
Os embarques do destilado que � s�mbolo da produ��o t�pica mineira responderam por 4,05% do volume total de 5,980 milh�es de litros que o Brasil vendeu no exterior de janeiro a outubro, de acordo com balan�o feito pelo Instituto Brasileiro da Cacha�a (Ibrac). Em receita, a participa��o de Minas foi maior, de 7,8%, da cifra embora ainda bem modesta das vendas externas do produto, de US$ 11,702 milh�es nos primeiros 10 meses de 2019.
O estado ficou na quinta posi��o do ranking, depois de S�o Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco e Paran�, nesta ordem, se qualificando para disputar as novas oportunidades que o Ibrac vislumbra para o pa�s no mercado internacional. O est�mulo chega, segundo o diretor-executivo do Ibrac, Carlos Lima, com os recentes acordos comerciais anunciados entre o Mercosul e a Uni�o Europeia; a negocia��o entre o bloco latino-americano e a Associa��o Europeia de Com�rcio Livre (EFTA) e um pacto que o Brasil estaria negociando com o governo chin�s, como anunciou na manh� de hoje o ministro da Economia, Paulo Guedes, durante o encontro dos pa�ses do Brics (formado pelos pa�ses emergentes Brasil, China, �ndia, R�ssia e �frica do Sul).
“Falamos de um produto �nico e t�pico do Brasil. Todos os pa�ses da Europa se abrem como importantes mercados, assim como a Am�rica Latina e a China”, afirma o diretor-executivo do Ibrac. Alemanha, Reino Unido, Fran�a e It�lia representaram, no ano passado, o principal destino das exporta��es brasileiras de cacha�a, com cerca de 40% do total de 8,4 milh�es de litros embarcados. A receita alcan�ou US$ 15,61 milh�es.
Carlos Lima lembra que a Uni�o Europeia � o primeiro mercado de consumo de destilados no mundo e que o acordo firmado com o Mercosul prev� redu��o tarif�ria para o ingresso da cacha�a no bloco do Velho continente. A China j� figura entre os importadores da bebida, mas sem destaque. Contudo, � tamb�m um grande mercado consumidor de bebidas destiladas.
O desafio da cacha�a ser� deslocar concorrentes diretos, como o rum na Europa e o sochu na locomotiva asi�tica. “H� uma grande expectativa com os novos acordos comerciais anunciados, mas existem dificuldades porque a cacha�a ainda n�o � vista como s�mbolo nacional”, afirma o diretor do Ibrac.
Prova disso pode ser observada, para Carlos Lima, na diferen�a da receita de exporta��es de destilados t�picos no mundo durante o ano passado. As vendas do u�sque escoc�s fora do Reino Unido somaram US$ 6,05 bilh�es, enquanto o conhaque franc�s permitiu vendas externas avaliadas em US$ 3,07 bilh�es e os embarques ao exterior da tequila renderam mais de US$ 1 bilh�o ao M�xico.
Outro fator que tem estimulado as exporta��es da cacha�a s�o conv�nios internacionais de prote��o da bebida, garantindo a exclusividade da origem brasileira. “A promo��o da cacha�a e a sua prote��o t�m de andar juntas. Temos acordos de prote��o com a Col�mbia, Estados Unidos, M�xico e Chile”, diz Carlos Lima. Junto ao grande espa�o que o Brasil tem para trabalhar no mercado internacional das bebidas feitas da cana-de-a��car – as vendas do segmento no mundo em 2018 foram de US$ 1,2 bilh�o – o Ibrac destaca entre os pontos fortes do produto a origem assegurada e a hist�ria que a cacha�a incorpora, permitindo experi�ncia sensorial ao consumidor.
Desafios
Entre os pa�ses importadores da cacha�a, o maior parceiro do Brasil � o Paraguai, que, em 2018, garantiu quase um quarto do volume da bebida, despachada em navios, avi�es ou por meio do transporte rodovi�rio, quando se trata de destinos na Am�rica Latina. A Alemanha foi vice-l�der, com 23,30% e os Estados Unidos compraram 8,35% do total exportado.
Assim como a produ��o de Minas, a do Brasil enfrenta obst�culos para aumentar as exporta��es, associados a dificuldades das micro e pequenas empresas no Brasil. Em Minas, elas somam mais de 90% dos produtores de cacha�a. O Ibrac e o Minist�rio da Economia firmaram conv�nio no fim do ano passado para que seja implantado em 2020 o projeto Aprendendo a Exportar. A iniciativa consiste num portal que est� sendo criado para o treinamento. A institui��o tem procurado, ainda, ampliar os acordos de prote��o da bebida.