
No primeiro momento de tens�o durante a audi�ncia p�blica sobre a reforma da Previd�ncia, o ministro da Economia, Paulo Guedes, provocou a oposi��o ao dizer que, ao aprovar a proposta, o Brasil ir� para um caminho de prosperidade, e, n�o, para a mesma rota trilhada pela Venezuela.
Guedes havia sido questionado pela deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) sobre o corte de recursos nas universidades, sobre o n�vel de desemprego e tamb�m sobre o ritmo lento da economia brasileira.
"Quem fica 16 anos no poder n�o tem o direito de virar agora, com quatro ou cinco meses, e dizer que h� milh�es e desempregados, falta de crescimento", rebateu o ministro. Ele citou ainda os rombos na Petrobras, nos Correios e nos fundos de pens�o dessas estatais. "Quebraram mesmo muita coisa", exclamou.
A resposta veio acompanhada da indireta aos parlamentares cujos partidos apoiam o regime atual da Venezuela.
Opositores reagiram e um burburinho se formou no plen�rio da comiss�o. Guedes tentou ent�o dizer que n�o estava falando do ponto de vista pol�tico, mas, sim, econ�mico. O ministro chegou a elevar a voz, e sob o risco de um bate-boca maior, o presidente da comiss�o, deputado Marcelo Ramos (PR-AM), interveio.
"Temos o ambiente pol�tico necess�rio para enfrentar projeto de Pa�s. Pe�o gentilmente ao ministro que possa se resumir �s quest�es previdenci�rias. Quanto mais o ministro se concentrar em debater Previd�ncia, mais ajuda. Queremos manter momento de tranquilidade", disse Ramos. "Est� feita a recomenda��o."
Guedes disse ent�o que concordava com a posi��o do presidente da comiss�o, mas chegou a continuar o debate fora do microfone com um deputado oposicionista. Ramos, por sua vez, deixou uma �ltima mensagem. "A sociedade n�o est� esperando avalia��o desse governo ou do governo passado, mas, sim, debater Previd�ncia", avisou.
Antes de o clima esquentar no plen�rio, Guedes afirmou que o contingenciamento nos recursos do governo ocorre justamente porque o governo est� sem capacidade fiscal de gasto. Ele defendeu que, com a reforma, o governo pretende rever a trajet�ria futura das despesas. "Estamos recalibrando privil�gios l� para frente para n�o gastar esse R$ 1 trilh�o (economia pretendida com a reforma) e poder atender a outras finalidades", disse.
Guedes ainda defendeu o regime de capitaliza��o, segundo o qual os trabalhadores contribuir�o para contas individuais de aposentadoria. "Estamos levando recursos para futuro", afirmou.
"O recursos vir�o. Como o pr�prio Chile est� fazendo agora, tributando as empresas, basta aumentar um pouquinho os impostos e pode garantir aposentadorias maiores. Hoje n�s (Brasil) n�o conseguimos garantir nem as menores", disse o ministro.
Ele lembrou ainda que os mais pobres contribuem menos e j� se aposentam mais tarde. "N�o ter�o nenhum custo adicional (com a reforma)", afirmou.