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Estado de Minas

Compra da Nextel Brasil gera apreens�o nos mercados de tecnologia e telefonia

Neg�cio selado pela mexicana Am�rica M�vil deve resultar em fus�o de departamentos e mais de 700 demiss�es. Mercado se prepara para o acirramento da concorr�ncia nos pr�ximos meses


postado em 01/04/2019 06:00 / atualizado em 01/04/2019 08:50

Nextel marca presença no mercado com campanhas publicitárias bem-humoradas (foto: Nextel/Divulgação )
Nextel marca presen�a no mercado com campanhas publicit�rias bem-humoradas (foto: Nextel/Divulga��o )

S�o Paulo – A compra da operadora Nextel Brasil pela mexicana Am�rica M�vil deixou os mercados de tecnologia e de telefonia agitados nos �ltimos dias. O neg�cio, que custar� US$ 905 milh�es (cerca de R$ 3,5 bilh�es) ao grupo que controla a Claro, Embratel e Net no Brasil, � considerado uma pechincha pelos especialistas. “Pelo n�mero de clientes, abrang�ncia e marca, a Nextel teria de valer pelo menos o dobro disso”, afirma o consultor Saulo Gonz�lez, diretor da consultoria Infotec, do M�xico. “A Am�rica M�vil esperou as condi��es financeiras da Nextel se deteriorarem para comprar a rival pelo menor pre�o poss�vel.”

O bote da Claro sobre a Nextel est� incomodando principalmente as concorrentes Vivo, Oi e TIM, que vinham tentando ampliar suas bases de linhas por meio de uma guerra de pre�os, algo que a Claro n�o ter� de fazer ao incorporar os clientes p�s-pagos da Nextel, principalmente em S�o Paulo e no Rio de Janeiro. Especificamente sobre o mercado paulista, a lideran�a da Vivo fica menor. Pelos n�meros da Ag�ncia Nacional de Telecomunica��es (Anatel), a operadora tem participa��o de 36%. A fatia da Claro fica em 25%, enquanto a TIM conta com 24% e a Nextel, 3,1%. Analisando apenas o market share em p�s-pago, a Vivo tem 41%, a Claro 26%, a TIM 18% e a Nextel 5%.

No Rio de Janeiro, a Nextel tem presen�a ainda mais encorpada. Em geral, o mercado de p�s-pago fica dividido em 33% para a Vivo, 25% para a Claro, 15% para a TIM, 14% para a Nextel e 10% para a Oi. “Junto com a Nextel, a Claro far� frente � Oi de forma mais robusta e aumentar� a concorr�ncia”, disse a analista do Ita� BBA Susana Salaru, em an�lise publicada no portal Teletime. “A TIM perdeu oportunidade de aumentar a participa��o em S�o Paulo ao n�o comprar a Nextel.” Por outro lado, segundo ela, a Telecom Italia teria problemas para executar um investimento desse porte, j� que a TIM Brasil n�o poderia abrir m�o de caixa a ser consolidado pela controladora.

Dentro da Nextel, a incorpora��o da empresa pela Claro est� gerando medo e apreens�o. Um executivo da operadora, que pediu para n�o ter o nome relevado, afirmou que s�o esperadas mais de 700 demiss�es nos pr�ximos meses. Os cortes, segundo ele, ser�o efetivados com a uni�o de v�rios departamentos das duas empresas, como tecnologia, comercial e atendimento ao consumidor. “Todos est�o se preparando para o pior nos pr�ximos meses. Sabemos que muitos departamentos ser�o extintos e isso j� vem sendo alertado pelos altos executivos da companhia.”

ACORDOS Outra fonte de d�vidas com o neg�cio entre Claro e Nextel � o futuro do atual compartilhamento de rede da Nextel com a Vivo. Fontes consultadas pela reportagem afirmam que os acordos de roaming e compartilhamento de espectro entre a Vivo e a Nextel dever�o ser mantidos. Com o vencimento dos contratos de fideliza��o, o tr�fego seria migrado normalmente para a rede da Claro.

Uma eventual disputa na Justi�a poderia ser prejudicial para a presta��o do servi�o e acabar sendo onerosa para o grupo mexicano. “N�o tem raz�o para n�o continuar. Talvez tenha alguma repactua��o do valor, mas acho que compartilhamento � bom para todas as operadoras, pois elas n�o querem ter de construir rede sobreposta. Do ponto de vista operacional, faz sentido em continuar a dividir a rede”, acrescentou Susana.

O neg�cio, sob a �tica dos fracos resultados da Nextel, faz todo o sentido. No balan�o do ano passado, a operadora divulgou receita operacional consolidada de US$ 621 milh�es, com adi��o l�quida de 99,3 mil clientes apenas no quarto trimestre. O ARPU (receita m�dia por assinante) foi de US$ 14 (aproximadamente R$ 53), valor superior � m�dia nacional. No final das contas, a operadora fechou o ano com preju�zo operacional de US$ 42 milh�es, depois de ter registrado preju�zos em 2015, 2016 e 2017.


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