, tem sido crescente por parte dos consumidores.

A press�o internacional tem feito com que a ind�stria e o varejo busquem alternativas para reduzir o impacto ambiental de materiais descart�veis, especialmente nos oceanos. Nessa corrida tecnol�gica, um setor centen�rio da economia vem investindo em formas de atender  a essas no0vas demandas: o de fabrica��o de papel.

"H� uma forte press�o global por produtos renov�veis. Temos olhado formas de melhorar as embalagens e encontrar formas de substituir o pl�stico e outros materiais''

. Francisco Razzolini, diretor de Tecnologia Industrial Papel e celulose



(foto: Divulgação)
(foto: Divulga��o)
Klabin tem intensificado as pesquisas, tanto pr�prias quanto aquelas desenvolvidas por meio de parcerias, com o objetivo de agregar novas caracter�sticas aos diferentes tipos de papel e assim se posicionar como uma solu��o vi�vel para quem depende de produtos obtidos a partir do pl�stico.

“H� uma forte press�o global por produtos renov�veis. Temos olhado formas de melhorar as embalagens e encontrar formas de substituir o pl�stico e outros materiais’, conta Francisco Razzolini, diretor de Tecnologia Industrial, Inova��o, Sustentabilidade e Neg�cio de Celulose. Nessa corrida por solu��es, a empresa tem como desafio garantir embalagens que preservem caracter�sticas dos produtos, protegendo da umidade, da luminosidade, por exemplo, preservando aspectos sanit�rios e que levem em considera��o o ciclo de reciclabilidade do material.

EXPANS�O De acordo com o executivo, o mercado global de embalagens tradicionais de papel tem crescido a uma taxa m�dia anual de 2,5%, abaixo do pl�stico de uso �nico, que vem apresentando alta de cerca de 5% ao ano. J� as embalagens que combinam papel e outras fontes renov�veis v�m conseguindo uma taxa mais elevada, que tem variado de 6% a 7% ao ano. “Como ainda � algo novo, o potencial de crescimento � muito maior do que as mat�rias-primas j� utilizadas”, avalia Razzolini.

Um dos segmentos na mira da Klabin � o de alimenta��o para animais de estima��o (ou petfood). A empresa precisou de cerca de dois anos para chegar a uma embalagem desenvolvida em parceria com a Dalquim, dona de marcas como DalPet, que leva uma quantidade muito pequena de pl�stico na sua composi��o, mas sem perder caracter�sticas como resist�ncia e selagem, al�m de criar uma barreira � gordura, comum nesses alimentos.

A companhia tamb�m tem conversado com potenciais clientes para fechar neg�cio para o fornecimento de itens nas linhas de canudos, pratos e bandejas feitas com papel, hoje abastecidos quase que exclusivamente pela ind�stria do pl�stico.

FAST-FOOD Os copos, por exemplo, t�m recebido um filme obtido de fonte renov�vel para garantir resist�ncia no contato com algum l�quido. A previs�o da companhia � levar esse tipo de produto para empresas do setor de alimenta��o coletiva, redes de fast-food e de cafeterias, al�m de companhias que tenham na sua pol�tica a preocupa��o com a sustentabilidade, como alguns bancos e varejistas.

“Globalmente, algumas empresas j� t�m feito a migra��o para esse tipo de produto. Por aqui, temos conversado para mostrar quais s�o os ganhos poss�veis”, conta Fl�vio Deganutti, diretor Comercial de Pap�is.

Os canudos feitos de papel j� est�o sendo produzidos em baixa escala e a empresa tamb�m est� desenvolvendo alternativas ao cotonete feito com pl�stico.

Outro produto, j� distribu�do no mercado, � a saca de caf�. A embalagem tradicional � feita de juta. Em parceria com a Universidade Federal de Lavras, a companhia chegou a um material resistente, que consegue manter caracter�sticas do gr�o, como o aroma, o que � muito valorizado especialmente no segmento de caf�s especiais.

Hoje a Klabin, maior produtora e exportadora de pap�is para embalagens do Brasil, vem atendendo n�o apenas produtores brasileiros de caf�, mas tamb�m clientes da Col�mbia, do Panam� e do Equador. O potencial � grande, j� que o Brasil � o maior exportador global dessa cultura.

