
Bras�lia – Consumidores e lojistas reagiram positivamente � campanha Semana do Brasil, lan�ada pelo governo com o objetivo de “movimentar a economia e estimular o turismo interno”, promovendo promo��es em lojas e empresas parceiras. A iniciativa come�ou na sexta-feira, vai at� o pr�ximo dia 15 e, segundo o governo, deve se tornar uma data fixa no calend�rio nacional. Na pr�tica, funcionar� como uma esp�cie de Black Friday.
A professora Rita de Castro, de 42 anos, disse que percebeu os pre�os das lojas baixarem. Ela contou que recebeu a not�cia atrav�s de um aplicativo de smartphone e resolveu aproveitar. “Percebi as promo��es na sess�o infantil e nas lojas de cal�ados”, comentou. Ao todo, ela calcula que economizou cerca de 30% do valor de suas compras. “Eu percebo que o com�rcio est� bem fraquinho. Ent�o, acho que � uma boa iniciativa. Pelo que vejo, o segmento de roupas � o que est� mais engajado nas promo��es”, afirmou.
O gerente-geral de uma loja de cal�ados, Alan Ximenes, de 30, disse que a loja onde trabalha aproveitou a promo��o para reduzir o estoque, que estava parado. “Vai ajudar muito no fim do ano, porque acaba limpando o estoque e criando a possibilidade at� de comprar mais mercadorias.” Ele diz que o movimento da loja dobrou, por�m, com os pre�os mais baixos, o estabelecimento acabar� com o mesmo lucro. “Eu achei uma �tima estrat�gia do governo dar o dinheiro do FGTS para o cliente e, ao mesmo tempo, agitar o com�rcio”, disse o lojista.
“Colocamos uma propaganda na televis�o por causa da Semana do Brasil”, disse Sullivan Pereira, gerente de uma loja de m�veis. Para ele, a iniciativa � “diferente” e ajuda o lojista a vender e a contratar mais. “O mercado j� est� um pouco defasado, em todas os ramos, o com�rcio est� bem fraco”, comentou. Ele espera vender bastante neste fim de semana, por�m lamenta que a divulga��o da campanha n�o esteja sendo t�o grande. “Os clientes n�o est�o sabendo, o shopping aqui est� vazio e a gente n�o teve um aumento de movimento aqui na loja.
Cuidado com o or�amento
As promo��es do com�rcio s�o uma oportunidade de adquirir produtos mais baratos, mas o consumidor deve adotar um comportamento respons�vel, aconselham especialistas. O professor de finan�as da Funda��o Getulio Vargas de S�o Paulo (FGV-SP) F�bio Gallo alerta as pessoas para distinguirem o que � necess�rio e o que � simples “vontade”. “Esses descontos s�o bons para comprar o que realmente � preciso. N�o o mil�simo par de sapatos, mas uma coisa necess�ria no dia a dia”, comentou Gallo. Para ele, � preciso ter cautela para n�o comprometer o or�amento. “Nesses momentos de forte incentivo ao consumo � preciso ter crit�rio. Cart�o de cr�dito � �til, mas usado em demasia pode deixar a pessoa endividada”.
O professor alertou para as “falsas promo��es” que podem acabar fisgando o consumidor para uma compra pouco recomend�vel. S�o as famosas “pague pela metade do dobro”, que, na vis�o do professor, podem acontecer por uma estrat�gia do lojista. “As pessoas precisam acompanhar os pre�os, principalmente dos produtos mais caros, como eletr�nicos e eletrodom�sticos”, argumentou Gallo.
O presidente da Associa��o Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), Reinaldo Domingos, faz algumas orienta��es para o consumidor. “Se estiver em situa��o financeira problem�tica e quiser adiantar as compras de Natal, uma dica � priorizar as crian�as. Ser� mais f�cil explicar para os adultos o motivo de n�o receberem presentes”, diz. Ele recomendou ainda o uso da internet como meio de pesquisa, por�m alertou para crimes digitais, que s�o cada vez mais comuns.
Reinaldo Domingos ainda comentou que � preciso reservar tempo para as compras e uma dose extra de paci�ncia, evitando decis�es precipitadas. “Procure saber quais s�o os reais desejos das pessoas. Muitas vezes compram-se coisas caras, sendo que presentes baratos seriam muito mais bem-vindos”, explicou Domingos.
*Estagi�rios sob supervis�o de Odail Figueiredo