
S�o Paulo – Ser dono do pr�prio neg�cio � um sonho antigo para uma grande parcela da popula��o brasileira. Nos �ltimos anos, as turbul�ncias na economia e a consequente dificuldade no mercado de trabalho levaram milh�es de trabalhadores – uns por op��o, outros por pura necessidade – a antecipar a realiza��o de projetos e a se tornar patr�es de si mesmos.
Os n�meros revelam com clareza esse movimento. De acordo com dados do governo federal, publicados no Portal do Empreendedor, o contingente de microempreendedores individuais (MEIs) no pa�s ultrapassou neste ano a marca de 8 milh�es, fechando mar�o com 8.154.678 cadastros.
“Abrir uma empresa e empreender � o caminho natural para quem possui qualifica��o, mas que tem encontrado barreiras de recoloca��o no mercado de trabalho formal”, afirma o diretor de finan�as do Sebrae-SP, Dario Bassi Rambelli. “� um lado positivo de uma situa��o complexa para a economia brasileira.”
Rambelli acredita que o faturamento dos MEIs signifique de 10% a 15% do Produto Interno Bruto (PIB, o conjunto da produ��o de bens e servi�os do pa�s) atualmente – ou cerca de R$ 500 bilh�es anuais.
Segundo ele, as pesquisas ainda n�o cravam as cifras do segmento com exatid�o. “Um dos problemas � que a informalidade n�o permite um levantamento mais apurado. S�o aut�nomos n�o registrados nas entidades ligadas aos trabalhadores formais”, observa.
Segundo ele, as pesquisas ainda n�o cravam as cifras do segmento com exatid�o. “Um dos problemas � que a informalidade n�o permite um levantamento mais apurado. S�o aut�nomos n�o registrados nas entidades ligadas aos trabalhadores formais”, observa.
A onda de novos microempres�rios formais deve ganhar mais for�a neste ano, segundo Rambelli. Proje��es do Sebrae, com base nas estat�sticas de outros per�odos do Brasil, mostram que, como o emprego formal � um dos primeiros a entrar na crise e um dos �ltimos a sair, a tend�ncia � de alta no n�mero de MEIs neste ano e em 2020.
“Mesmo que haja uma recupera��o do mercado de trabalho, aqueles microempreendedores que se estabilizarem com o pr�prio neg�cio tendem a ser tornar empregadores em vez de funcion�rios novamente”, diz o economista Marcos de Castro, da Funda��o Getulio Vargas.
“Mesmo que haja uma recupera��o do mercado de trabalho, aqueles microempreendedores que se estabilizarem com o pr�prio neg�cio tendem a ser tornar empregadores em vez de funcion�rios novamente”, diz o economista Marcos de Castro, da Funda��o Getulio Vargas.
Como o desemprego ainda castiga mais de 13 milh�es de brasileiros, segundo constata o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), eleva-se o contingente daqueles que abrem o pr�prio neg�cio. A maior concentra��o de MEIs aparece na faixa et�ria dos 31 aos 40 anos, que repercute em mais de 2,5 milh�es de pessoas – ou 31% do total.
Ambiente O registro formal do microempreendedor indica mais de 1,7 milh�o de MEIs – ou 22% do geral – entre jovens de at� 30 anos de idade, na m�dia. “O maior n�mero de novos microempreendedores � de pessoas que j� tiveram carteira assinada, sinal de que come�a a se desenhar uma nova configura��o da for�a de trabalho no pa�s”, afirma Castro.
Uma das sa�das para empreender com baixo investimento tem sido o setor de franquias. O estudo “Tend�ncias para franquias baratas 2019” exp�e boas alternativas para quem pretende investir at� R$ 10 mil. Segundo o levantamento, pelo menos 51% das pessoas preferem investir nesse limite. No mesmo per�odo em 2018, o �ndice era de 33,2%.
Apesar do avan�o no empreendedorismo nos �ltimos anos, o Brasil ainda � uma terra �rida para novos neg�cios. O pa�s ocupa uma sofr�vel 109ª posi��o entre pa�ses prop�cios � abertura de empresas. O ambiente desfavor�vel leva ao fechamento de dois ter�os de novas empresas em menos de cinco anos, o que faz do Brasil um dos campe�es mundiais em �ndices de mortalidade de companhias.
QUEM S�O ELES
Condi��es do microempreendedor
Atualmente, mais de 500 profiss�es est�o cadastradas no contexto dos MEIs, categoria que completa uma d�cada em 2019. O microempreendedor pode registrar at� 15 ocupa��es tidas como secund�rias.
Os profissionais do setor de beleza, vendedores de vestu�rio, pedreiros e e pequenas lanchonetes lideram a lista. Para se enquadrar na categoria, o limite de faturamento n�o pode ultrapassar R$ 81 mil anuais (R$ 6,7 mil mensais).
Se ultrapassar o teto, migra-se para a categoria de microempresa (ME). O registro de MEIs permite ao microempreendedor abrir CNPJ, emitir notas fiscais, alugar m�quinas de cart�es e acessar empr�stimos. Tamb�m assegura direitos e benef�cios previdenci�rios, como aposentadoria por idade ou invalidez, aux�lio-doen�a e sal�rio-maternidade no caso das mulheres.
Os profissionais do setor de beleza, vendedores de vestu�rio, pedreiros e e pequenas lanchonetes lideram a lista. Para se enquadrar na categoria, o limite de faturamento n�o pode ultrapassar R$ 81 mil anuais (R$ 6,7 mil mensais).
Se ultrapassar o teto, migra-se para a categoria de microempresa (ME). O registro de MEIs permite ao microempreendedor abrir CNPJ, emitir notas fiscais, alugar m�quinas de cart�es e acessar empr�stimos. Tamb�m assegura direitos e benef�cios previdenci�rios, como aposentadoria por idade ou invalidez, aux�lio-doen�a e sal�rio-maternidade no caso das mulheres.