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Estado de Minas

Mercado bilion�rio de vestu�rio plus size ainda esbarra no preconceito

Mais da metade da popula��o brasileira est� acima do peso, mas a oferta de vestu�rio para tamanhos acima de 46 ainda sofre com falta de mat�ria-prima e esbarra no preconceito e padroniza��o magra de beleza


postado em 11/03/2019 08:00 / atualizado em 11/03/2019 13:52

Társsia Pamela trabalha como vendedora no segmento de moda plus size, que cresce a cada ano(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
T�rssia Pamela trabalha como vendedora no segmento de moda plus size, que cresce a cada ano (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)

 Nas vitrines, a presen�a dos manequins ainda � discreta. Nos cat�logos que divulgam os �ltimos lan�amentos das lojas os tamanhos est�o l�, mas a modelo n�o. E nas passarelas dos principais eventos de moda do pa�s a representa��o tamb�m � rara. Estamos falando do plus size, numera��o de roupas que se enquadra em mais da metade da popula��o brasileira, e que movimenta um mercado bilion�rio, mas que ainda � rotulado como fora do padr�o. Um preconceito que tem gerado perdas para todos.


Em 2018, enquanto outros setores da economia registraram preju�zos e queda na produ��o, o mercado de vestu�rio para tamanhos acima do 46 movimentou R$ 7,2 bilh�es, registrando crescimento de 8%, segundo dados da Associa��o Brasileira de Plus Size (ABPS). E n�o tem como ser diferente. Pesquisa feita pelo Minist�rio da Sa�de em 2017 mostra que 110 milh�es de brasileiros adultos (54% da popula��o) t�m sobrepeso. A demanda � real.

(foto: A rede de lojas Saint Yves, especializada em tamanhos grandes, conta com 12 unidades em BH)
(foto: A rede de lojas Saint Yves, especializada em tamanhos grandes, conta com 12 unidades em BH)

A padroniza��o magra da beleza e o desconhecimento do potencial consumidor desse mercado s�o apontados pela presidente da ABPS, Marcela Elizabeth, como os principais influenciadores desse cen�rio ainda t�mido de oferta. “O lojista at� tenta comprar um tamanho maior, mas tem v�rios receios. Ele tem medo de perder o p�blico que j� tem, de ser tachado como dono de loja para gordos. Ainda existe muito tabu com o p�blico obeso. H� um imenso desconhecimento quanto ao p�blico plus size. Este n�mero (de vendas) poderia ser muito maior”, aponta Marcela. O levantamento feito pela associa��o mostra que 63% dos consumidores relatam dificuldades em encontrar roupas – op��es e tamanhos – e 77% ainda consideram dif�cil encontrar pe�as bem modeladas e que vistam bem.

O mercado tamb�m sofre com a oferta de mat�ria-prima para a produ��o de pe�as de vestu�rio e cal�ados de tamanhos maiores. “Certa vez, um empres�rio de camisetas nos disse que n�o tinha chapa de silk screen para tamanhos acima de GG. Quem faz suti� n�o tem aro nem bojo acima de 48/50. O mercado plus size precisa ser alimentado por todo o outro restante de vestu�rio. De tecido ao acess�rio”, explica Marcela. Segundo ela, a associa��o tem investido na qualifica��o dos produtores e profissionais envolvidos na cria��o da moda para atender a essa demanda. “Muitas mulheres obesas nunca conseguiram usar uma bota porque n�o fecha. Existem muitas faltas, muitas coisas a serem consideradas para o mercado plus size. Temos promovido palestras, cursos, conversado nas universidades e com estilistas importantes para melhorar essa comunica��o”, comenta.



A empresária Orjana Baroni, dona da loja Carlotta, há 10 anos dedica exclusivamente à moda plus size(foto: Arquivo pessoal/divulgação)
A empres�ria Orjana Baroni, dona da loja Carlotta, h� 10 anos dedica exclusivamente � moda plus size (foto: Arquivo pessoal/divulga��o)
H� 19 anos trabalhando com moda, a empres�ria Orjana Fabiana Baroni, dona da loja Carllota, sempre se preocupou em atender o p�blico de todos os tamanhos. Mas, de olho numa car�ncia de oferta de um mercado em crescimento, h� 10 anos resolveu se dedicar somente � moda plus size. “O p�blico jovem foi aumentando e, realmente, n�o achava roupa para comprar. At� pra gente comprar pra revender era dif�cil. A�, decidi criar os looks e fabricar as pe�as”, conta a empres�ria. Al�m de confec��o pr�pria, a Carllota modas plus size atualmente vende tamb�m para o atacado. “Eu sempre investi muito. N�s sempre fazemos desfiles. Toda semana s�o duas ou tr�s sess�es fotogr�ficas com modelos profissionais, bi�tipos diversos, para apresentar os novos looks”, destaca.

Quem j� nasceu para atender esse p�blico garante que a demanda s� cresce. “Estamos no mercado h� 35 anos. Somos uma das primeiras lojas a atender o p�blico plus size de Belo Horizonte. Atualmente, temos 12 unidades espalhadas pela cidade”, conta o gerente-geral da rede Saint Yves, Tiago de Paula. Ele acredita que o sucesso nas vendas est� na oferta variada de tamanhos. “Aqui, temos at� o tamanho 70. N�o adianta dizer que somos uma loja com roupas plus e termos somente do tamanho 44 ao 50, por exemplo”, avalia o profissional.

De acordo com levantamento de 2018 da ABPS, o n�mero de lojas f�sicas especializadas em plus size em territ�rio nacional � de 12.305, seguido de 632 neg�cios digitais. N�meros que correspondem a 25% do varejo de vestu�rio.

*Estagi�ria sob a supervis�o do subeditor Paulo Nogueira


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