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Estado de Minas CONSUMO

Em momentos de crise, cart�o de cr�dito decola, mas � preciso cuidado

As vendas por esta modalidade deram um salto no primeiro semestre deste ano, quando foram movimentados R$ 850 bi


postado em 29/09/2019 06:00 / atualizado em 29/09/2019 19:15

O empresário Ricardo Alencar diz que em torno de 70% das vendas da rede Center Pão são feitas por meio de cartões(foto: Fotos: Luiz Ribeiro/EM/D.A Press)
O empres�rio Ricardo Alencar diz que em torno de 70% das vendas da rede Center P�o s�o feitas por meio de cart�es (foto: Fotos: Luiz Ribeiro/EM/D.A Press)

J� se foi o tempo em que o cliente chegava na loja e precisava pagar com dinheiro em esp�cie ou, ent�o, apenas “namorava” a vitrine, sem fazer a compra, pela falta de recursos. Agora, a pessoa chega, experimenta e leva, sem a preocupa��o de enfiar a m�o no bolso. Essa “tranquilidade” � possibilitada pelo cart�o de cr�dito, cada vez mais usado, sobretudo, em tempos de crise. As vendas por essa modalidade tiveram um verdadeiro salto no Brasil. Somente no primeiro semestre deste ano, os cart�es movimentaram R$ 850 bilh�es no pa�s, com crescimento de 18% em rela��o aos seis primeiros meses de 2018. Os cart�es de cr�dito responderam por R$ 534 bi- lh�es (alta de 18,8% em rela��o ao mesmo per�odo do ano anterior), o que representa 63% de todo volume movimentado pelas vendas por cart�es.

Os dados s�o da Associa��o Brasileira das Empresas de Cart�o de Cr�dito e Servi�os (Abecs), que, com base nos resultados do primeiro semestre, acaba de divulgar proje��o do crescimento do setor de cart�es em 2019. Segundo a entidade, todas as compras com o “dinheiro de pl�stico” – cart�es de cr�dito, d�bito e pr�-pagos – no decorrer do ano devem movimentar em torno de R$ 1,84 trilh�o – crescimento entre 17,5% e 19% em rela��o ao ano anterior, sendo que, antes, a previs�o era um intervalo de alta entre 15% e 17%. Do total previsto, as vendas por cart�o de cr�dito poder�o chegar a R$ 1,154 trilh�o, considerando o mesmo percentual de 63% da movimenta��o por esse tipo de cart�o do primeiro semestre.



Mas se facilita para o consumidor, as vendas pelo cart�o de cr�dito trazem impactos para o empreendedor, acarretando a necessidade de mais recursos para o giro do neg�cio. Isso porque o comerciante s� vai receber o pagamento em sua conta 30 ou at� 45 dias depois da venda. Nesse caso, qual estrat�gia deve usar para n�o ficar descapitalizado e repor os estoques? Uma op��o � a busca de financiamento para capital de giro, mas seguindo algumas recomenda��es, como observa o consultor do Sebrae Minas Eric Darioli.


Primeiramente, � preciso consultar as taxas de juros das modalidades de cr�dito dispon�veis no mercado e levar em considera��o essas taxas na forma��o do pre�o final de venda do produto, evitando preju�zos. O valor de venda tamb�m n�o pode ficar muito acima do pre�o de mercado, em desvantagem com os concorrentes

Eric Darioli, consultor do Sebrae-MG



CAPITAL DE GIRO




Na mesma linha, a economista Ana Paula Bastos, da C�mara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), salienta que a busca de financiamento para capital de giro depende da “necessidade urgente” do empres�rio, por�m, alerta, mesmo precisando do aporte financeiro, o lojista deve observar se a taxa de juro do empr�stimo n�o � maior do que a taxa de administra��o da operadora do cart�o de cr�dito. “Ele precisa verificar se n�o compensa esperar pelo recebimento da operadora do cart�o em vez de pegar o dinheiro no banco”, pondera a economista.

