
S�o Paulo e Bras�lia – Com os caminhoneiros articulando nas redes sociais uma nova paralisa��o neste fim de semana pelo n�o cumprimento das medidas acordadas com o governo Michel Temer, como o congelamento do pre�o do diesel e o tabelamento do frete, a diretoria-executiva da Petrobras aprovou altera��o na periodicidade de reajuste nos pre�os do diesel e, agora, os valores nas refinarias da companhia, que correspondem a cerca de 54% dos pre�os ao consumidor final, ser�o reajustados por per�odos n�o inferiores a 15 dias.
Desde o in�cio deste ano, o pre�o do combust�vel que abastece a frota de carga do pa�s teve aumento de 15,6% nas refinarias, onde passou de R$ 1,8545 em 1º de janeiro para R$ 2,1432 ontem.
A petrol�fera disse ainda que continuar� a utilizar mecanismos de prote��o, como o hedge com o emprego de derivativos, cujo objetivo � preservar a rentabilidade de suas opera��es de refino. “A companhia manter� a observ�ncia de pre�os de paridade internacional (PPI), abstendo-se, portanto, de pr�ticas que poderiam caracterizar o exerc�cio de poder de monop�lio, j� que possui 98% da capacidade de refino do Brasil”.
Tamb�m ontem, a Petrobras e a BR Distribuidora anunciaram que desenvolvem uma nova forma de pagamento para os caminhoneiros que deve reduzir a volatilidade dos pre�os dos combust�veis. Em fato relevante, as empresas anunciaram que trabalham na cria��o de um cart�o de pagamentos “que viabilizar� a compra por caminhoneiros de litros de diesel a pre�o fixo nos postos com a bandeira BR”. O chamado “Cart�o Caminhoneiro” ser� destinado aos aut�nomos e propriet�rios de frotas de caminh�es.
“O diferencial que se busca � oferecer uma op��o aos diversos p�blicos, que poder� auxiliar na gest�o do risco da flutua��o de pre�os ao consumidor”, cita o fato relevante da BR Distribuidora O cart�o ainda est� em desenvolvimento e as empresas acreditam que a conclus�o dever� ocorrer nos pr�ximos 90 dias.
A nova forma de pagamento para proteger caminhoneiros das oscila��es de pre�o foi anunciada ao mesmo tempo em que a diretoria executiva da Petrobras divulgou, na manh� desta ter�a-feira, 26, a altera��o na periodicidade de reajuste nos pre�os do diesel nas refinarias, que, a partir de agora, ser�o atualizados por per�odos n�o inferiores a 15 dias.
Mobiliza��o
A movimenta��o dos caminhoneiros para dar in�cio a uma greve nacional no s�bado perdeu for�a. Se ocorrer, se limitar� a paralisa��es pontuais. A opini�o � de Wallace Landim, o Chor�o, presidente das associa��es Abrava e BrasCoop, que representam a classe de caminhoneiros. Landim, que passou a ter entrada no Pal�cio do Planalto e tem se reunido com ministros do presidente Jair Bolsonaro, afirmou que Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Rio Grande do Norte est�o entre aqueles que j� sinalizaram que n�o aprovam paralisa��o, para aguardarem uma posi��o firme do governo sobre os tr�s itens centrais de sua pauta: mais rigor na cobran�a de fretes pagos pelos donos da carga, reajuste mensal do pre�o do �leo diesel e constru��o das paradas para descanso dos motoristas.
“� preciso reconhecer que o governo est� mobilizado, para nos atender. Por isso, acho que uma paralisa��o neste momento n�o ajuda em nada. O presidente Bolsonaro, me disseram ministros, deve anunciar um posicionamento para n�s nesta semana. N�s apoiamos a elei��o do presidente, ent�o � preciso aguardar um pouco”, disse Landim. Nas duas �ltimas semanas, o l�der dos caminhoneiros teve reuni�o em Bras�lia com o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. Landim tamb�m teve encontro com a diretoria da Ag�ncia Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e, na sexta-feira, se reuniu com o secret�rio-executivo do Minist�rio da Infraestrutura, Marcelo Sampaio.
Divididos
Sua opini�o sobre a greve ainda n�o � um consenso. Os caminhoneiros est�o divididos entre outros itens que, segundo Landim, n�o t�m nenhuma rela��o com o setor. “A todo momento, recebo pedidos para que a gente atue para bloquear a reforma da Previd�ncia. Outra hora � para pedirmos uma ‘limpeza’ no Supremo. Isso n�o ajuda a gente. O que temos a ver com isso?”, questiona.
Dentro da pauta dos motoristas, Landim defende que a classe crie cooperativas de caminhoneiros, para que o motorista acabe com a intermedia��o de transportadoras. “Temos que nos unir para retirar esses atravessadores, para que a gente possa negociar diretamente com os donos dos gr�os”, comentou. Os caminhoneiros, no entanto, tamb�m est�o divididos sobre esta proposta.
O governo tem monitorado as primeiras movimenta��es de caminhoneiros no pa�s. O acompanhamento � feito pelo Gabinete de Seguran�a Institucional (GSI). As investiga��es apontaram o in�cio de uma articula��o por meio de mensagens de WhatsApp. Na pauta de reivindica��es da classe est�o tr�s pleitos. O primeiro pedido diz respeito ao piso m�nimo da tabela de frete. Os caminhoneiros reclamam que as empresas t�m descumprido o pagamento do valor m�nimo e cobram uma fiscaliza��o mais ostensiva da ANTT. O segundo item da pauta � o pre�o do �leo diesel. Os caminhoneiros querem que o governo estabele�a algum mecanismo para que o aumento dos combust�veis, que se baseia em d�lar, seja feito s� uma vez por m�s, e n�o mais diariamente. O terceiro item diz respeito � constru��o de mais estruturas para paradas de descanso para os caminhoneiros, ao longo das estradas.