
S�o Paulo – Desde julho do ano passado, a rede de restaurantes Nattu, especializada em pratos org�nicos e n�o industrializados, se esfor�a para abolir em definitivo o pl�stico de suas unidades. Antes mesmo da proibi��o legal, a empresa decidiu aderir � cartilha ONU 2030.
O movimento, liderado pela Alemanha e Su�cia, estabelece uma s�rie de iniciativas para reduzir o impacto ambiental de atividades que s�o tradicionalmente geradoras de lixo, como a ind�stria da alimenta��o.
O movimento, liderado pela Alemanha e Su�cia, estabelece uma s�rie de iniciativas para reduzir o impacto ambiental de atividades que s�o tradicionalmente geradoras de lixo, como a ind�stria da alimenta��o.
Entre outras iniciativas, todos os produtos descart�veis utilizados na Nattu, como copos e canudos, foram substitu�dos por op��es biodegrad�veis. “A gera��o mais jovem aprovou a mudan�a logo de cara, mas os clientes mais antigos chegaram a reclamar no in�cio”, afirma o s�cio na empresa, Marlon Ceni. “Com o passar do tempo, aqueles que reclamaram hoje em dia s� elogiam”, completa o empres�rio.
O exemplo da Nattu � apenas um pequeno retrato das profundas transforma��es que est�o em curso no mundo atual. Principalmente nos pa�ses desenvolvidos, a era da sustentabilidade obrigou as empresas a reavaliarem seus processos e torn�-los menos danosos ao meio ambiente.
O pl�stico se tornou o grande vil�o da natureza. Segundo estimativas do F�rum Econ�mico Mundial, existem 150 milh�es de toneladas m�tricas de pl�sticos nos oceanos. Caso o consumo siga no mesmo ritmo dos n�meros atuais, os cientistas calculam que haver� mais pl�stico do que peixes no oceano at� 2050.
Al�m disso, embora tenha evolu�do muito nos �ltimos anos, a reciclagem ainda � t�mida. Dos 8,3 bilh�es de toneladas de pl�stico que o planeta produziu nos �ltimos 65 anos, apenas 9% foram reciclados.
“A polui��o por pl�stico no meio ambiente precisa ser encarada como uma crise mundial”, diz Warner Bento Filho, analista de pol�ticas p�blicas do WWF-Brasil. “Para superar o problema, devemos ir al�m de a��es individuais dos consumidores. Precisamos de uma mudan�a sistem�tica global envolvendo governos, ind�stria, com�rcio e empresas de coleta de res�duos.”
Diante desse cen�rio, companhias como Starbucks, McDonald’s e Burger King anunciaram a retirada dos canudos de seus estabelecimentos ou os substitu�ram por outros de fontes biodegrad�veis, como metais, papel�o e at� massa de macarr�o.
Em paralelo a esse movimento, as prefeituras deram in�cio � cria��o de leis espec�ficas para o pl�stico, proibindo o uso do produto. “N�o � f�cil nem barato mudar uma pr�tica de d�cadas da noite para o dia, mas a conscientiza��o ambiental nos ajuda a corrigir aquilo que est� errado sob a �tica ambiental”, acrescenta Ceni.
O Rio de Janeiro foi a capital pioneira na proibi��o e, desde setembro do ano passado, est� autuando os estabelecimentos que n�o respeitam a legisla��o. Logo depois da iniciativa fluminense veio a cidade de Santos (SP), que tamb�m aderiu � causa e proibiu a venda e a distribui��o dos canudos na cidade a partir de janeiro de 2019.
Depois disso, v�rias outras cidades come�aram a colocar a pauta na discuss�o nas c�maras municipais. H� alguns dias, a cidade de S�o Paulo, a mais populosa metr�pole brasileira, seguiu o mesmo caminho, abrindo precedente para mudan�as mais agressivas e de alcance nacional. “N�o � necess�rio apenas que se imponha e se obrigue as empresas a ter um novo comportamento. � preciso ensinar as vantagens ecol�gicas do sistema para que tudo seja espont�neo”, afirma o s�cio na Nattu.
ALTERNATIVAS
Enquanto cresce a consci�ncia ambiental em torno da utiliza��o do pl�stico, as empresas v�o criando suas pr�prias iniciativas para reduzir o volume de lixo despejado no meio ambiente. Assim como a Nattu, a rede de lanchonetes Juanito’s, de origem argentina, recorre a alternativas mais sustent�veis do que o pl�stico. Todos os drinques e pratos s�o servidos sem canudos convencionais ou talheres descart�veis.
“Adotamos pr�ticas totalmente voltadas � sustentabilidade, com uso de outras mat�rias-primas que n�o seja o pl�stico”, afirma Brendon Peters, s�cio no Juanito’s. “A percep��o ecol�gica da clientela � a melhor poss�vel e, por isso, a receptividade ao nosso m�todo tem sido muito boa.” Segundo ele, a estrat�gia conquistou os clientes do Juanito’s, que at� publicam detalhes dos produtos nas redes sociais. “� um jeito de difundir um novo estilo de vida e abordar um tema importante para o planeta”, afirma o executivo.
Embalagens pl�sticas d�o lugar ao alum�nio

N�o s�o apenas os bares e restaurantes que est�o reduzindo ou abolindo o uso de pl�sticos. Na semana passada, a Pepsi anunciou que, a partir de 2020, vai substituir as garrafas de pl�stico da �gua Aquafina por latas de alum�nio.
Em um primeiro momento, a novidade ser� oferecida a redes de fast food, lanchonetes e restaurantes antes de chegar aos supermercados. A companhia afirma que a medida eliminar� 8 mil toneladas de pl�stico e reduzir� em 11 mil toneladas a emiss�o de gases do efeito estufa.
“Lidar com o lixo pl�stico � uma das minhas principais prioridades e aceito esse desafio pessoalmente”, disse o presidente-executivo da PepsiCo, Ramon Laguarta, em nota. “Estamos fazendo a nossa parte para resolver o problema, reduzindo, reciclando e reinventando nossas embalagens.”
ALUM�NIO
Parte dos ativistas ambientais defende a troca do pl�stico por embalagens de alum�nio, afirmando que o material � mais f�cil de reciclar.
Segundo pesquisas da �rea, 91% de todos os materiais pl�sticos n�o passam pelo processo de reciclagem. A principal concorrente da Coca-Cola ainda afirmou que se comprometer� em usar somente embalagens recicl�veis, compost�veis ou biodegrad�veis at� 2025, al�m de produzir novas garrafas de pl�stico, usando 25% de material reciclado.
Segundo pesquisas da �rea, 91% de todos os materiais pl�sticos n�o passam pelo processo de reciclagem. A principal concorrente da Coca-Cola ainda afirmou que se comprometer� em usar somente embalagens recicl�veis, compost�veis ou biodegrad�veis at� 2025, al�m de produzir novas garrafas de pl�stico, usando 25% de material reciclado.