Segundo Deganutti, nos �ltimos anos tem se intensificado o movimento de grandes marcas, como Nestl�, Unilever e Mondelez, no sentido de evitar que suas embalagens sejam descartadas de forma incorreta e estejam expostas no meio do lixo descartado nos oceanos. Essa nova forma de enxergar os neg�cios, explica, vai da revis�o do material usado em sacolas at� as tampas das embalagens. “Os consumidores, especialmente os mais novos, est�o atentos a essas mudan�as, o que tem levado a ind�stria a buscar alternativas”, diz.

Como acontece na implementa��o de toda nova tecnologia, no come�o pode haver um impacto no custo dessas embalagens alternativas ao pl�stico, mas Deganutti acredita que h� muitos ganhos, principalmente na redu��o do impacto ambiental com o seu descarte. Em linhas gerais, diz o executivo, o efeito financeiro � baixo para os clientes. “N�o chega a ser algo que possa inviabilizar a mudan�a, at� porque h� um ganho de escala com o passar do tempo.”

INVESTIMENTOS Para avan�ar nos novos produtos, a Klabin anunciou em setembro passado um aporte de R$ 32 milh�es no programa de pesquisa e desenvolvimento (P&D), do qual faz parte a constru��o de um parque de plantas-piloto, em Tel�maco Borba (PR). A opera��o deve come�ar no �ltimo trimestre do ano e faz parte de um esfor�o crescente de aumentar os aportes em novas solu��es. De acordo com Razzolini, h� 10 anos a companhia aplicava 0,2% do faturamento em P&D. Agora, esse n�mero j� est� em 1%.

Com a unidade paranaense, a empresa ter� condi��es de realizar estudos e testes em algumas frentes de pesquisa, como a que estuda a chamada celulose microfibrilada (MFC). Essa mat�ria-prima ser� incorporada �s linhas de produ��o de papel da coxmpanhia, que ganhar�o mais resist�ncia.

A Klabin tamb�m planeja encontrar novos usos da lignina, um pol�mero que garante a rigidez interna dos vegetais e que pode ser empregado na composi��o de resinas fen�licas, espumas, termopl�sticos, fibra de carbono e barreiras, por exemplo. Ao chegar nessa etapa, a empresa poder� expandir seus projetos no mercado de produtos renov�veis e sustent�veis.

. Klabin em n�meros
» Produ��o de papel – 2 milh�es de toneladas por ano
» Produ��o de celulose – 1,5 milh�o de toneladas por ano
» N�mero de funcion�rios – 19 mil, incluindo diretos e indiretos
» �rea plantada – 229 mil hectares plantados com pinus e eucalipto e 214 mil hectares de matas nativas preservadas)
» Onde est� presente – a Klabin possui 18 unidades industriais, 17 no Brasil, em oito estados – Amazonas, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, S�o Paulo, Paran�, Santa Catarina e Rio Grande do Sul –, e uma na Argentina

Empresa faturou mais, mas lucrou menos

Resultados divulgados no in�cio do m�s mostraram que a Klabin registrou lucro l�quido de R$ 137,4 milh�es em 2018, uma queda de 74% em compara��o ao ano anterior. J� a receita apresentou crescimento de 19,6% (R$ 10,016 bilh�es) em rela��o ao valor alcan�ado em 2017.

Os investimentos totalizaram R$ 956 milh�es, um pouco acima dos R$ 925 milh�es registrados em 2017. Agora, a Klabin se prepara para um novo ciclo de expans�o, estimado em US$ 2 bilh�es. A decis�o depende do sinal verde do conselho de administra��o.

Maior produtora e exportadora de pap�is para embalagens do Brasil, a Klabin � atualmente a �nica companhia do pa�s a oferecer solu��es em celuloses de fibra curta, fibra longa e fluff. L�der nos mercados de embalagens de papel�o ondulado e sacos industriais, a empresa, controlada pela fam�lia Klabin, foi fundada 1899, tem 17 unidades industriais no Brasil e uma na Argentina.

Desde 2014, a companhia integra o �ndice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), da B3, a bolsa paulista. Al�m disso, a Klabin � signat�ria do Pacto Global da Organiza��o das Na��es Unidas (ONU) e do Pacto Nacional para Erradica��o do Trabalho Escravo.


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