![Yang Yuanquing, CEO global da Lenovo (foto: Bertrand Guay/AFP %u2013 15/6/17]) Yang Yuanquing, CEO global da Lenovo (foto: Bertrand Guay/AFP %u2013 15/6/17])](https://i.em.com.br/BqP6I7KpfjkUfj6vrdYV9UOkVwc=/790x/smart/imgsapp.em.com.br/app/noticia_127983242361/2019/08/07/1075364/20190806205503683823o.jpg)
S�o Paulo – Nas principais cidades chinesas, como Pequim, Xian e Xangai, em quase toda esquina h� imensos outdoors com propagandas de algum lan�amento da Lenovo. A gigante do mercado de computadores, no entanto, quer ir al�m. Por ordem do CEO global Yang Yuanquing, a companhia vai investir alguns bilh�es de d�lares em pesquisa e desenvolvimento de intelig�ncia artificial, machine learning e rob�tica.
“N�o somos apenas uma empresa chinesa de computadores, somos uma companhia focada em criar o futuro para as empresas e para as pessoas”, disse Yuanquing, em reuni�o com empres�rios na China. Para recordar, a Lenovo comprou do Google a divis�o de smartphones Motorola por US$ 2,9 bilh�es. “Nossa posi��o em computadores e smartphones est� consolidada, agora temos de diversificar para continuar crescendo.”
A opera��o brasileira est� fazendo sua li��o de casa. A vertiginosa queda nas vendas de computadores no mercado nacional nos �ltimos anos tamb�m est� ajudando a acelerar esse processo. Em 2012, o segmento vendia 15,5 milh�es de unidades por ano. Em 2016, o n�mero caiu para 4,5 milh�es, de acordo com a consultoria IDC. A retra��o for�ou as fabricantes a reajustarem suas opera��es no Brasil.
A Lenovo iniciou essa jornada h� pouco mais de tr�s anos. A empresa transferiu a f�brica de Itu para Indaiatuba, no interior paulista. A nova unidade tem menos da metade da �rea da antiga instala��o. A redu��o do portf�lio em mais de 50% e a renova��o de 80% nos cargos de alto escal�o complementaram esses esfor�os.
“Agora, chegamos � terceira fase desse projeto, que batizamos de transforma��o inteligente”, disse Ricardo Bloj, CEO da Lenovo no Brasil, em entrevista recente � revista Isto� Dinheiro. Com mais de 30 anos de carreira e passagens por empresas como IBM e Itautec, ele assumiu a posi��o em mar�o de 2017. “Estamos coletando dados no ch�o de f�brica para fazer ajustes na pr�pria produ��o, simular cen�rios e antecipar tend�ncias.”
De acordo com Bloj, a flexibilidade na adapta��o das linhas de montagem para atender pedidos de m�quinas com diferentes configura��es � um dos frutos dessa abordagem. O equil�brio entre a produ��o e a demanda � mais um elemento.
VENDAS
A companhia fechou uma parceria com a DataRobot para desenvolver um algoritmo capaz de monitorar e prever o volume das vendas e a efetividade de campanhas no varejo, entre outras a��es. O recurso permite antecipar e ajustar o ritmo de fabrica��o, bem como o estoque de componentes.
Al�m dos dados do invent�rio nas lojas parceiras, o recurso compila e cruza dados como proje��es do PIB, impacto das estrat�gias de rivais e os efeitos da oscila��o do d�lar. Esse �ltimo fator � essencial, j� que boa parte dos custos de produ��o da categoria � atrelada � moeda americana. Segundo Bloj, a ferramenta j� chega a 90% de acuracidade e ajuda a empresa a responder rapidamente a qualquer varia��o no mercado.
Al�m disso, a Lenovo implementou 18 projetos envolvendo diversos departamentos. A estrat�gia passou por equipes respons�veis por frentes como aprova��o de cr�dito e cadastro de produtos. Em pouco tempo, a empresa come�ou a desfrutar dos resultados dessas a��es. No mercado corporativo, o prazo m�dio de entrega, que era de 20 dias, passou para 11 dias em 70% dos casos. J� o NetPromoter Score, �ndice de mercado que mede a satisfa��o e lealdade dos clientes, saiu de 20 pontos negativos para um patamar pr�ximo de 70.
Diversas dessas iniciativas foram realizadas globalmente e trouxeram resultados financeiros consistentes. No ano fiscal de 2018/2019, a Lenovo ultrapassou pela primeira vez a marca de US$ 50 bilh�es em receitas, totalizando US$ 51 bilh�es – crescimento de 12,5% em rela��o ao per�odo anterior. O lucro tamb�m avan�ou, para US$ 11,7 bilh�es, o que representa um salto de 10%.
