
Nas vitrines, a presen�a dos manequins ainda � discreta. Nos cat�logos que divulgam os �ltimos lan�amentos das lojas os tamanhos est�o l�, mas a modelo n�o. E nas passarelas dos principais eventos de moda do pa�s a representa��o tamb�m � rara. Estamos falando do plus size, numera��o de roupas que se enquadra em mais da metade da popula��o brasileira, e que movimenta um mercado bilion�rio, mas que ainda � rotulado como fora do padr�o. Um preconceito que tem gerado perdas para todos.

A padroniza��o magra da beleza e o desconhecimento do potencial consumidor desse mercado s�o apontados pela presidente da ABPS, Marcela Elizabeth, como os principais influenciadores desse cen�rio ainda t�mido de oferta. “O lojista at� tenta comprar um tamanho maior, mas tem v�rios receios. Ele tem medo de perder o p�blico que j� tem, de ser tachado como dono de loja para gordos. Ainda existe muito tabu com o p�blico obeso. H� um imenso desconhecimento quanto ao p�blico plus size. Este n�mero (de vendas) poderia ser muito maior”, aponta Marcela. O levantamento feito pela associa��o mostra que 63% dos consumidores relatam dificuldades em encontrar roupas – op��es e tamanhos – e 77% ainda consideram dif�cil encontrar pe�as bem modeladas e que vistam bem.
O mercado tamb�m sofre com a oferta de mat�ria-prima para a produ��o de pe�as de vestu�rio e cal�ados de tamanhos maiores. “Certa vez, um empres�rio de camisetas nos disse que n�o tinha chapa de silk screen para tamanhos acima de GG. Quem faz suti� n�o tem aro nem bojo acima de 48/50. O mercado plus size precisa ser alimentado por todo o outro restante de vestu�rio. De tecido ao acess�rio”, explica Marcela. Segundo ela, a associa��o tem investido na qualifica��o dos produtores e profissionais envolvidos na cria��o da moda para atender a essa demanda. “Muitas mulheres obesas nunca conseguiram usar uma bota porque n�o fecha. Existem muitas faltas, muitas coisas a serem consideradas para o mercado plus size. Temos promovido palestras, cursos, conversado nas universidades e com estilistas importantes para melhorar essa comunica��o”, comenta.

Quem j� nasceu para atender esse p�blico garante que a demanda s� cresce. “Estamos no mercado h� 35 anos. Somos uma das primeiras lojas a atender o p�blico plus size de Belo Horizonte. Atualmente, temos 12 unidades espalhadas pela cidade”, conta o gerente-geral da rede Saint Yves, Tiago de Paula. Ele acredita que o sucesso nas vendas est� na oferta variada de tamanhos. “Aqui, temos at� o tamanho 70. N�o adianta dizer que somos uma loja com roupas plus e termos somente do tamanho 44 ao 50, por exemplo”, avalia o profissional.
De acordo com levantamento de 2018 da ABPS, o n�mero de lojas f�sicas especializadas em plus size em territ�rio nacional � de 12.305, seguido de 632 neg�cios digitais. N�meros que correspondem a 25% do varejo de vestu�rio.
*Estagi�ria sob a supervis�o do subeditor Paulo Nogueira