O empres�rio Ricardo Alencar, diretor da rede Center P�o – supermercado e padarias – em Montes Claros, lida com essa situa��o e conta como buscou uma solu��o na pr�tica. “Recorremos ao financiamento de capital de giro.” Ele lembra que, hoje, algumas institui��es financeiras liberam os empr�stimos para capital de giro de maneira facilitada, bastando ao comerciante apresentar as notas fiscais emitidas pelos fornecedores. Segundo Alencar, atualmente, em torno de 65% a 70% das vendas da Center P�o s�o feitas por meio de cart�es, que comercializa cerca de 8 mil itens em todas as unidades da cidade, que emprega 205 funcion�rios.

O empres�rio lembra que sempre � bom tomar alguns cuidados antes de receber o empr�stimo. “A gente aconselha a pessoa a n�o abusar, n�o tomar o financiamento acima do giro de suas vendas. Se fizer isso, ela vai ter dificuldades na hora de pagar o empr�stimo.

Proprietária de uma empresa de armarinho e fabricante de uniformes em Montes Claros, a empresária Geralda Aparecida Silva Lopes conta que mais de 50% de suas vendas são feitas pelo cartão de crédito
Propriet�ria de uma empresa de armarinho e fabricante de uniformes em Montes Claros, a empres�ria Geralda Aparecida Silva Lopes conta que mais de 50% de suas vendas s�o feitas pelo cart�o de cr�dito

Propriet�ria de uma empresa de armarinho e fabricante de uniformes em Montes Claros, a empres�ria Geralda Aparecida Silva Lopes conta que mais de 50% de suas vendas s�o feitas pelo cart�o de cr�dito. “Dividimos o valor da mercadoria em at� tr�s vezes, sem acr�scimo. Assim, as pessoas compram fiado pelo mesmo pre�o � vista”, informa, ressaltando as vantagens do sistema para o consumidor.

Como alternativa para “n�o passar aperto” com o prazo para receber,  ela busca entendimento com os fornecedores, ampliando o prazo de pagamento das mercadorias adquiridas. “Pagamos as mercadorias com os prazos de 30, 60 e 90 dias”, explica Geralda Aparecida.


Marlene Pereira, dona de um ateliê de aluguel de trajes femininos para festas, divide o valor em até três vezes pelo preço de à vista
Marlene Pereira, dona de um ateli� de aluguel de trajes femininos para festas, divide o valor em at� tr�s vezes pelo pre�o de � vista


Cada vez mais difundido, o cart�o de cr�dito alcan�a os mais variados tipos de neg�cios e servi�os. H� dois anos, Marlene Pereira montou um ateli� de aluguel de trajes femininos para festas em sua casa, no Bairro Morrinhos, em Montes Claros. Em frente � casa, o letreiro da placa destaca: “Recebemos cart�es”.

Marlene conta que divide o “pre�o � vista” do aluguel dos vestidos finos em at� tr�s vezes. “Hoje, as pessoas n�o usam mais dinheiro em esp�cie. � tudo na base do cat�o”, afirma a microempres�ria. 


“O cart�o de cr�dito virou um elemento facilitador para o cliente, que pode comprar pelo pre�o � vista, sem nenhuma adicional”, pontua Agmar de Souza, dono de uma loja de departamentos em Venda Nova, na Regi�o Norte de BH. Por outro lado, para o comerciante, os juros cobrados pelos bancos s�o altos, “chegando a quase 300% ao ano. Tem que ser feita uma readequa��o dessas taxas. Seria bom tanto para o consumidor quanto para os lojistas”, opina o comerciante.


 

Cuidado com as armadilhas


– Atualmente o cart�o de cr�dito est� no bolso da maioria dos brasileiros, desde o alto executivo ao assalariado. Mas s�o recorrentes os relatos de pessoas que contra�ram altas d�vidas em raz�o do mau uso dessa ferramenta financeira. Pesquisas apontam que d�vidas com cart�es de cr�dito representam 30% da inadimpl�ncia de pessoas f�sicas, ocupando o primeiro lugar neste ranking.
– Uma dica � acompanhar diariamente os gastos realizados, evitar a utiliza��o do cr�dito rotativo, limitar as despesas com o cart�o a um percentual n�o superior a 20% da renda mensal, al�m de cuidar da seguran�a de senhas, evitando, de tal maneira, a ocorr�ncia de fraudes ou golpes.

Fonte: Alexandre Braga, coordenador do Programa de Orienta��o e Prote��o do Consumidor de Montes Claros (Procon-MOC)


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