Ser modelo, desfilar em passarelas e estampar a capa de revistas s�o sonhos comuns de muitas meninas e meninos. A profiss�o sempre foi associada � beleza. Um belo que, por anos, imp�s a magreza como crit�rio de sele��o profissional. Atualmente, a moda tamb�m tem absorvido o grito por representatividade de uma parcela da sociedade que n�o aceita mais se encaixar em padr�es. A modelo plus size chega para representar um mercado em ascens�o e ocupar o espa�o de representa��o da mulher real.
No �ltimo Minas Trend, maior evento de moda de Minas Gerais, pela primeira vez quatro modelos plus size desfilaram. Um marco importante para a valoriza��o da moda e dos profissionais plus. “A gente tem que acordar e ver que as pessoas se espelham naquelas meninas que est�o l� na passarela, tanto profissionalmente como no consumo. Eu n�o vou me espelhar numa pessoa magra desfilando, vestindo uma roupa linda, que pode ter plus size, se eu n�o me vejo nela”, destaca a modelo plus e organizadora do Minas Top Model, Amanda Barros. Ela acredita que essa primeira gera��o de modelos gordas est� abrindo caminho e demarcando um espa�o hist�rico da profiss�o. “Chegar �s passarelas mostra que podemos estar onde a gente quer. Ainda temos muito preconceito, muito a melhorar, mas quando assumimos este espa�o na moda, conseguimos ser vistos e ouvidos”, diz Amanda.
Apesar de iniciativas importantes das marcas no sentido da inclus�o de todos os tamanhos, quem vive de modelar em Belo Horizonte sabe que o caminho de conquistas para modelos plus size s� est� come�ando e se manter com os ganhos da profiss�o ainda � privil�gio de poucas. Gi Freitas, uma das modelos mais requisitadas por marcas mineiras, conseguiu atingir esse patamar e atualmente vive da moda. “Quando eu comecei a modelar, me falaram que eu nunca chegaria �s passarelas, e j� desfilei tr�s vezes em S�o Paulo. As passarelas n�o s�o tanto para as plus como as fotos, mas estamos chegando pouco a pouco sim”, comemora a modelo e atual Miss MG Plus Size Oficial 2018.

A professora Magali Dutra ainda precisa dividir o tempo de modelagem com a sala de aula. “Aqui em Minas � muito comum a gente receber proposta para trabalhar at� sem cach�. �s vezes � s� por divulga��o do modelo com o produto, ou quando pagam � muito pouco. Ent�o, ainda n�o consigo viver s� com o trabalho de modelo”, conta a plus size, que come�ou na carreira em 2017. Apesar da pouca valoriza��o dos lojistas, ela acredita que o trabalho vai al�m do ganho financeiro. “Nas minhas redes sociais recebo muitos elogios, mas tamb�m recebo muitas mensagens de mulheres que relatam que, ao me acompanhar na internet, se aceitam mais, n�o se cobram mais para se enquadrar em um padr�o”, comenta.
Evitar golpistas � outro desafio para quem quer come�ar a carreira de modelo. Uma dica importante do professor de modelo e manequim, Nilton Mattos, � sempre buscar refer�ncia da ag�ncia ou profissional no Sindicato dos Artistas e T�cnicos em Espet�culos de Divers�es do Estado de Minas Gerais (Sated-MG). “Temos cursos profissionalizantes s�rios aqui em Minas Gerais. Todos devem ser cadastrados no Sated, que tem uma rela��o com o Minist�rio do Trabalho”, indica Mattos. Em BH, apenas 15 ag�ncias de modelos s�o cadastradas e reconhecidas pelo �rg�o.
*Estagi�ria sob a supervis�o do subeditor Paulo Nogueira